A advogada de 26 anos que acusa um tenente-coronel reformado da Pol�cia Militar de ter tocado o corpo dela na �rea de bares do Mineir�o, no domingo, classificou o epis�dio como "revoltante", reclamou de postura que considera "debochada" do policial e garantiu que levar� o caso adiante. "Foi constrangedor. Eu me senti revoltada pelo fato de um homem que deve dar exemplo, tanto pela idade, quanto pela profiss�o, agir com tanto desrespeito. E ainda assim, ser debochado com a situa��o. Ele tratou o caso como se fosse brincadeira”, contou, em entrevista ao em.com.br.
A jovem deu detalhes do caso no est�dio, que terminou com a interven��o de um seguran�a para evitar que o policial continuasse sendo agredido por outros torcedores que estavam no local. A mulher contou que estava com o namorado e mais tr�s amigos assistindo � partida entre Cruzeiro e S�o Paulo, pelo Campeonato Brasileiro 2016. No intervalo, o casal se dirigiu � �rea de bares e lanchonetes.
“Foi demorado. Constrangedor. Revoltante. Ele e os amigos faziam piadinha, dizendo que tinha sido uma brincadeira e para 'deixar isso pra l�'. Tive que contar a mesma coisa pelo menos cinco vezes e s� fui ouvida por policiais do sexo feminino na delegacia especializada. Senti que at� para os policiais era constrangedor me fazer aquelas perguntas”, disse.
Ainda assim, a advogada diz que est� com a sensa��o de dever cumprido e que vai levar o caso adiante. “Mesmo tendo ficado a madrugada inteira na delegacia, eu n�o perdi uma noite. Eu n�o perdi um segundo tempo de um jogo. Eu cumpri com o meu dever. Agi de acordo como tem que ser. As mulheres s�o v�timas deste tipo de abuso todos os dias nos �nibus, em shows, na rua. Isso n�o pode acontecer, muito menos ser tratado como uma coisa normal”, afirmou, refor�ando que todos os casos devem ser denunciados.
Segundo a Pol�cia Civil, a v�tima prestou queixa na delegacia e foi ouvida no plant�o, assim como o suspeito e as testemunhas dos dois lados. Um termo circunstanciado de ocorr�ncia foi lavrado por importuna��o ofensiva ao pudor e foi agendada uma audi�ncia no Juizado Especial Criminal para quarta-feira. O tenente-coronel aposentado negou que tenha praticado abuso.
De acordo com o boletim de ocorr�ncia, ele disse que o local estava cheio e que a perna dele esbarrou na perna da mo�a. O abuso foi confirmado tamb�m pelo seguran�a que trabalhava no est�dio durante a partida. Ele disse ter presenciado um homem “passando a m�o” em algumas torcedoras do Cruzeiro e correndo em seguida.
Segundo a assessoria de imprensa da Pol�cia Civil (PC), a delegada de plant�o na Delegacia de Mulheres n�o entendeu o caso como estupro e o classificou como importuna��o ofensiva ao pudor, que � uma contraven��o penal considerada de menor potencial ofensivo, com pena de at� dois anos.
O em.com.br tenta desde o in�cio da tarde contato com o tenente-coronel ou representantes legais, mas ainda n�o obteve retorno.
(RG)