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Estado de Minas

Onda de frio tem varia��es de temperatura brusca na Grande BH

As cidades da Grande BH s�o separadas por poucos quil�metros, mas um fen�meno clim�tico deixa uma regi�o muito fria e outra mais amena. Explica��o est� em fatores como relevo e urbaniza��o


postado em 16/06/2016 06:00 / atualizado em 16/06/2016 07:33

Em Nova Lima, que costuma registrar diferença de até 6 graus em relação a Belo Horizonte, o casal Lidêncio e Maria Aparecida Mundim não abre mão do reforço da lareira(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Em Nova Lima, que costuma registrar diferen�a de at� 6 graus em rela��o a Belo Horizonte, o casal Lid�ncio e Maria Aparecida Mundim n�o abre m�o do refor�o da lareira (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
A onda de frio que se abateu sobre Minas Gerais provocou efeitos distintos entre vizinhos muitas vezes bem pr�ximos. Bons exemplos est�o na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, onde em alguns casos � at� mesmo dif�cil definir os limites entre munic�pios, mas os term�metros insistem em deixar marcadas as diferen�as. H� casos, como os de moradores dos condom�nios de Nova Lima, por exemplo, em que pessoas convivem com uma varia��o de at� menos 6 graus no caminho entre a casa e a capital. Avan�ando para a Regi�o Central do estado, a diferen�a se amplia. Dados de ontem da meteorologia mostram que em uma dist�ncia de 50 quil�metros, Florestal registrou m�nima de 6,6 graus, metade dos 13 graus alcan�ados em Contagem, mesmo com os dois munic�pios estando sob efeito da mesma massa de ar polar, que desde segunda-feira trouxe frio para a por��o central mineira.

Levantamento da medi��o de ontem em sete esta��es meteorol�gicas controladas por dois institutos de meteorologia mostra o sobe e desce nos term�metros. Na lista, Florestal bateu o recorde de menor temperatura, seguida de Ouro Branco (8,4 graus); Sete Lagoas (8,8 graus); Cercadinho (10,3 graus), Pampulha (10,7 graus) e Raja Gabaglia (10,9 graus), estas tr�s em BH; Ibirit� (12,2 graus); e Contagem (13 graus). Mas por que, mesmo cobrindo centenas ou at� milhares de quil�metros quadrados, as massas de ar polar formadas na Ant�rtida t�m efeitos diferentes na queda das temperaturas de localidades muitas vezes pr�ximas?

Meteorologista do instituto TempoClima/PUC Minas, Nat�lia Cantu�ria explica que fatores como o relevo, o adensamento populacional, a atividade industrial, a concentra��o de �reas constru�das e a vegeta��o, entre outros, podem influenciar diretamente nessa mudan�a na temperatura. Ao falar especificamente da Regi�o Central de Minas, onde as esta��es de medi��o est�o localizadas, ela afirma que a atua��o da massa de ar � a mesma para todo o n�cleo. “Mas muitos fatores precisam ser verificados. Florestal, por exemplo, est� em uma regi�o serrana, assim como os condom�nios de Nova Lima concentram muitas �reas de vegeta��o fechada. Por outro lado, Contagem tem muitas ind�strias e BH � uma cidade com alta densidade populacional”, diz.

A diversidade de topografia e vegeta��o podem representar impacto na temperatura at� mesmo dentro do mesmo n�cleo urbano. O meteorologista Luiz Clemente Ladeia, do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que, nas �reas no entorno da esta��o meteorol�gica de Cercadinho (entre as regi�es Oeste e Centro-Sul de BH), a temperatura � geralmente mais baixa que nas demais. “Cercadinho � uma regi�o mais alta e a topografia � o principal fator a afetar na queda da temperatura. Por outro lado, n�o h� muitas constru��es em volta, o que contribui ainda para essa varia��o”, diz

E com tantas diferen�as, � preciso se proteger do frio. Na casa do engenheiro agr�nomo Lid�ncio Borges Mundim, no Condom�nio Vale do Sol, em Nova Lima, basta o rel�gio bater 16h para o frio come�ar a apertar. � nesse hor�rio que ele e sua mulher, a bi�loga Maria Aparecida de Andrade Mundim, come�am a fechar portas e janelas e a acender a lareira. S� assim o casal est� conseguindo passar as madrugadas. Cercados de matas, nascentes e lagoas, e morando a uma altitude de 1.100 metros, o fogo, para eles, tem sido um forte aliado.

E o frio � tanto que o c�o Luck, da ra�a shih-tzu, tamb�m tem direito a blusa de l� para se aquecer. Mesmo assim, n�o arreda as patas de perto da lareira. Outras duas cadelas, que s�o maiores, tamb�m se aquecem ao lado dos donos. “Chega a noite e come�a a esfriar. A gente coloca as camas delas perto da lareira e elas ficam deitadas at� a hora de dormir na �rea de servi�o, que fica fechada por causa do frio. Apenas o Luck dorme na sala, perto da lareira”, conta Maria Aparecida.

O calor da lareira aquece toda a casa, inclusive os aposentos do casal, no andar superior. “A gente dorme de pijama de l�, meias, dois ou tr�s cobertores”, disse a bi�loga. A madeira que alimenta o fogo � comprada em uma floricultura da regi�o e n�o pode faltar em casa neste per�odo de frio, segundo ela. “Para a gente, que fica at� as 22h vendo televis�o, s� mesmo com o fogo aceso para aguentar. Se n�o fosse a lareira, ter�amos que ir para a cama mais cedo”, contou.


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