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Estado de Minas

Minist�rio P�blico investiga 225 mortes em UPA de Santa Luzia

Promotoria quer saber se �bitos teriam sido evitados se conv�nio com hospital tivesse sido mantido


postado em 28/06/2016 06:00 / atualizado em 28/06/2016 07:27

Unidade atende a um dos bairros mais populosos da Grande BH, o São Benedito. Para promotor, falta de retaguarda hospitalar agravou condições do serviço e prejudicou a população(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Unidade atende a um dos bairros mais populosos da Grande BH, o S�o Benedito. Para promotor, falta de retaguarda hospitalar agravou condi��es do servi�o e prejudicou a popula��o (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
O Minist�rio P�blico de Minas Gerais abriu procedimento para investigar se 225 mortes ocorridas entre mar�o e setembro do ano passado na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Bairro S�o Benedito, em Santa Luzia, poderiam ter sido evitadas se a cidade da Regi�o Metropolitana de BH tivesse renovado o conv�nio com o hospital filantr�pico S�o Jo�o de Deus, at� ent�o o �nico no munic�pio, segundo o promotor Gilmar de Assis.

O fim da parceria entre o hospital filantr�pico  – hoje fechado – e a administra��o municipal, por op��o do pr�prio poder p�blico, gerou superlota��o na UPA de um dos bairros mais carentes e populosos da regi�o metropolitana, o S�o Benedito. A quantidade de pacientes � procura de atendimento despertou a aten��o do MP, que constatou mais de duas centenas de mortes na unidade de pronto-atendimento no per�odo de sete meses – m�dia superior a 32 �bitos por m�s.

A prefeitura n�o retornou os contatos e pedidos de entrevista do Estado de Minas, mas, nos bastidores da �rea de sa�de da cidade, h� rumores de que o conv�nio pode ser reativado, diante da repercuss�o que o caso vem ganhando. O n�mero de �bitos na UPA no per�odo analisado foi levantado pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Sa�de do MP, do qual Gilmar de Assis � coordenador. A estat�stica n�o foi comparada com per�odo equivalente de anos anteriores.

O MP tentou, sem sucesso, intermediar uma negocia��o para continuidade do conv�nio entre o munic�pio e o hospital. “Os dados sobre essas mortes j� foram encaminhados � promotoria em Santa Luzia e vamos tomar provid�ncias. Estudaremos cada caso; vamos verificar quanto tempo o paciente ficou internado na UPA e qual a causa do �bito”, adiantou o promotor. Ele atribuiu a superlota��o na UPA ao fim do contrato entre a prefeitura e o hospital filantr�pico, que recebia recursos p�blicos.

Segundo o promotor, a prefeitura informou que construiria um hospital em substitui��o ao S�o Jo�o de Deus. Contudo, at� a inaugura��o da nova unidade, que ocorreu em dezembro do ano passado, pacientes precisaram recorrer � UPA. Para o promotor, a popula��o foi desassistida pelo munic�pio. Gilmar afirma ter tentado convencer o munic�pio a adotar outras provid�ncias, como a contrata��o de hospitais de cidades vizinhas, mas tamb�m n�o obteve sucesso.

PRECARIEDADE O hospital erguido pela prefeitura n�o preenche os requisitos para atender corretamente os moradores, no entender do promotor Gilmar de Assis. “� um dos poucos hospitais que conhe�o que n�o funcionam com a obrigatoriedade das quatro cl�nicas: ortopedia, pediatria, cl�nica m�dica e cl�nica cir�rgica. Essa � a base. Se n�o h�, n�o � um hospital. Ele s� tem a cl�nica m�dica. Avan�ou um pouco em rela��o � cir�rgica, mas sem fazer interven��es mais complicadas”, afirmou.

Diante do quadro, o promotor ajuizou a��o na Justi�a pedindo interven��o da esfera estadual na sa�de municipal. Obteve �xito em primeira inst�ncia, mas, no Tribunal de Justi�a, em recurso impetrado pela Prefeitura de Santa Luzia e pelo pr�prio estado, o MP foi derrotado. “Diante da omiss�o, pedimos na Justi�a a suspens�o da gest�o hospitalar, para que o estado fizesse a contrata��o, como � regra.”

A promotoria tamb�m encaminhou representa��o ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), com inten��o de que os conselheiros investiguem se h� irregularidades, como desobedi�ncia aos procedimentos de licita��o, na constru��o do novo hospital municipal. “Fizeram um remendo de hospital. E, como n�o h� um servi�o correto, querem fazer da UPA um hospital, mas ela n�o � um equipamento hospitalar. Como n�o havia retaguarda hospitalar, come�aram a aumentar as mortes”, avaliou o promotor.

Nenhum representante do Hospital S�o Jo�o de Deus foi encontrado para comentar o assunto.


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