
Circulares com orienta��es para que os alunos deixem em casa ou n�o usem os aparelhos no interior dos ve�culos come�aram a ser distribu�das pelos condutores e ajudantes, enquanto as vans t�m recebido c�meras de monitoramento a dist�ncia e rastreadores com bot�es de p�nico, para acionar a pol�cia em caso de assalto. Ainda assim, o clima de inseguran�a predomina entre alunos e transportadores, como comprovou a equipe de reportagem do Estado de Minas, que acompanhou na semana passada uma viagem dos pequenos que come�am de madrugada a jornada para estudar.
At� a �ltima semana, por meio do Sindicato dos Transportadores de Escolares da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (Sintesc), cinco vans receberam c�meras que gravam o que ocorre no interior do ve�culo, na parte externa e ainda transmitem as imagens para redes sociais, onde podem ser acessadas por pais e profissionais do setor. A expectativa � de que mais c�meras sejam instaladas nas semanas que antecedem o retorno �s aulas. O custo de cada sistema � de R$ 1.800 e n�o h� mensalidade, apenas necessidade de modem para a transmiss�o de dados via internet.
O equipamento registra ainda epis�dios de freadas bruscas, velocidade acima da permitida e mostra em mapas o deslocamento do escolar. Todas s�o informa��es importantes para a seguran�a dos ve�culos e para que pais possam acompanhar em tempo real a qualidade do servi�o que vem sendo prestado. “Temos, tamb�m, um sistema com bot�o de p�nico para que o motorista acione em caso de roubo, acidente ou de outra necessidade. Os ve�culos v�o receber tamb�m adesivos alertando sobre o monitoramento. Com isso, queremos inibir a a��o dos ladr�es e facilitar a identifica��o”, afirma o presidente do sindicato, Carlos Eduardo Campos.
Para o presidente da entidade de classe, n�o h� como a pol�cia estar em todos os locais onde passam as 1,5 mil vans regularizadas de Belo Horizonte e as 4 mil da Grande BH. Da� a necessidade de procurar solu��es tecnol�gicas. A Pol�cia Militar anunciou tamb�m a cria��o de uma rede de prote��o por aplicativos de celular, nos moldes da Rede de Vizinhos Protegidos que funciona em bairros de BH.
PRIS�O Na �ltima quinta-feira, o Batalh�o de Rondas T�ticas Metropolitanas (Rotam) deteve um adolescente de 17 anos que confessou ter participado de assaltos a escolares nos bairros Boa Vista (Regi�o Leste) e Uni�o (Regi�o Nordeste). Com ele, foram encontrados um rev�lver calibre 32, 11 celulares, dois rel�gios, tr�s bon�s, cord�es e dinheiro. Um comparsa do jovem ainda � procurado.
“Esse � um dos frutos da for�a-tarefa montada para desarticular os envolvidos nessa modalidade de crime. J� temos identifica��es de suspeitos, lugares onde se encontram e at� o retorno �s aulas esperamos prender esses criminosos, como resposta � sociedade”, afirma o tenente Cristiano Ara�jo, subchefe da Sala de Imprensa da Pol�cia Militar. Uma das formas de abordagem dos bandidos � com motocicletas, que s�o usadas para fechar os ve�culos de transporte escolar. Outros esperam os momentos de embarque e desembarque para atacar.
Com investidas desse tipo, a van que transporta os filhos adolescentes da estudante Jaqueline Amaral Lucena, de 32 anos, j� foi assaltada tr�s vezes s� neste ano. E a inseguran�a se tornou um drama depois que o mais velho, de 14 anos, teve seu smartphone arrancado pela janela do escolar, quando o ve�culo parou em um sem�foro da Avenida Cristiano Machado. “Foi uma viol�ncia. Meu filho nunca tinha sofrido isso antes. Estava ouvindo m�sica e um assaltante arrancou o telefone dele pela janela da van com tanta for�a que o fone de ouvido o machucou”, conta Jaqueline.
TRAUMA De acordo com a m�e, a a��o dos bandidos se d� em grupo. Enquanto dois homens ficam em pontos estrat�gicos, observando v�timas, outro age atacando passageiros distra�dos. “Foi um trauma para meu filho. Ele ficou assustado, com muito medo. Por causa disso, tive de lev�-lo uma semana � escola. Conversei com os outros pais e com o motorista da van, para ver se algo pode ser feito, mas nesse caso acho que, mais do que n�s, � preciso que as vias sejam mais bem policiadas”, afirma Jaqueline. Segundo ela, al�m dos tr�s roubos, h� poucos dias outro estudante quase teve seu tablet levado da mesma forma. Desde ent�o, a orienta��o � para que os alunos n�o deixem � vista nem usem os aparelhos eletr�nicos durante o trajeto. “Isso � ruim, j� que o telefone � uma forma que temos de nos comunicar com nossos filhos e de saber se tudo est� bem com eles”, pondera.