
O an�ncio foi feito ontem, a dois dias da decis�o de integrantes da 40ª Reuni�o do Comit� da Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco), em Istambul, na Turquia, que se posicionar�o no s�bado, �s 9h (hor�rio de Bras�lia), sobre a candidatura do conjunto moderno da Pampulha ao t�tulo de patrim�nio mundial. Trata-se do �nico representante do Brasil na disputa, cujo resultado inicialmente era esperado para amanh�, mas foi adiado. Lacerda disse que, se o desfecho for positivo, o t�tulo ser� de fundamental import�ncia para o turismo de Belo Horizonte e a divulga��o da Pampulha internacionalmente. “Ser� boa oportunidade para favorecer o setor de emprego e renda, elevar a autoestima da popula��o e permitir o desenvolvimento, al�m de mostrar ao mundo nossa experi�ncia em pol�ticas p�blicas”, disse. A Prefeitura de Belo Horizonte est� sendo representada em Istambul pela arquiteta e urbanista Luciana Feres, diretora do Conjunto Moderno da Pampulha, vinculado � Funda��o Municipal de Cultura (FMC).
Outra proposta para a regi�o � a cria��o de um barco-t�xi, aproveitando antigos p�eres existentes na orla para embarque e desembarque de passageiros, com a meta de favorecer o deslocamento de moradores de um lado para outro da represa e reduzir os impactos no tr�nsito da regi�o. O projeto pode devolver � regi�o um pouco do clima revelado em fotos das d�cadas de 1950 e 1960, que mostram muita gente esquiando, velejando e de roupas de banho � beira do reservat�rio, em um clima de “praia” mineira.
CANDIDATURA O conjunto arquitet�nico da Pampulha � tombado nas esferas federal (Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional/Iphan), estadual (Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico de Minas Gerais/Iepha) e municipal (Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural). Em nota, a presidente do Iphan, K�tia Bog�a, informou que, caso confirmada a escolha, o Brasil ter� muito a comemorar: “O conjunto da Pampulha est� na origem da produ��o arquitet�nica e urban�stica brasileira dentro do Movimento Moderno, e deve ser um bem compartilhado por toda a humanidade. Ao integrar a Pampulha � Lista do Patrim�nio Mundial, a Unesco estar� reconhecendo o conjunto como uma obra-prima do g�nio criativo humano”, afirmou.
Segundo especialistas, o conjunto arquitet�nico da Pampulha foi concebido com o objetivo de criar uma obra de arte total, integrando as pe�as art�sticas aos edif�cios e esses � paisagem, e conta com as quatro primeiras obras assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, projetadas na d�cada de 1940. O conjunto tem tamb�m jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, pain�is com azulejos do pintor Candido Portinari e esculturas de artistas renomados como Alfredo Ceschiatti e Jos� Alves Pedrosa.
A campanha em prol do reconhecimento da Pampulha como patrim�nio cultural da humanidade come�ou h� 20 anos, mas ganhou for�a em 2012. Nessa escalada, o primeiro passo foi a aceita��o pela Unesco da inclus�o do bem na Lista Indicativa do Patrim�nio Mundial, que funciona como instrumento nacional de planejamento de prepara��o de candidaturas. Al�m da inclus�o, o Iphan coordenou o comit� gestor da candidatura, respons�vel por elaborar o dossi� com todos os documentos, fotos e argumentos referentes � autenticidade, integridade e ao valor excepcional universal do bem, assim como informa��es referentes � prote��o e gest�o do complexo. Ap�s a conclus�o do dossi�, em 2014, o documento foi entregue ao Iphan, que, por meio da Delega��o Permanente do Brasil na Unesco, o apresentou ao Comit� do Patrim�nio Mundial.
O dossi� passou por um processo de avalia��o em que foram observadas quest�es formais da candidatura. Aprovado, um especialista indicado pelo Conselho Internacional de Monumentos e S�tios (Icomos), �rg�o assessor para bens culturais no Secretariado da Conven��o do Patrim�nio Mundial, foi enviado para avalia��o no local, com a tarefa de elaborar um parecer t�cnico a ser apresentado a uma comiss�o de t�cnicos. A �ltima fase do tr�mite � a avalia��o final do Comit� do Patrim�nio Mundial, que, com base no parecer e no dossi�, decide pelo reconhecimento ou n�o do bem como patrim�nio mundial.