(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mortes caem nas rodovias federais, mas colis�es frontais ainda preocupam

N�mero de �bitos cai 22,5% nas BRs que cortam Minas no 1� semestre, mas alta propor��o de vidas perdidas por batidas de frente incomoda a PRF. Baixo �ndice de duplica��o e imprud�ncia s�o desafios


postado em 20/07/2016 06:00 / atualizado em 20/07/2016 07:36

Policiais rodoviários apostam em maior valor de multa para inibir condutas perigosas nas estradas. Na foto, flagrante de ultrapassagem proibida na BR-381(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Policiais rodovi�rios apostam em maior valor de multa para inibir condutas perigosas nas estradas. Na foto, flagrante de ultrapassagem proibida na BR-381 (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A PRESS)
Minas Gerais registra queda brusca no n�mero de mortos nas rodovias federais, mas as batidas frontais ainda s�o as principais causas de �bitos e desafiam respons�veis por gerenciar o tr�fego. Essas s�o algumas das conclus�es de balan�o do Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) sobre as ocorr�ncias no primeiro semestre de 2016 nas BRs que cortam o estado. De janeiro a junho de 2016, 387 pessoas morreram em estradas federais mineiras, n�mero 22,5% menor do que no mesmo per�odo do ano passado (499). Dos �bitos, 154 foram resultado de colis�es frontais, o que corresponde a quase 40% do total.


Para a PRF, a redu��o de mortes se deve a um conjunto de a��es, que incluem maior conscientiza��o dos motoristas, aumento do valor das multas para infra��es com maior potencial de causar mortes e melhorias nas estradas. Especialistas avaliam que parte da queda pode estar associada a um menor movimento nas BRs provocado pela crise econ�mica.

A redu��o nas mortes no primeiro semestre de 2016 segue movimento registrado desde o ano passado. Em janeiro, o Estado de Minas mostrou que houve menos de 1 mil �bitos nas BRs que cortam Minas em 2015, menor n�mero de s�rie hist�rica iniciada em 2007. Levando em conta o balan�o dos seis primeiros meses do ano, a tend�ncia � que 2016 registre marca ainda menor de �bitos.

“O motivo principal � a colabora��o dos condutores. Toda vez que os motoristas adotam posturas mais defensivas e dirigem de forma mais prudente, a tend�ncia � que se reduza o n�mero de acidentes e, consequentemente, o n�mero de v�timas”, avalia o inspetor Aristides J�nior, chefe da assessoria de comunica��o da PRF em Minas. “Essa redu��o j� vem sendo notada n�o s� em 2015, mas em anos anteriores”, acrescenta.

O n�mero de acidentes tamb�m caiu no primeiro semestre de 2016: foram 6,8 mil capotamentos, batidas de frente, laterais, traseiras e sa�das de pista, 16,4% menos que no mesmo per�odo de 2015 (8,1 mil). Como consequ�ncia, tamb�m houve 9% menos feridos: 6,7 mil, contra 7,3 mil. A PRF em Minas considera que, al�m da prud�ncia de uma parte dos motoristas, melhorias implementadas por concession�rias de trechos de BRs privatizados e o aumento no valor das multas para ultrapassagem proibida contribu�ram para a redu��o da viol�ncia nas estradas.

“N�o noto redu��o no n�mero de ve�culos transitando. Muito pelo contr�rio, a frota n�o para de crescer”, refor�a o inspetor Aristides J�nior. Dados de junho de 2016 mostram mais de 92 milh�es de ve�culos registrados no Brasil, n�mero 4% maior do que os 88,7 milh�es de junho de 2015.

CRISE Para o especialista em educa��o e seguran�a no tr�nsito Eduardo Biavati, tamb�m mestre em sociologia, o fen�meno de queda na viol�ncia nas estradas n�o est� restrito a Minas Gerais. Ele avalia que a crise econ�mica pode, sim, ter influ�do nos n�meros, uma vez que a produ��o da ind�stria automotiva voltou a n�veis de 2004 e que h� sinais de que as pessoas est�o viajando menos. “� uma redu��o muito grande de um ano para o outro sem que a gente tinha tido an�ncio de qualquer grande investimento, seja em campanhas educativas, maior n�mero de viaturas, fiscaliza��o, ou mais radares”, opina. “N�o acredito em um ch� de consci�ncia, mas sim que as pessoas est�o menos m�veis”, completa.

Biavati destaca, a exemplo da PRF, medidas positivas como melhorias em estradas concedidas nos �ltimos anos � iniciativa privada, casos das BRs 040, 262, 153 e 050 em Minas, e o aumento no valor das multas por ultrapassagens proibidas. Mas o especialista acredita que uma tend�ncia s� vai se configurar com a manuten��o dos dados em baixa por um per�odo maior de tempo. “O que eu conhe�o dessas estat�sticas � que � necess�ria um per�odo de cinco anos no m�nimo para voc� consolidar redu��o. Espero que a atividade econ�mica se recupere e que tudo isso n�o v� por �gua abaixo”, diz.

Rigor maior com ultrapassagens

Apesar da queda na viol�ncia nas estradas, o balan�o de colis�es frontais ainda preocupa a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) em Minas Gerais. Dados do balan�o do primeiro semestre de 2016 mostram que as batidas de frente mant�m alta letalidade nas BRs mineiras. De janeiro a junho deste ano, foram 423 acidentes do tipo, o que equivale a apenas 6,17% de todas as 6,8 mil batidas. Essas colis�es, por�m, foram suficientes para provocar 154 mortes – quase 40% do total.

A PRF destaca que as batidas frontais e as mortes nesse tipo de acidente est�o diminuindo, mas avalia que resultados melhores podem ser obtidos com a evolu��o dos investimentos nas estradas, principalmente duplica��o das rodovias concedidas � iniciativa privada. Segundo o balan�o, foram 482 batidas de frente nos seis primeiros meses do ano nas estradas federais mineiras, contra os 423 registrados este ano (queda de 12,3%). As mortes sa�ram de 196 para 154 na mesma compara��o, redu��o de 21,5%.

Para o inspetor F�bio Jardim, da assessoria de comunica��o da PRF em Minas, os n�meros do primeiro semestre indicam maior seguran�a, mas reconhece que diminuir a viol�ncia provocada pelas colis�es frontais ainda � um desafio. “A pista simples, que � maioria em nossas rodovias, potencializa a colis�o frontal. Esses n�meros podem ser reduzidos ainda mais com melhorias na seguran�a das estradas”, diz. “Tamb�m estamos atentos �s ultrapassagens proibidas. As multas emitidas pela PRF para quem ultrapassa desrespeitando a faixa cont�nua tem grande destaque na atua��o de nossos policiais”, acrescenta.

O especialista em educa��o e seguran�a no tr�nsito Eduardo Biavati cobra duplica��o de uma maior parte da malha vi�ria. “S� o fato de duplicar uma rodovia e implantar o acostamento j� elimina, automaticamente, a chance de colis�es frontais”, lembra.

Enquanto isso...
...Obras em ritmo lento


Se o caminho mais indicado por especialistas e autoridades de tr�nsito para evitar colis�es frontais � duplicar as rodovias, Minas Gerais enfrenta problemas. Duas grandes BRs, que normalmente ocupam os dois primeiros lugares no ranking de acidentes, mortos e feridos no estado, aguardam essas interven��es h� muito tempo. No caso da BR-381, por exemplo, entre Belo Horizonte e Governador Valadares (Vale do Rio Doce), as obras andam em ritmo lento. Dos 11 lotes, as obras come�aram em apenas cinco e em nenhum deles foram conclu�das. J� na BR-040, nem mesmo a transfer�ncia para a iniciativa privada acelerou a duplica��o. Dois anos depois da concess�o do trecho de mais de 900 quil�metros entre Bras�lia e Juiz de Fora, s� houve a duplica��o em cerca de 70 quil�metros, a maior parte em Goi�s. A obten��o de licen�as ambientais para as interven��es � uma das dificuldades para o in�cio das obras.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)