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Estado de Minas

Beleza e descaso convivem em Ouro Preto, Patrim�nio da Humanidade

Al�m do tr�nsito ca�tico, a falta de conserva��o amea�a bens da antiga Vila Rica. Moradores lutam por restaura��o


postado em 24/07/2016 06:00 / atualizado em 24/07/2016 07:57

Iigreja barroca do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Ouro Preto, está fechada desde 2014 e comunidade cobra recursos para restauração(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press)
Iigreja barroca do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em Ouro Preto, est� fechada desde 2014 e comunidade cobra recursos para restaura��o (foto: Euler J�nior/EM/D.A Press)


Ouro Preto –
A Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos pede mais do que socorro – grita por salva��o. O sinal mais evidente desse clamor est� na fachada barroca, na qual uma placa mostra que a comunidade, em especial do Bairro Cabe�as, est� unida pela restaura��o, embora aguardando h� anos pelas obras e recursos federais. O lugar para p�r o cartaz n�o poderia ser mais emblem�tico: na portada de pedra-sab�o, sob a imagem de S�o Miguel Arcanjo resgatando as almas do purgat�rio, esculpida por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814). A beleza e o horror se revelam ao mesmo tempo, pois a pe�a se degrada a cada dia, com parte dos anjos quebrada e a cena do purgat�rio no mesmo ritmo, seguindo a passos largos para o inferno da destrui��o. Esse � um dos lados tristes dos bens culturais de Ouro Preto, primeira cidade brasileira (1980) reconhecida como Patrim�nio Cultural da Humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco).

“O t�tulo � muito importante, aumenta o turismo. Mas se n�o tivermos os bens conservados, o que os visitantes v�o ver?”, pergunta com preocupa��o o juiz da Irmandade do Senhor Bom Jesus, S�o Miguel e Almas e zelador do templo, Jos� de Paiva Gonzaga. Mais conhecido como Til, ele atuava como sacrist�o, quando a igreja estava em atividade. “Foi fechada em 2 de novembro de 2014”, conta Til, lembrando que era Dia de Finados e a poucos dias das homenagens ao Barroco mineiro e � passagem dos 200 anos da morte de Aleijadinho.

O interior da igreja, datada de 1763 e com previs�o de receber recursos do Programa de Acelera��o do Crescimento das Cidades Hist�ricas (PAC-CH), est� interditado por medida de seguran�a. O zelador informa que todo o forro foi retirado, deixando � mostra as vigas de madeira. “Est� tudo podre, com alto risco de causar acidente”, diz olhando para o alto. J� do lado de fora, Til mostra a estrutura que parece pender para o lado esquerdo.

Problemas a parte, Ouro Preto n�o deixa de atrair turistas, com a maior parte se concentrando na Pra�a Tiradentes, e, dali, partindo em busca dos tesouros que a cidade, antiga Vila Rica, oferece, como o Museu da Inconfid�ncia, a Igreja de S�o Francisco de Assis, uma das sete maravilhas de origem portuguesa no mundo, a rec�m-restaurada Igreja de Santa Efig�nia, a Escola de Minas, antigo Pal�cio dos Governadores, a Bas�lica de Nossa Senhora do Pilar e outros.

PROBLEMAS

O grande desafio, entretanto, � equacionar problemas do s�culo 21, principalmente, a circula��o de ve�culos, – atualmente, conforme o Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran)/Minist�rio das Cidades, a frota � de 32,7 mil contra 15,7 mil em 2006, em cidade do s�culo 18 onde vivem 70 mil habitantes (sede e 12 distritos) e que recebe de 15 a 25 mil visitantes por m�s. Para atend�-los, h� 161 hot�is e pousadas, o que, segundo a Secretaria Municipal de Turismo, Ind�stria e Com�rcio, tem sido suficiente.

Na tarde de quarta-feira, em frente � Escola de Minas e ao Museu da Inconfid�ncia, havia dificuldade at� para a travessia dos turistas, j� que as duas “ilhas” existentes foram retiradas. “Fica perigoso para se chegar do outro lado, pois h� muitos carros. Queremos muito visitar o museu, mas est� quase na hora de fechar”, comentou a aposentada Mary Spessoto com a amiga Cl�o Pussi, ambas residentes em Franca (SP) e visitando a cidade pela primeira vez. Com calma, as duas atingiram seu objetivo e, antes, teceram elogios a Ouro Preto. “Motivo de orgulho para todos os mineiros”, afirmou Mary. “� lindo!”, ressaltou Cl�o.

O promotor de Justi�a de Ouro Preto, Domingos Ventura de Miranda J�nior, afirma que o tr�fego intenso de ve�culos no per�metro tombado � constante fonte de problemas, “n�o s� pelos gargalos no tr�nsito, mas tamb�m pelos danos que causam �s edifica��es e � infraestrutura urbana”. Para ele, a implementa��o do plano de mobilidade urbana e a licita��o do transporte coletivo com baixa tarifa e frota compat�vel com as estreitas e ladeirosas vias s�o premissas essenciais da atua��o do Minist�rio P�blico.

O secret�rio de governo e respons�vel pela Superintend�ncia de Tr�nsito, Marco Ant�nio Nicolato Med�rcio, reconhece o d�ficit de infraestrutura para pedestres e que o Plano de Mobilidade Urbana a ser implementado vai resolver uma s�rie de quest�es na cidade. Ele explica que j� foram adotadas medidas pontuais, que n�o solucionaram o problema de maneira abrangente.

Ouro Preto
Monumentos que seduzem visitantes na cidade, reconhecida como Patrim�nio Cultural da Humanidade, pela Unesco, em 1980


. Museu da Inconfid�ncia
. Bas�lica de Nossa Senhora do Pilar
. Igreja de S�o Francisco de Assis (Foto)
. Escola de Minas


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