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Estado de Minas

Diamantina comemora 17 anos do t�tulo de Patrim�nio da Humanidade em meio a desafios

Cidade colonial conseguiu atrair mais turistas, melhorar sua estrutura e gerar empregos, mas precisa de ajustes, como banheiros p�blicos


postado em 24/07/2016 06:00 / atualizado em 28/07/2016 16:15

Faltam placas em língua estrangeira para orientar turistas na Rua da Quitanda, uma das mais visitadas de Diamantina(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Faltam placas em l�ngua estrangeira para orientar turistas na Rua da Quitanda, uma das mais visitadas de Diamantina (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Diamantina – O Centro Hist�rico da terra natal de Juscelino Kubitschek (1902-1976) e de Chica da Silva (1732-1796) vai comemorar 17 anos do reconhecimento da Unesco como Patrim�nio Cultural da Humanidade em 1º de dezembro. A declara��o trouxe in�meros benef�cios a Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, como saltos no n�mero de turistas e gera��o de empregos, mas imp�s desafios que ainda n�o foram superados pelo antigo Arraial do Tejuco, entre eles a car�ncia de banheiros p�blicos no entorno dos cart�es-postais e o tr�nsito ca�tico no hor�rio de pico.


A cidade colonial, a 300 quil�metros de Belo Horizonte, oferece tanto a moradores quanto a visitantes uma esp�cie de os dois lados da moeda. Numa dire��o, o reconhecimento impulsionou a economia local. O secret�rio municipal de Turismo e Patrim�nio, Walter Cardoso Fran�a J�nior, estima que a quantidade de pessoas que passeiam pelo Centro Hist�rico seria 50% menor se a �rea n�o ostentasse a declara��o da Unesco. Diz mais: “Atraiu investimentos privados, como hot�is, restaurantes etc”.

Esse lado positivo, associado � arquitetura colonial, encantou a peruana Nury Fernandes, de 45 anos. “� fascinante. Estou impressionada”. Ela mora nos Estados Unidos e curte f�rias no munic�pio, que come�ou a ser formado em 1722. Nury passeou pelos becos, degustou a culin�ria local em restaurantes que ocupam antigos sobrados e fotografou cart�es-postais, como a estrutura que abrigou o mercado municipal.

Mas o antigo Tejuco tem muita margem para avan�ar na qualidade do atendimento e conforto tanto ao turista quanto � popula��o. O munic�pio obteve nota 62,4 na �ltima edi��o (maio de 2015) do �ndice de Competitividade do setor. O indicador, que vai at� 100, avalia um grupo de 65 destinos indutores no pa�s e � elaborado pela Funda��o Get�lio Vargas (FGV), Sebrae e governo federal.

O �ndice apurado em Diamantina est� acima da m�dia nacional (60), mas abaixo do registrado em Ouro Preto (69,3), a primeira cidade no estado a ser reconhecida pela Unesco, e em Belo Horizonte (79,2), a ca�ula da lista – j� Congonhas, que tamb�m teve s�tio declarado como patrim�nio da humanidade pela entidade mundial, n�o foi avaliada.

O estudo ressalta conquistas e sugere ideias a serem colocadas em pr�tica na terra de JK e Chica da Silva (veja quadro). O destaque no levantamento � a constata��o de que a cidade foi a que mais evoluiu, entre os 65 destinos, no quesito investimento em pol�ticas p�blicas. O secret�rio municipal comemora o resultado, exibindo o certificado e citando realiza��es como a que tornou bem imaterial do lugar, h� um ano e meio, o preparo do bolinho de arroz.

Tamb�m h� obras de manuten��o de cart�es-postais. Na quinta-feira, por exemplo, come�ou a reforma da Pra�a JK, onde ocorre a entrega da medalha em homenagem � mem�ria do pol�tico. O local agradou � fam�lia do banc�rio Ronaldo de Souza Brito J�nior, de 49. Ele tamb�m ficou maravilhado com o Passadi�o da Gl�ria, estrutura de madeira sobre a rua hom�nima, que liga dois casar�es.

VOLTA

O passadi�o foi o s�mbolo da campanha de Diamantina em busca do t�tulo da Unesco, em 1999, e serviu para que as alunas do educand�rio e orfanato que funcionou no lugar pudessem ir de uma constru��o a outra sem passar pela via p�blica. “O passadi�o me chamou a aten��o pela hist�ria e beleza”, disse o banc�rio, que mora em Goi�nia (GO).

Ronaldo visitou Diamantina na companhia da esposa, Adriana, de 43, e dos filhos Felipe, de 17, e Luiza, de 10. Deixaram a cidade com sentimento de que um dia voltar�o. Ali�s, pesquisa da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) constatou que 95% dos turistas em Diamantina pretendem retornar � cidade.

� o que deseja a colombiana Jamie Arevalo, de 19: “Quero retornar, pois � um lugar muito bonito. Agradou-me, sobretudo, a arquitetura colonial”, justificou. O estudo da UFVJM, de autoria professores Juliana Medaglia e Carlos Eduardo Silveira, apurou que 73% dos entrevistados visitam somente o Centro Hist�rico, desconhecendo atrativos como o Parque do Biribiri e a Serra dos Cristais. Levar os visitantes a outros cart�es-postais da cidade � outro desafio do poder p�blico e da iniciativa privada.

Tr�nsito desafia a cidade

O tr�nsito ainda � um desafio em Diamantina. A frota na cidade saltou 251% nos �ltimos 15 anos. Passou de 5.606 unidades, em 2001, para 19.693 em 2016. Resultado: h� grande concentra��o de carros em algumas vias da cidade no hor�rio de pico. Motoristas profissionais, como taxistas, tamb�m reclamam da sinaliza��o deficit�ria.

“Costuma ocorrer congestionamentos no Largo Dom Jo�o no hor�rio de pico”, reclama o taxista Evaldo Machado, chofer h� seis anos. Al�m do aumento da frota pr�pria, Diamantina � ocupada, sobretudo nos fins de semana, por v�rios ve�culos de turistas.

O estudo da UFVJM que apurou o perfil dos visitantes constatou que 54% dos turistas chegam � cidade em carro pr�prio. Na vis�o do taxista Edvaldo, boa parte desses condutores � prejudicada pela sinaliza��o, que ele considera deficit�ria: “H� car�ncia de placas”.

Grandes ve�culos de carga e �nibus s�o proibidos de trafegar na �rea central como medida para aliviar o tr�nsito e proteger o patrim�nio hist�rico. A prefeitura implantou outras medidas para melhorar o fluxo na regi�o, reunidas no Plano de A��o Imediata do Tr�nsito (Paid).

Entre as mudan�as, invers�o de sentido em algumas vias e fim da m�o dupla em outras. Por outro lado, h� disponibilidade de vagas para ve�culos no entorno dos principais pontos tur�sticos.

OS 10 DESTAQUES...

. Conserva��o urbana no entorno das �reas tur�sticas
. Substitui��o de fia��o a�rea por subterr�nea na maioria das �reas tur�sticas
. Presen�a do Corpo de Bombeiros, com grupo de busca e salvamento
. Exist�ncia de aeroporto, ainda que opere com voos charter ou particulares
. Disponibilidade de vagas p�blicas para estacionamento nas �reas tur�sticas
. Exist�ncia de Centro de Atendimento ao Turista (CAT)
. Presen�a de empresas de receptivo, que oferecem servi�os aos turistas
. Op��o para loca��o de autom�veis
. Valoriza��o da gastronomia regional pelos restaurantes, com receitas t�picas
. Servi�o m�dico em emerg�ncias 24 horas

… E OS 10 DESAFIOS DO ANTIGO TEJUCO

. Aus�ncia de sinaliza��o tur�stica vi�ria em idioma estrangeiro
. Indisponibilidade de acesso gratuito � internet em locais p�blicos
. Car�ncia de caixas eletr�nicos para saques com cart�es de cr�dito internacionais
. Aus�ncia de benef�cios locais de isen��o ou redu��o de impostos ou taxas para as atividades caracter�sticas do turismo
. Aus�ncia de grupamento especializado na PM para atendimento ao turista
. Car�ncia de lixeiras e banheiros p�blicos no entorno dos cart�es-postais
. Aus�ncia de elementos de acessibilidade que permitam a circula��o de deficientes f�sicos e pessoas com necessidades especiais
. Car�ncia de op��es de transporte urbano que atendam �s principais atra��es tur�sticas
. Cobertura restrita da sinaliza��o tur�stica descritiva/interpretativa dos atrativos
. Aus�ncia de pol�ticas locais de incentivo ao uso de tecnologias que priorizem a quest�o ambiental em meios de hospedagem

FONTE: FGV, Sebrae e Minist�rio do Turismo



Diamantina
Monumentos que seduzem visitantes na cidade, reconhecida
como Patrim�nio Cultural da Humanidade, pela Unesco, em 1999

. Mercado Municipal
. Passadi�o da Gl�ria (foto)
. Casa da Chica da Silva
. Casa Museu de Juscelino Kubitschek


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