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Estado de Minas

Fiscaliza��o da PBH via 156 n�o funciona e infra��es se espalham pela noite

Popula��o que vive perto de casas noturnas e bares sofre com carros estacionados nas garagens e nos pontos de �nibus. Reportagem acionou 10 vezes servi�o da prefeitura sem sucesso


postado em 25/07/2016 06:00 / atualizado em 25/07/2016 07:40

Mesmo com reclamação via 156, ninguém apareceu para tomar providências com relação ao carro estacionado em local proibido na Rua Pium-í(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
Mesmo com reclama��o via 156, ningu�m apareceu para tomar provid�ncias com rela��o ao carro estacionado em local proibido na Rua Pium-� (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
Quando n�o se pode contar com a fiscaliza��o ostensiva de tr�nsito da BHTrans, da Guarda Municipal e da Pol�cia Militar, o que resta a moradores que t�m suas garagens bloqueadas por carros e a passageiros cujo espa�o nos pontos de �nibus foi roubado por ve�culos � ligar para o disque den�ncia 156 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

Contudo, no vale-tudo da noite belo-horizontina, nem mesmo telefonar para as autoridades municipais e solicitar a desobstru��o de locais com ve�culos estacionados de forma irregular � garantia de que isso v� ocorrer. Para comprovar esse drama, sobretudo para pessoas que moram pr�ximas a casas noturnas, bares e restaurantes, a reportagem do Estado de Minas circulou nas noites de quarta e quinta-feira nas redondezas de alguns desses estabelecimentos e acionou a fiscaliza��o da PBH por telefone 10 vezes para pedir provid�ncias.

Apesar da promessa dos atendentes de que viaturas da BHTrans iriam aos locais para rebocar quem estava desobedecendo as regras de tr�nsito, em nenhum caso os agentes apareceram para tomar uma atitude. Isso, mesmo depois de a reportagem insistir e ligar cobrando uma resposta.

INFRA��ES
Imperam abusos de grande ousadia pelas vias dos quarteir�es que cercam o trecho de 230 metros da Rua Pium-�, no Bairro Cruzeiro, entre as ruas Rio Verde e Montes Claros. O local � onde mais infra��es de tr�nsito foram flagradas pela reportagem. O volume de carros que chega para abastecer os 15 bares que funcionam nesse segmento � t�o grande que dois estacionamentos foram abertos para dar conta da demanda por vagas. Na quarta-feira, noite de futebol, todas as casas noturnas estavam abertas e movimentadas. Na esquina com a Rua Rio Verde, um flanelinha sentado numa cadeira de pl�stico abordava quem ia estacionar na rua, ofertando o servi�o de vigil�ncia do ve�culo mesmo para quem parava em locais proibidos.

No lado direito da rua, 15 ve�culos estavam parados em estacionamentos proibidos, invadindo um ponto de �nibus e bloqueando a garagem de uma casa. �s 20h06, a reportagem fez o primeiro contato por telefone pelo n�mero 156 requisitando provid�ncias da PBH em todo o trecho da Rua Pium-�. “Nossa fiscaliza��o vai enviar a equipe mais pr�xima para averiguar a situa��o”, disse em resposta quase autom�tica a atendente que registrou a reclama��o ap�s passar um n�mero de protocolo.

A reportagem esperou que algu�m aparecesse por uma hora e meia, mas nem sinal das autoridades de tr�nsito. Enquanto isso, as vagas nas ruas foram ficando t�o cheias que os carros que chegavam come�aram a estacionar sobre as faixas de pedestres de todos os cruzamentos, sem qualquer constrangimento. Uma viatura da Pol�cia Militar era a �nica presen�a da lei a passar por l� com frequ�ncia, mas sem tomar qualquer atitude sobre esse problema.

�s 21h40, a reportagem ligou novamente para reclamar sobre o n�o comparecimento dos fiscais na Rua Pium-�. A resposta foi inesperada. “Nossa equipe informou ter comparecido ao local e n�o constatado nenhuma irregularidade. Quer gerar uma nova solicita��o?”, perguntou um atendente. Mais uma vez, ningu�m apareceu para desobstruir os lugares irregularmente ocupados pelos ve�culos, que por l� permaneceram madrugada adentro pelo tempo que seus propriet�rios quiseram.

“Para a gente que pega �nibus, esse tanto de carro parado no ponto � muito ruim. Se a gente fica no passeio, n�o consegue ver o �nibus vindo e o motorista n�o enxerga a gente. Se n�o formos para a rua, acabamos perdendo o �nibus ou temos de sair correndo para pedir para abrir a porta quando o motorista para no tr�nsito da frente dos bares”, reclama a secret�ria Maria Silveira Pinho, de 43 anos, que diariamente embarca no �nibus da linha 9106 para ir de sua casa, no Bairro Sagrada Fam�lia (Regi�o Leste), para o escrit�rio onde trabalha, no Cruzeiro.

Nos bairros S�o Pedro e Santo Ant�nio, na Regi�o Centro-Sul, os bares e uma boate que ficam na Rua S�o Rom�o, entre as ruas Lavras e Santo Ant�nio do Monte tamb�m atraem muitas pessoas que acabam estacionando em locais proibidos. Mais uma vez, a reportagem usou o telefone para acionar a fiscaliza��o de tr�nsito, �s 20h30 de quinta-feira. Dessa vez, uma minivan da BHTrans apareceu descendo a rua em quest�o e parou no sem�foro da esquina com a Rua Vi�osa, de onde era poss�vel enxergar v�rios carros parados em local proibido, ocupando o espa�o que era para ser usado pelos carros, caminh�es e �nibus para manobrar.

S� que em vez de descer para conferir ou acionar os caminh�es de reboque, os agentes viraram na Rua Vi�osa sem nem sequer passar pelo local indicado na reclama��o. Questionada sobre o fato, a atendente da PBH mais uma vez disse que a equipe esteve no local, mas que n�o constatou qualquer irregularidade.

Apesar de ter todos os protocolos abertos pela reportagem indicando infra��es e requisitando a fiscaliza��o, at� o fechamento desta edi��o a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) n�o soube responder por que seus agentes nem sequer compareceram aos locais, apesar de cada abertura de protocolo ter sido seguida de cobran�a e de uma resposta dos atendentes, ainda que insatisfat�ria.

OLHOS FECHADOS Ao longo de 100 metros de faixas onde � proibido estacionar e inclusive numa curva estreita, cada cent�metro da Avenida Prudente de Morais foi ocupado por um dos 23 carros que conseguiram se amontoar ali. Os propriet�rios dos ve�culos se divertiam num bar pr�ximo, na esquina com a Avenida do Contorno, e deixaram seus carros em posi��o que tornava a via mais estreita ao tr�fego e atrapalhava as garagens de dois edif�cios na noite de quinta-feira.

Mesmo depois de uma viatura da Guarda Municipal estacionar perto do local, nenhum dos clientes do bar saiu para retirar o ve�culo em evidente transgress�o de tr�nsito. Os guardas que l� apareceram tamb�m n�o importunaram os donos dos carros nem acionaram qualquer �rg�o competente para realizar o reboque e aplicar multas.

Segundo informou a assessoria de imprensa da Guarda Municipal, “somente os agentes do grupamento de tr�nsito est�o credenciados para realizar fiscaliza��o e autua��o. Tais podem ser diferenciados e reconhecidos pelo uso da cobertura (quepe) branca”.

Um servi�o que funciona
No Buritis, show em bar com concentração de jovens levou barulho a 93% além do permitido(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)
No Buritis, show em bar com concentra��o de jovens levou barulho a 93% al�m do permitido (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A PRESS)


O barulho provocado por igrejas, com�rcios e casas noturnas tamb�m pode ser denunciado pelo telefone 156. A reportagem do Estado de Minas testou tamb�m a efici�ncia do servi�o e ao contr�rio da fiscaliza��o de tr�nsito, os agentes do disque sossego responderam prontamente, marcando imediatamente uma visita � resid�ncia de quem se queixou dos ru�dos de m�sica alta e dos frequentadores de bares e boates. O servi�o � regionalizado, ou seja cada uma das nove secretarias de administra��o regionais tem uma equipe com medidores de press�o sonora que v�o at� as casas avaliar a intensidade do inc�modo.

No Bairro Buritis, na Regi�o Oeste, um dos estabelecimentos no entorno do Uni-BH reuniu um grande n�mero de jovens para uma apresenta��o musical no seu interior, na noite e madrugada da  quinta-feira. A m�sica e os gritos dos frequentadores chegaram a registrar 87 decib�is (dB) a uma dist�ncia de 30 metros do estabelecimento, superando em 93% o limite estabelecido pela legisla��o municipal que � de 45 dB para o per�odo a partir da meia-noite. O ru�do, que �quela dist�ncia � quase t�o intenso quanto o de um secador de cabelos, escapa para os edif�cios vizinhos pela cobertura do bar, que � vazada, levando os vizinhos a protestar.

No Bairro S�o Pedro, na Regi�o Centro-Sul, os ru�dos da m�sica de uma boate na Rua S�o Rom�o eram contidos pelo tratamento ac�stico do estabelecimento, mas a gritaria dos frequentadores ao deixar ou chegar � casa noturna causam grande inc�modo aos vizinhos, sobretudo na madrugada. A reportagem foi tamb�m ao Bairro Uni�o, na Regi�o Nordeste, na Avenida Alberto Cintra, onde a edi��o da semana passada denunciou abusos com som alto em v�rias casas noturnas. Na quinta-feira, ainda que o ru�do externo chegasse aos 70 decib�is na madrugada, n�o foram constatados exageros nas m�sicas de sons mec�nicos e apresenta��es ao vivo.


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