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Estado de Minas

T�tulo de Patrim�nio da Humanidade aumenta interesse pelo conjunto da Pampulha

Somente o Museu de Arte da Pampulha, antigo cassino, recebeu no �ltimo domingo 3.010 visitantes, quase o dobro do anterior


postado em 30/07/2016 06:00 / atualizado em 30/07/2016 07:55

(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A.Press)
(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A.Press)

Belo-horizontinos redescobrem a cidade, brasileiros chegam de longe para conferir a arquitetura e estrangeiros incluem a capital em seu roteiro. Desde a eleva��o do conjunto moderno da Pampulha a Patrim�nio Cultural da Humanidade, pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco), as constru��es projetadas por Oscar Niemeyer (1906-2012) no in�cio da d�cada de 1940 e interligadas pelo espelho d’�gua n�o param de atrair visitantes. Basta ir � Igreja de S�o Francisco de Assis, � Casa do Baile ou ao Museu de Arte (MAP) para notar os olhares atentos, principalmente no fim de semana, ou conferir os levantamentos da Funda��o Municipal de Cultural (FMC) e Belotur, vinculadas � Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), e da Arquidiocese de BH.

Aberto ao p�blico para mostrar uma exposi��o onde a estrela � “o pr�prio pr�dio”, como diz a gestora Carolina Andreazzi, o Museu de Arte da Pampulha, antigo cassino, recebeu no �ltimo domingo 3.010 visitantes, quase o dobro do anterior (1.522), quando houve a vota��o do Comit� do Patrim�nio Cultural da Unesco, em Istambul, Turquia – na v�spera, foram 738. Em junho, a m�dia nos fins de semana era de 580 por dia. “BH est� numa virada hist�rica, entrou para os principais destinos nacionais. Nem a Copa do Mundo trouxe tanta visibilidade no pa�s e no mundo como agora com o t�tulo, o que vai demandar novas a��es e um plano de neg�cios e eventos mais robusto”, informa o diretor de Promo��o Tur�stica da Belotur, Gustavo Mendicino. A expectativa � de que, com a Olimp�ada, o turismo cres�a ainda mais.

O t�tulo de Patrim�nio Cultural da Humanidade � um poderoso chamariz para os s�tios hist�ricos em todo o mundo, como disse ao Estado de Minas o representante da Unesco no Brasil, Lucien Mu�hoz, que estar� na capital, no dia 17, para a entrega oficial do diploma, em cerim�nia no MAP. A Casa do Baile, atual Centro de Refer�ncia em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte, na orla Otac�lio Negr�o de Lima, n�o fica atr�s em prefer�ncia. No domingo passado, o n�mero cresceu e surpreendeu os gestores: 1.386 pessoas, contra 447 do dia da vit�ria. O Iate T�nis Clube tamb�m est� aberto � visita��o, desde que o interessado se identifique na portaria.

Primeiro olhar

A partir de 25 de agosto, dentro da programa��o comemorativa da conquista do t�tulo, o MAP vai iniciar uma exposi��o sobre a prata da casa, que se traduz pelo acervo modernista da reserva t�cnica, totalizando  1,4 mil obras de arte, com trabalhos de Guignard, Volpi e outros artistas, diz Carolina. “Por enquanto, as pessoas est�o vindo para ver o museu, que tem espelhos belgas, m�rmores amarelos portugueses, �nix argentino e o inox, uma inova��o para a´ï¿½poca da constru��o. Estamos recebendo fam�lias inteiras, de 15 pessoas”, afirma a gestora. Para todo mundo ver melhor o pr�dio e caminhar pelas rampas, os carros n�o podem mais parar na frente do museu, havendo um estacionamento do outro lado da avenida.

Na tarde de quarta-feira, a t�cnica de enfermagem Enedina da Silva Barbosa Ramos, acompanhada das filhas Rayane, de 17 anos, e Rafaella, de 11, aproveitou as f�rias para um passeio diferente “Nunca tinha vindo ao museu, embora corra na orla com meu marido”, disse Enedina, residente em Venda Nova. As tr�s se encantaram com as esculturas expostas nos jardins projetados pelo paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994): O abra�o, em m�rmore, de Alfredo Ceschiatti (1918-1989), Pampulha, de Jos� Pedrosa (1915-2002), e Nu, do polon�s Augusti Zamoyski (1893-1970), caminharam pela rampa de acesso e admiraram a lagoa na tarde ensolarada. “� algo diferente, inovador”, afirmou Rayane. Para elas, s� falta mesmo a despolui��o das �guas.

A constru��o, apelidada de Pal�cio de Cristal e que funcionou como cassino de 1943 a 1946 – o museu come�ou em 1957 –, foi parada obrigat�ria, na tarde de quarta-feira, para uma turma de 30 estudantes, na faixa et�ria de 14 a 17 anos, do Instituto Federal de Rond�nia, c�mpus Vilhena. “Viajamos tr�s dias para conhecer a Pampulha. Depois, vamos a Ouro Preto”, contou o professor de hist�ria e chefe do Departamento de Extens�o, Eder Carlos Cardoso Diniz, ao lado dos colegas Ant�nio S�rgio Florindo dos Santos, de matem�tica, Marisa Rodrigues de Lima, de f�sica, e Maria Consuelo Moreira, de geografia. Celebrando a amizade, Marisa e Maria Consuelo deram um abra�o imitando a escultura de Ceschiatti. Mas os seguran�as j� avisaram que n�o h� problema em reproduzir a cena, desde que ningu�m pise no jardim.

Os estudantes dos cursos t�cnicos de edifica��es, inform�tica e eletromec�nica percorreram o sal�o principal, que tem p�-direito de 7 metros, a �rea reservada para exposi��o (500 metros quadrados) e os gramados e jardins distribu�dos por 14 mil metros quadrados. “A arquitetura moderna � cativante e inspiradora, pois muitos profissionais continuam se espelhando em Niemeyer”, afirmou a estudante de edifica��es Larissa Elisa dos Santos Oliveira, de 16. Pela primeira vez em BH, Tiago Jos� Modena, de 15, de inform�tica, considerou o patrim�nio da Pampulha “impactante” e a viagem “uma experi�ncia incr�vel”. Para o jovem, a arte deve ser sempre valorizada.

Pertencimento


Considerado um dos pontos de maior procura pelos turistas, embora nem todos visitem o interior do templo, a famosa Igrejinha da Pampulha, segundo dados da Arquidiocese, registrou 144 pessoas no dia 17, quase o triplo do domingo anterior (55). No dia 18 (segunda-feira), atingiu 603 e, na ter�a, 593. “H� uma redescoberta da Pampulha pela popula��o de Belo Horizonte, que est� demonstrando um sentimento de pertencimento. Os n�meros apontam esta nova realidade em rela��o ao patrim�nio”, explica o presidente da FMC e interino da Belotur, Le�nidas Oliveira.

As fotos de grupos e selfies na frente da obra de C�ndido Portinari (1903-1962), sobre S�o Francisco de Assis, j� viraram marca registrada na igrejinha da Pampulha – e n�o foi diferente com a moradora de Contagem Cl�udia L�cio, acompanhada da filha Deise Magalh�es e da sobrinha Elaine Oliveira com a filha Maria Eduarda, de 5, residentes em Betim. “Conhe�o a Pampulha desde 1982 e sempre gostei. Era um lugar um pouco descuidado, mas melhorou”, disse Cl�udia. Deise n�o tem d�vidas de que “est� perfeito”. H� um ano e meio na capital, a enfermeira Viviane Aranda, de Governador Valadares, considerou a igrejinha“aconchegante”.

Enquanto isso...

...banheiros s�o readequados


Entre as a��es para atender melhor ao turismo, que reclama muito da falta de banheiros, a prefeitura vai readequar os sanit�rios masculinos e femininos existentes sob uma constru��o na Pra�a Dino Barbieri, interligada � igrejinha da Pampulha. De acordo com a Belotur, a conquista do t�tulo dever� aquecer o mercado de turismo, j� sendo sentidos os efeitos nos receptivos, hot�is e restaurantes. O gerente do restaurante Juscelino, Wanderson Cabral, aberto todos os dias, j� nota um movimento maior de estrangeiros e brasileiros. Considerando ainda cedo para falar a taxa de aumento, ele observa que “h� muita gente diferente” no peda�o. Um vendedor de coco tamb�m comemora os novos tempos, certo de que a bebida geladinha � �tima pedida para turbinar o passeio.

ESTRANGEIROS NA ORLA

A empresa Uber, que oferece transporte por meio de aplicativo, fez levantamento mostrando a proced�ncia dos passageiros estrangeiros que chegam a Belo Horizonte e v�o conhecer a Pampulha. Eles s�o, por ordem, dos Estados Unidos, Reino Unido, M�xico, Fran�a e Cingapura. A pesquisa foi feita no per�odo de 15 de janeiro a 15 de julho. “Coletamos os dados de forma agregada nesse per�odo e temos as ‘top 5 nacionalidades’. � a primeira vez que juntamos dados assim de uma regi�o espec�fica da cidade”, informa a empresa, via assessoria de imprensa.


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