
Eram 5h quando Avelino aceitou uma corrida de um casal e de um amigo que sa�am de uma festa. Cerca de 300 metros depois, com o carro em movimento, ele ouviu um estampido e, em seguida, sentiu o rosto queimar. O vidro da janela do motorista foi quebrado. Ao parar o ve�culo, ele passou a m�o no rosto e viu o sangue dos ferimentos causados pelos estilha�os. “Eu escutei o barulho de arma de fogo. A primeira atitude que tive foi perguntar aos passageiros se eles haviam se machucado, mas, felizmente, ningu�m se feriu”, conta. Assustados e ao constatarem que o motorista estava ferido, os clientes sugeriram descer e pegar outro Uber. “Como foram les�es leves, eu me comprometi a lev�-los em casa, no Bairro Jardim Atl�ntico (na Pampulha), em seguran�a.”
Depois de deixar o grupo, o motorista ligou para o 190, da Pol�cia Militar, sendo orientado a procurar o batalh�o mais pr�ximo para registrar boletim de ocorr�ncia. Ao vascular o carro, um Renault Logan, encontrou uma esfera met�lica de aproximadamente 8 mil�metros. “Ela entrou pela janela, bateu no teto e ricocheteou na parte traseira do ve�culo”, diz.
O sargento Ronaldo Aquino, da 6ª Companhia do 1º Batalh�o, informou que, provavelmente, o disparo foi feito por arma de fogo, embora a esfera met�lica n�o seja caracter�stica de cartuchos de armas industriais, mas de artefatos caseiros. “Devido ao impacto causado no vidro, � muito prov�vel. Atirando com a m�o contra o vidro, uma pessoa jamais causaria esse estrago”, disse. “O motorista teve muita sorte, pois o proj�til passou a poucos cent�metros da cabe�a dele, e poderia ainda ter atingido os passageiros que estavam no banco de tr�s do carro”, afirmou.
Wilson Avelino, que trabalha com o Uber h� cinco semanas, n�o pensa em desistir do servi�o de transportes. Ele lamenta apenas os preju�zos financeiros que ter�, por causa do conserto do ve�culo e pela impossibilidade de exercer a atividade durante esse per�odo. “N�o posso dizer que foi um taxista, porque n�o vi. Mas pe�o aos loucos que fizeram isso, que s�o seres humanos, que parem e n�o agridam outros seres humanos. Mais que sobreviver, precisamos viver.”
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Uber informou que considera inaceit�vel o uso de viol�ncia contra seus parceiros e ressaltou que todo cidad�o tem o direito de escolher como quer se movimentar pela cidade, assim como o direito de trabalhar honestamente. “Orientamos os usu�rios e motoristas parceiros a contatar imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem amea�ados. � importante tamb�m fazer um boletim de ocorr�ncia, para que os �rg�os competentes tenham ci�ncia do ocorrido e possam tomar as medidas cab�veis”, informou.