
Com recursos assegurados pelo programa municipal Adote um bem cultural, o futuro museu, que substituir� o Centro de Refer�ncia da Moda (CR Moda), tamb�m da FMC/PBH e criado h� quase quatro anos, manter� o acervo seguindo duas vertentes: “Teremos o foco na mem�ria e tamb�m na contemporaneidade. Na verdade, n�o ser� um museu nos moldes tradicionais, mas com um enfoque bem atual”, afirma Le�nidas, explicando que, no primeiro pavimento do im�vel, ficar� a reserva t�cnica.
As paredes j� pintadas no tom areia, encobertas pelos andaimes e tela, j� mostram um contraste com a parte escurecida pela fuligem e o tempo. “Al�m da pintura, o pr�dio ser� iluminado externamente e ter� alguns vidros quebrados substitu�dos. Ele est� muito sujo, com picha��es”, diz o presidente da FMC. Tombado pelo Conselho Deliberativo Municipal do Patrim�nio Cultural de BH e Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG), o edif�cio erguido entre 1911 e 1916 sediou a C�mara Municipal de BH, Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimar�es e Centro Cultural de BH at� chegar ao CR Moda.
OCUPA��ES Na tarde de ontem, quem passava na Avenida Augusto de Lima n�o deixava de observar os trabalhadores sobre os andaimes. “Esse pr�dio � muito lindo. Meu pai trabalhou a�, quando era C�mara Municipal”, disse a produtora cultural Fernanda Gomes, residente em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Olhando para a torre, ela contou que esteve no pr�dio h� algum tempo e viu que essa parte estava interditada “Quando era crian�a, gostava de subir na torre. L� dentro, quase tudo � de madeira, principalmente as escadas”, disse Fernanda.
Moradora do vizinho Bairro de Lourdes h� muitos anos, a pedagoga Edith Rooke costuma passar pela Rua da Bahia, mas teve nunca curiosidade de entrar no pr�dio. “Santo de casa n�o faz milagre”, brincou, para em seguir dizer que, quando o Museu da Moda estiver funcionando, far� quest�o de visit�-lo. O advogado Carlos Alberto, morador da Pampulha e trabalhando h� 34 anos na regi�o, fez quest�o de destacar o estilo manuelino da constru��o. “Ele teve diversas serventias. � realmente um pr�dio muito bonito no Centro da capital, deve ser restaurado”, afirmou.
Conforme o Iepha, a linguagem arquitet�nica ecl�tica do pr�dio, que foi ocupado inicialmente pelo Conselho Deliberativo, sede do Legislativo (a partir de 1947), biblioteca e primeira r�dio da cidade, mescla elementos variados trazidos do neog�tico, com caracter�sticas manuelinas. O registro de tombamento informa que “o projeto da edifica��o teve a autoria do arquiteto Francisco Izidoro Monteiro, sabendo-se tamb�m que trabalharam na ornamenta��o interna Jo�o Morandi e o entalhador Gabriel Galante. A implanta��o em esquina destaca a imponente torre sobre a escadaria (estruturada em metal) e um espa�o que corresponde � antiga sala das sess�es, a qual possui interessante teto de madeira recortada e pinturas com elementos navais”
Acervo ter� 2 mil pe�as
Trajes masculinos e femininos, chap�us enfeitados com flores, penas ou rendas, luvas de cetim e joias pertencentes � comiss�o construtora da capital e �s fam�lias pioneiras. O acervo de import�ncia hist�rica vai compor o Museu da Moda, da Funda��o Municipal de Cultura (FMC), a ser inaugurado em novembro, em Belo Horizonte, no pr�dio que j� foi sede do Legislativo Municipal e do Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimar�es, entre outras ocupa��es. Segundo a FMC, j� est�o armazenadas cerca de 2 mil pe�as que v�o do s�culo 19 � d�cada de 1980 e guardam o charme da cidade fundada em 1897. “O Museu da Moda ser� o primeiro do pa�s ao expor vestimentas e objetos de �poca originais. Moda n�o � apenas tecido, � muito mais, pois envolve comportamento, costumes e outros aspectos”, afirma o presidente da institui��o, Le�nidas Oliveira. Al�m do restauro, outra medida em andamento, e a cargo de uma comiss�o especial, � a elabora��o do projeto museol�gico, que trata do planejamento e conceito.