
O Sindicato dos Trabalhadores nas Ind�strias Qu�micas, Farmac�uticas e Material pl�stico (Stiquifamp) de Juiz de Fora, na Regi�o da Zona da Mata, pretende pedir, nesta quarta-feira, a interdi��o da f�brica da Ind�stria de Material B�lico do Brasil (Imbel). O paiol da empresa explodiu no fim da noite de ter�a-feira causando danos em casas em bairros pr�ximos ao local. Funcion�rios afirmam que o im�vel onde eram guardadas as muni��es e explosivos ficou completamente destru�do.
De acordo com o presidente do Stiquifamp, Scipi�o da Rocha J�nior, o pedido � para dar mais seguran�a para os trabalhadores. “Pedimos a interdi��o da empresa at� que o Corpo de Bombeiros d� um laudo atestando a seguran�a dos trabalhadores. Queremos uma a��o mais r�pida, porque a situa��o l� dentro da empresa � cr�tica”, afirmou J�nior, que se encontrou com os trabalhadores na porta da f�brica. O pedido ainda n�o foi analisado.
A unidade da Imbel fica na Avenida Juscelino Kubitschek. A explos�o ocorreu por volta das 23h30 em um dep�sito que armazenava muni��es. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o Ex�rcito (respons�vel pela f�brica) usou um drone para fazer uma varredura no local, verificando a extens�o dos danos. H� dois pai�is ao lado do primeiro, sendo que apenas um deles teve o telhado danificado. Eles s�o separados por uma barreira composta por terra, o que possibilitou a preserva��o.
Os bombeiros informaram que um dep�sito de materiais qu�micos teve um princ�pio de inc�ndio, apagado pelas equipes. Ele abrigava 36 bombonas de �cido sulf�rico, e a maioria delas apresentou vazamento. O material ficou em uma bacia de conten��o e a retirada ser� feita por uma empresa especializada. Cinco viaturas do Corpo de Bombeiros, com 12 militares, participaram da a��o na Imbel. Os militares finalizaram o combate por volta das 3h, e outra equipe foi encaminhada ao local �s 6h para fazer o rescaldo, eliminando poss�veis riscos.
Um funcion�rio, que n�o quis se identificar, informou que v�rias muni��es ficaram espalhadas pela empresa. “O paiol desapareceu e s� sobrou ferragem. Tem muni��o esparramada pelo campo em forma geral. At� granadas com explosivo em atividade. Pode haver riscos com os focos de inc�ndio, por isso o Corpo de Bombeiros ainda faz o resfriamento”, contou.

Susto e preju�zos
Outra funcion�ria da empresa, que tamb�m preferiu o anonimato, estava em casa com os dois filhos pequenos, o mais velho tem 5 anos, quando as explos�es ocorreram. “Moro na vila da empresa. Foi um barulho ensurdecedor. Teve um barulho muito forte e, em um primeiro momento, pensei que n�o era nada. Na segunda explos�o, sa� de casa e vi um clar�o. O vidro da minha casa foi destru�do. Foi muito assustador”, contou. Segundo a mulher, todos foram orientados a deixar os im�veis e sair da regi�o por causa dos riscos.
A dona de casa Celi Eveling disse que foi poss�vel perceber a explos�o no Bairro Ponte Preta, onde mora. Segundo ela, a regi�o � distante do Ara�jo, onde fica a unidade. Ela e marido estavam acordados quando a explos�o ocorreu. “A gente mora perto do distrito e tem muitas f�bricas. Pensei que era at� uma f�brica daqui que tinha explodido. Logo depois a gente viu pelas redes sociais que foi na Imbel, que � bem longe”, explica.
Segundo ela, houve muita confus�o com mensagens se espalhando pela internet, dizendo para as pessoas ficarem alertas e sa�rem de suas casas, mas n�o houve nada grave. “S� mesmo janelas e telhados tremendo. At� quem mora nos apartamentos percebeu. Parecia uma descarga el�trica muito alta, como um rel�mpago”, comenta.
“Deu um barulho muito forte. Os vidros aqui at� balan�aram, a gente levou um susto enorme. Eu tinha acabado de deitar pra dormir, quando houve a explos�o e todo mundo pulou da cama”, conta a aut�noma Marilene Andrade Lopes, que mora com a fam�lia no V�rzea, perto do Bairro Benfica. Ela disse que nunca viu um incidente deste tipo na regi�o. “O fogo n�o deu pra ver, mas a explos�o foi muito forte. Na hora a gente pensa que o mundo est� at� se acabando”.
O Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora informou que houve p�nico entre os moradores ap�s a explos�o, pois as pessoas temiam que o inc�ndio se espalhasse por outros locais. Os bombeiros receberam uma s�rie de liga��es e informaram aos moradores que eles seriam comunicados caso houvesse necessidade de evacua��o das casas. No entanto, conforme a corpora��o, peritos do Ex�rcito descartaram a possibilidade ap�s uma vistoria no local. Algumas casas no entorno tiveram danos em janelas e portas, com quebra de vidros. A Defesa Civil da cidade foi chamada.
Por meio de nota divulgada nesta manh� pelo Ex�rcito Brasileiro, a Imbel confirmou que a explos�o n�o deixou v�timas. O paiol destru�do armazenava explosivos e a empresa abriu um inqu�rito t�cnico-administrativo para apontar as causas do acidente.
RB