
Marcelo afirma que a cada ano o festival refor�a seu legado de popularizar o jazz em BH. “As pessoas gostam muito. E mesmo quem n�o conhece, se envolve com a m�sica que � agrad�vel e alegre. Al�m disso, o festival tem grandes pontos positivos. � um evento de muitas horas, que come�a � tarde e se estende at� a noite, o que permite pessoas de todas as idades virem para se divertir”, diz.

O evento teve ainda uma competi��o de lindy hop, nas categorias iniciante e intermedi�rio, com dan�arinos de BH e tamb�m dos estados de S�o Paulo e Rio de Janeiro, que vieram exclusivamente para o evento. “J� fiz dan�a e experimentei outros estilos. Cada um tem sua peculiaridade, mas o lindy foi o que mais me encantou, pela intera��o que essa dan�a permite e pela leveza que ela traz”, afirma a estudante mineira Marina Barra de Melo, de 29, que dan�a lindy hop desde mar�o.
No meio da tarde, foi a vez das artistas do Caffeine Trio subirem ao palco. Formado pelas cantoras Sylvia Klein, Renata Vanucci e Car� Renno, o grupo fez uma s�ntese do jazz dos anos 1920, marcado pelo sofisticado close harmony, com ritmos da sonoridade brasileira. Nessa mistura bem-humorada, entraram leituras swingadas de m�sicas como Ta�; Aurora; Tico Tico; e Meu sangue ferve por voc�.

Pegando um pequeno copo de aperitivo, o dono do museu pergunta e responde: “Sabe por que o guardei? � porque o relevo � do lado de dentro, e n�o de fora. Assim, tamb�m mantive esta placa “Ar condicionado”, simplesmente por estar escrito “Ar condiconado”. As placas tamb�m ocupam lugar de destaque, e algumas est�o em exposi��o no Centro Cultural Banco do Brasil, na Pra�a da Liberdade. Certo de que � respons�vel por um tesouro cultural, Ant�nio Carlos cita uma que gosta muito: “Sapataria. Aqui n�o fazemo sapato s� consertamo. As veiz faz”. J� no Espa�o do Conhecimento UFMG, a exposi��o Processaber, aberta para visita��o at� 25 de setembro, exibe parte desse inestim�vel patrim�nio.
Artistas pl�sticos, designers e estudantes, com seus professores, s�o visitantes contumazes do acervo. “N�o quero um museu de antiguidades, mas em constante movimento. Tenho pe�as de 300 anos e tamb�m de dois dias atr�s”, revela o guardi�o. Quando esteve no local, o ex-goleiro da Sele��o Brasileira Emerson Le�o se emocionou ao ver as tesouras de alfaiete, profiss�o que seu pai exerceu. J� o franc�s Pierre Catel, respons�vel por v�rios projetos museogr�ficos em Minas, se espantou ao ver acervo de tal dimens�o. “Ele disse que tenho objetos para 90 museus”, recorda Ant�nio Carlos com alegria.
Ao visitar o acervo, o secret�rio de estado de Cultura e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) Angelo Oswaldo, observou que “Ant�nio Carlos Figueiredo estabeleceu uma cole��o inusitada, que brota do cotidiano de ontem ou do amanh�, ao buscar todo tipo de objeto que referencie a vida que passa. Com isso, criou um formid�vel acervo hist�rico, repleto de narrativas, no qual os espectadores encontrar�o ou formar�o as mais diversas perspectivas de compreens�o do cotidiano”.