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Estado de Minas

Quantidade de lixo no Centro de Belo Horizonte cresce 65% em 11 anos

M�dia mensal de lixo coletado dentro da �rea da Avenida do Contorno cresce em rela��o a 2015, enquanto no restante de BH houve queda. Volume quase dobrou em uma d�cada


postado em 25/08/2016 06:00 / atualizado em 25/08/2016 07:36

Dados da SLU revelam que foram retiradas das ruas da área central 6,4 mil toneladas de detritos nos sete primeiros meses deste ano(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Dados da SLU revelam que foram retiradas das ruas da �rea central 6,4 mil toneladas de detritos nos sete primeiros meses deste ano (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)

O lixo produzido e coletado no Centro de Belo Horizonte engrossa uma estat�stica preocupante dos pontos de vista econ�mico e ambiental. Com percentual de crescimento muito acima do verificado na produ��o de res�duos retirados mensalmente em toda a cidade, os materiais descartados por resid�ncias, com�rcios e demais estabelecimentos localizados dentro dos limites da Avenida do Contorno atingiram �ndice alarmante neste ano. Dados da Superintend�ncia de Limpeza Urbana de Belo Horizonte (SLU) mostram que a m�dia mensal de 6.403 toneladas coletadas no Centro, nos sete primeiros meses de 2016, � 65,5% superior �s 3.868 toneladas recolhidas mensalmente na regi�o em 2005.

Para especialistas, o quadro � preocupante e exige interven��o imediata do poder p�blico para implanta��o de coleta seletiva e de campanhas de conscientiza��o para o consumo consciente. Em rela��o ao lixo coletado em toda a cidade, a m�dia mensal este ano subiu 30,1% em uma d�cada, apesar de o volume ter sido menor em rela��o a 2015.

Os �ndices que traduzem a realidade da coleta domiciliar na capital mineira s�o tamb�m superiores � m�dia nacional apontada no Panorama dos Res�duos S�lidos no Brasil, da Associa��o Brasileira de Empresas de Limpeza P�blica e Res�duos Especiais (Abrelpe). Segundo o levantamento, o crescimento da gera��o de lixo observado no pa�s foi de 25% no intervalo entre 2005 e 2014. O diretor-executivo da Abrelpe, Carlos Silva, afirma que a eleva��o de 65% somente no Centro de BH � alta e merece a aten��o do poder p�blico. “Est� muito acima da m�dia da cidade e tamb�m do Brasil. � mais que o dobro. � preciso que a administra��o municipal verifique o que levou a esse aumento e interfira para controle dessa produ��o de res�duos”, defende.

Entre as poss�veis causas para explicar o crescimento do lixo coletado na Regi�o Central de BH, Carlos lista o aumento populacional, o desenvolvimento da cidade, os aumentos da renda e do poder de consumo, bem como a mudan�a de h�bitos da popula��o na hora de ir �s compras. “� preciso observar que o Centro de uma grande cidade, como � Belo Horizonte, concentra uma s�rie de servi�os, com�rcios, al�m de ser uma zona de passagem. Mas o crescimento registrado na �rea central de BH est� muito acima da m�dia”, alerta.

Gastos extras com manuten��o


O diretor-executivo lembra que a progress�o r�pida na gera��o de res�duos resulta em maior preju�zo ambiental, al�m de gerar cada vez mais impacto para os cofres p�blicos nos gastos com varri��o, coleta, transporte e acondicionamento desses materiais. Desde 2008, quando o aterro da BR-040 teve sua capacidade esgotada, todo o lixo de Belo Horizonte passou a ser levado para o Aterro Maca�bas, em Sabar�. O espa�o particular foi a solu��o encontrada pela PBH para destinar seus res�duos. “Esse trabalho, desde a coleta at� o destino final, tem um custo por viagem, que aumenta com o crescimento da produ��o da quantidade de lixo”, explica.

Assim como Carlos, especialistas lembram da import�ncia de pol�ticas p�blicas que possam reduzir a quantidade de lixo. Na avalia��o da doutora em res�duos s�lidos Cynthia Fantoni, pesquisadora do Departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), faltam incentivos para a programas de reciclagem e para a implanta��o de ind�strias que possam receber e tratar esses materiais. “Em Belo Horizonte, a coleta seletiva tem muito baixa cobertura e atinge apenas alguns bairros da cidade. O poder p�blico pode interferir diretamente na quantidade de lixo gerado e coletado, mas precisa rever suas pol�ticas”, afirma Cynthia. Dados da Abrelpe mostram que grandes cidades t�m capacidade para reciclar at� 30% do lixo que produz. Em BH, esse percentual est� em torno de 10%. “Para aumentar, precisa haver investimento e campanhas que levem a popula��o tanto a reduzir quanto a separar o lixo que produz”, afirma Carlos Silva.

Especialistas defendem campanhas de conscientização(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Especialistas defendem campanhas de conscientiza��o (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
FALTA EDUCA��O Enquanto o trabalho n�o avan�a, crescem as pilhas de entulho no cora��o da cidade. Morador do Centro h� 35 anos, o diretor da Associa��o de Moradores e Amigos da Regi�o Central de BH (Amarce), Hamilton Carneiro Elian, diz acompanhar a evolu��o do lixo produzido na regi�o. “A quantidade na porta dos pr�dios e com�rcio � maior a cada ano, bem como a sujeira que fica acumulada na rua. Essa situa��o � muito degradante e afeta negativamente uma regi�o que j� � alvo de muitos outros problemas urbanos”, comenta, lembrando que, al�m de interven��o do poder p�blico, falta educa��o �s pessoas.

Por meio de nota, a SLU informou que a compara��o dos n�meros que mostram o crescimento da produ��o de lixo na �rea interior da Avenida do Contorno deve levar em conta vari�veis, como o aumento da popula��o, replanejamento dos distritos de coleta, varia��o na ocupa��o do solo urbano (verticaliza��o, novas moradias, estabelecimento de com�rcio), mudan�a de comportamento das pessoas e de empresas (maior ou menor produ��o e consumo de bens descart�veis), entre outras. Segundo o �rg�o, � preciso considerar ainda o aumento da popula��o flutuante e entender que BH � considerada uma cidade-dormit�rio para consider�vel parte da popula��o do Centro, al�m da realiza��o de eventos que re�nem maior ou menor p�blico vindo de fora, a exemplo do carnaval e da Virada Cultural.

Sobre o Hipercentro, a superintend�ncia esclareceu que o servi�o de coleta de lixo na regi�o � di�rio (de segunda a s�bado), a partir das 20h. “Trata-se de uma �rea priorit�ria por causa da grande circula��o de pessoas”, informou a SLU por meio de nota. J� a varri��o � feita tr�s vezes ao dia (manh�, tarde e noite), inclusive nas pra�as Sete, Rio Branco e Raul Soares.


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