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Estado de Minas

Mesmo em queda, assassinatos em BH ocupam alto patamar, diz especialista

Popula��o n�o deve se enganar com redu��o dos crimes na capital mineira, segundo estudioso. S�o 31 homic�dios para cada 100 mil habitantes na cidade


postado em 26/08/2016 06:00 / atualizado em 26/08/2016 12:07

Cena de homicídio no Bairro Ipiranga, Nordeste de BH. Homem morreu próximo ao Conjunto Residencial Santa Helena(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS - 12/03/2016)
Cena de homic�dio no Bairro Ipiranga, Nordeste de BH. Homem morreu pr�ximo ao Conjunto Residencial Santa Helena (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A PRESS - 12/03/2016)
Para o especialista em seguran�a p�blica Robson S�vio Reis, do F�rum Brasileiro de Seguran�a P�blica e coordenador do N�cleo de Estudos Sociopol�tico da PUC-Minas, os belo-horizontinos n�o devem se enganar com os n�meros que mostram a redu��o dos homic�dios cometidos por armas de fogo na capital.

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Segundo ele, apesar dessa queda ter sido de quase 50%, os homic�dios foram estabilizados num patamar muito alto. Hoje, em Belo Horizonte, segundo ele, continua tendo uma taxa de 31 homic�dios para cada grupo de 100 mil habitantes. “A Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) fala que 10 homic�dios para cada 100 mil habitantes j� � epid�mico essa taxa. A m�dia do Brasil � de 29”, esclarece o especialista.

Segundo Reis, Belo Horizonte registrou, at� 2013, um aumento vertiginoso dos homic�dios, com quase 1.600 mortes por ano. Em 2014, de acordo com ele, houve queda de quase 50%, lembrando que em 2013 houve reestrutura��o dos �rg�os de seguran�a do estado, com a cria��o da Secretaria de Defesa Social (Seds), e com dois programas fundamentais, tanto para melhorar a efetividade policial quanto a quest�o da preven��o, que foram a integra��o das pol�cias e o Programa Fica Vivo.

De acordo com o especialista, o Programa Fica Vivo focou exatamente nas �reas de grande concentra��o de homic�dios cometidos com armas de fogo, na disputa de gangues por territ�rio.

“N�s est�vamos num aumento ascendente de homic�dios e 2003 foi o pico. Depois, come�ou a ter uma queda bastante vertiginosa, que � o per�odo mostrado por esse estudo, mas o problema � que n�o podemos nos enganar pelos n�meros. Em primeiro lugar, apesar dessa queda ter sido de quase 50%, os homic�dios foram estabilizados num patamar muito alto”, afirmou.

Ainda de acordo com Reis, a partir de 2013 e 2014, quando come�am os picos de aumento da criminalidade, houve uma desconstru��o da pol�tica existente de integra��o policial e de preven��o. “N�o h� mais investimento no Programa Fico Vivo, que era focalizado, e come�a um desarranjo em toda pol�tica de integra��o policial.

A not�cia boa � que houve realmente uma redu��o muito grande, mas estamos comparando do momento em que havia o pico dos homic�dios, que era 2013. Justamente de 2013 e 2014 para c� � que come�aram novamente os picos dos homic�dios”, afirmou o especialista, lembrando que a tend�ncia dessas mortes continuarem caindo n�o est� presente nos �ltimos dados de homic�dios e de homic�dios por armas de fogo.

INTERIOR Em rela��o ao interior de Minas, que registrou aumento nos homic�dios por armas de fogo, segundo Reis, a quest�o foi que a pol�tica de melhoria da gest�o policial e de preven��o teve todo seu foco em Belo Horizonte e regi�o metropolitana.

“A maioria dos n�cleos do Fica Vivo � de Belo Horizonte. No interior, tanto a pol�tica de integra��o quanto a de preven��o n�o conseguiram chegar com tanta for�a. Por isso que, diferentemente da tend�ncia de baixa na regi�o metropolitana e em Belo Horizonte, no interior aumentou. Houve uma migra��o da criminalidade”, disse.

Ao contr�rio do que todo mundo pensa, segundo Reis, o problema do tr�fico de drogas n�o est� associado ao homic�dio. “N�o � porque as drogas produzem homic�dio, mas a disputa por pontos de drogas. As gangues est�o muito bem armadas. A disputa pelo com�rcio de drogas come�ou a aumentar muito no interior. E o foco da Secretaria de Defesa Social no per�odo estava todo voltado para Belo Horizonte”, conclui.

Para o estudioso, toda pol�tica de desarmamento tem incid�ncia na diminui��o de homic�dios. “O principal vetor dos homic�dios hoje em todo mundo e no Brasil, o que significa 80% e 85%, s�o as armas de fogo. O problema � o seguinte: uma boa parte dos homic�dios, ao contr�rio do senso comum, n�o s�o praticados pela disputa entre gangues e por grandes quadrilhas armadas. Uma boa parte, dependendo do local, isso varia entre 40% e at� 50%, s�o motiva��es f�teis.


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