
Depois do desembarque na capital Am�, os volunt�rios, incluindo uma adolescente, ir�o para a cidade de Fuhays, onde vivem refugiados s�rios e iraquianos carentes n�o s� do b�sico para uma vida digna como, principalmente, de solidariedade humana.
“No campo de refugiados, s� podem entrar as pessoas credenciadas pela Organiza��o das Na��es Unidas (ONU). N�s atuaremos no entorno, onde h� cerca de 8 mil s�rios e iraquianos, que foram obrigados a deixar seus pa�ses”, diz a pastora K�tia Vasconcelos Gonzalez, casada com um empres�rio, m�e de cinco filhos e entusiasmada com a viagem mission�ria.
Ela n�o teme eventuais perigos, que possam cruzar o caminho. “Medo � uma palavra que n�o conhe�o neste momento. Acho que vou amar tanto o lugar, que meu temor � n�o querer voltar”, brinca.
Na noite de domingo, o grupo formado por seis mulheres e quatro homens se reuniu no templo da Igreja Batista da Lagoinha no Bairro S�o Bento, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte, para mais uma reuni�o preparat�ria da jornada ao pa�s que ningu�m deles ainda visitou.
K�tia ressalta que todo o custo da viagem, incluindo passagem, hospedagem e alimenta��o, ficou a cargo de cada um. “� importante destacar que se trata de uma a��o interdenominacional, o que significa n�o haver v�nculo com uma igreja espec�fica”, esclarece K�tia.
FONTE DE RENDA Na bagagem, a turma vai levar uma quantia destinada � compra de cestas b�sicas; rem�dios para uma cl�nica m�dico-odontol�gica j� existente em Fuhays e montada pela organiza��o internacional Miss�o de Apoio � Igreja Sofredora (Mais), que dar� suporte aos mineiros; e material (massinha de modelagem, cadernos, abedeced�rio colorido etc.) para crian�as de at� seis anos da escolinha de refugiados, al�m de equipamentos para montar um sal�o de beleza para as mulheres.
O Mais j� atuou em outras situa��es-limite e cat�strofes em diversas regi�es do planeta, como os terremotos que atingiram o Haiti em janeiro 2010 e o Nepal, em maio do ano passado.
“Vamos levar secador de cabelo, cremes, pentes, escovas e chapinha para alisar os fios. E tamb�m linhas, agulhas e tecidos para que as refugiadas fa�am croch�, bordados e outros trabalhos manuais. O objetivo � dar oportunidade a elas de ter uma fonte de renda, vendendo seus produtos para as moradoras das cidades vizinhas ou atendendo no sal�o”, afirma K�tia.
TRABALHO SOCIAL Embora n�o conhe�a o Oriente M�dio, a pastora conta que a ajuda humanit�ria sempre esteve nos seus planos e projetos, tanto que esteve v�rias vezes em Cuba desenvolvendo trabalho social. “Essas viagens n�o t�m nada de turismo", revela, lembrando que a vida no pa�s caribenho melhorou um pouco ultimamente, da� a mudan�a de rota para a �rea de refugiados.
Nas reuni�es preparat�rias, o grupo vem estudando costumes locais para interagir melhor com os refugiados, a maioria formada por mu�ulmanos.
“Sei que n�o podemos tocar nas pessoas, olhar nos olhos ou rir alto, da mesma forma que homens e mulheres n�o podem conversar sozinhos. A cultura deve ser respeitada, ent�o vamos usar xale, roupas compridas e com mangas cobrindo os bra�os. Penso que esta viagem ser� um divisor de �guas na vida de todos n�s”, acredita a coordenadora do grupo.
Para evitar surpresas com as altas temperaturas na regi�o, os volunt�rios optaram pelo m�s de outubro, quando o clima fica mais ameno na Jord�nia.
Da caravana solid�ria far�o parte o designer gr�fico e fot�grafo Sandro Gonzalez, de 23 anos, filho de K�tia; a corretora de im�veis Gra�a Carvalho, com experi�ncia em Cuba e pronta para comandar a oficina de trabalhos manuais; o casal Paulo Henrique Leal Soares, publicit�rio, e Fabiane Dias Lopes, m�dica; a estudante Marcela Albuquerque, de 17; a engenheira civil Izabela Ponzoni; os professores Maizel Rocha e J�natan Ribeiro; e a blogueira Anna Barroso.
“Vamos levar carinho �s pessoas e ensinar trabalhos manuais, para que as refugiadas tenham uma fonte de renda e saiam da depress�o”, revela Gra�a com um sorriso de confian�a. Izabela se diz em paz, revela que aceitou de imediato o convite para integrar o grupo e quer transformar os ensinamentos de Cristo em solidariedade.
Ela j� participou da a��o Varal Solid�rio, em BH, e esteve em Barra Longa, na Zona da Mata, ajudando na limpeza de casas atingidas, em 5 de novembro, pela lama da Barragem do Fund�o, em Mariana, na Regi�o Central. “Muita gente me pergunta se estou com medo e respondo n�o: vamos levar o amor”, ressalta Izabela.
Com o cora��o aberto, a m�dica Fabiane est� disposta a ajudar no que for preciso. “Energia positiva � fundamental”, conta, com simpatia. “Estou inteirada dos costumes e sei que n�o vou poder rir alto”, avisa com bom humor.
Mais experiente em viagens, pois j� esteve na �ndia e no Nepal, um m�s depois do terremoto, Sandro lamenta a situa��o cr�tica vivida pelos refugiados, enquanto Anna se mostra feliz por levar a palavra de Deus.