
As obras de duplica��o de uma avenida pr�ximo a uma nascente provocam pol�mica em Montes Claros, na Regi�o Norte de Minas Gerais. V�rios moradores divulgaram mensagens em redes sociais manifestando a preocupa��o com a possibilidade de que o aterro da nova pista da Avenida Francisco Gaetani, na sa�da da cidade para Pirapora, venha a acabar com uma nascente que garante �gua para a lagoa do Parque Municipal Milton Prates, atra��o tur�stica da cidade. A prefeitura, que � respons�vel pelos servi�os, sustenta que n�o h� nenhum risco para a fonte ou para o lago.
A Avenida Francisco Gaetani passa no espa�o que divide a nascente e a lagoa. A preocupa��o dos moradores � que, com a duplica��o, ocorra o aterramento de um canal que conduz a �gua at� o Parque Municipal. “Ser� que n�o conseguem enxergar que est�o tentando acabar com uma nascente? J� tentaram aterrar e ela brotou de novo. Agora, est�o jogando pedra para depois aterrar e jogar algum piso por cima. Essa nascente sempre manteve a lagoa (do Parque Municipal) cheia”, reclamou um morador.
O secret�rio adjunto de Meio Ambiente de Montes Claros, Edvaldo Marques, disse que a duplica��o da Avenida Francisco Gaetani foi interrompida por quatro meses, exatamente para a regulariza��o ambiental, visando a evitar qualquer dano � nascente e � lagoa do Parque Milton Prates. “A pr�pria Secretaria de Meio Ambiente do munic�pio pediu a interrup��o das obras, para exigir a regulariza��o ambiental. Os servi�os foram reiniciados de tal forma que a nascente est� totalmente preservada”, assegurou.
Edvaldo Marques disse que o projeto da obra foi submetido ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema) e � Superintend�ncia Regional de Politica Ambiental do Norte de Minas (Supram). Segundo ele, o canal de concreto que passa debaixo da pista da avenida Francisco Gaetani foi refeito e ampliado, com a instala��o de manilhas mais largas. Desta forma, ser� facilitado o escoamento da �gua da nascente para a lagoa do Parque Municipal. “Mas, na verdade, o que garante a manuten��o da lagoa n�o � a nascente, mas sim a �gua de chuva”, disse o secret�rio adjunto.

O ambientalista Eduardo Gomes, diretor da organiza��o n�o-governamental (ONG) Instituto Grande Sert�o (IGS), afirma que acompanhou de perto o projeto de duplica��o da Avenida Francisco Gaetani e que n�o h� riscos de entupimento da nascente. Ele disse que a fonte fica 60 metros fora de faixa de dom�nio da avenida e que o aterro n�o vai atingir a �rea de preserva��o ambiental. Disse ainda que em 2008 trabalhava na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e que participou da elabora��o do processo de licenciamento de um loteamento instalado acima da nascente localizada ao lado do Parque Municipal Milton Prates. “Nas diretrizes ambientais do loteamento foi determinada a obriga��o de preserva��o de uma �rea de 8.794 metros quadrados no entorno da nascente e isso est� sendo cumprido”, assegurou.
O ambientalista afirmou que as reclama��es dos moradores s�o decorrentes da desinforma��o em rela��o aos procedimentos adotados para a libera��o da duplica��o da avenida. “A Prefeitura falha por n�o comunicar aos cidad�os sobre os procedimentos necess�rios para o licenciamento de uma obra”, disse.
Gomes argumenta ainda que houve a retirada de um lix�o e de esgoto clandestino existentes no local, que polu�am a lagoa do Parque Municipal. “Agora ser� necess�rio fazer um trabalho para o desassoreamento da lagoa”, recomenda.
(RG)