
O governador Fernando Pimentel (PT) afirmou que a a��o da Pol�cia Militar (PM) durante manifesta��o de estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) na tarde desta sexta-feira ser� apurada. Os policiais usaram bombas de efeito moral e balas de borracha para conter o protesto. Algumas pessoas ficaram feridas. A reitoria da UFMG tamb�m repudiou a a��o dos policiais e informou que est� dando apoio as pessoas feridas durante a confus�o.
O protesto de estudantes contra a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 241/55, que limita os gastos p�blicos nos pr�ximos 20 anos, terminou em tumulto entre manifestantes e a Pol�cia Militar (PM), entre a manh� e in�cio da tarde desta sexta-feira. Os policiais militares tiveram que usar bombas de efeito moral e balas de borracha para fazer os alunos liberarem a Avenida Ant�nio Carlos, em frente ao campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Por volta das 15h, o governador Fernando Pimentel lamentou o ocorrido durante o protesto na Avenida Ant�nio Carlos. “A prop�sito do lament�vel fato ocorrido nesta manh�, no Campus da Pampulha UFMG, quero aqui ratificar o mais profundo respeito � liberdade de manifesta��o dentro dos princ�pios democr�ticos e dos ordenamentos legais, orienta��o que sempre pautou este governo”, afirmou. Em seguida, disse que os fatos ser�o apurados. “Os excessos de procedimento que porventura possam ter ocorrido nesse epis�dio ser�o devidamente apurados, com divulga��o � sociedade”, completou.
No come�o da noite, o governador se encontrou com integrantes da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembl�ia Legislativa e representantes dos manifestantes no Pal�cio da Liberdade. � tarde, o grupo que participou do ato denunciou as agress�es nas comiss�es de Direitos Humanos e de Educa��o, Ci�ncia e Tecnologia, do Legislativo. Integrantes da Comiss�o de Direitos Humanos aprovou requerimento para que se solicite ao governador, entre outras provid�ncias, a instaura��o de processo administrativo disciplinar para apurar os atos dos policiais envolvidos no conflito.
A reitoria da UFMG emitiu nota de rep�dio contra a a��o da Pol�cia Militar. A institui��o considerou que a PM “interveio com excesso de for�a para dispersar membros da comunidade universit�ria – estudantes, professores e servidores t�cnico-administrativos – al�m de estudantes secundaristas”. “Durante a manifesta��o pac�fica de membros da comunidade universit�ria e estudantes secundaristas contra a PEC 55/241, a Pol�cia Militar, invadindo o Campus da UFMG, agrediu manifestantes com balas de borracha e bombas de g�s lacrimog�neo e colocou em risco a comunidade da Escola de Belas Artes e da Unidade de Ensino Infantil Ata�de Lisboa, que se encontram nas proximidades da portaria”, afirma a nota.
A UFMG informou que est� tomando todas as provid�ncias para assistir os feridos. “Leal a sua hist�ria de compromisso com a sociedade, a UFMG reitera, nos termos da nota do Conselho Universit�rio, de 17 de novembro de 2016, o reconhecimento ao livre direito de manifesta��o e o rep�dio a viola��es de direitos humanos e a quaisquer atos de viol�ncia contra membros da comunidade universit�ria e da sociedade”.
Confus�o
O protesto teve in�cio por volta das 9h na Esta��o Pampulha, do Move. Os manifestantes seguiram pela Avenida Ant�nio Carlos at� a Barragem. Depois seguiram para a frente da UFMG, onde todas as pistas foram fechadas. Com faixas e cartazes, os estudantes protestaram contra a PEC 241/55, que foi aprovado pela C�mara e, agora, est� sendo analisado pelo Senado. Um dos principais questionamentos � que, ao congelar os gastos p�blicos, o texto paralisa tamb�m os valores repassados �s �reas de sa�de e educa��o, al�m do aplicado em pol�ticas sociais.
Por volta das 11h40, depois que o tr�nsito da Avenida Ant�nio Carlos ficou totalmente fechado em dire��o ao Centro de Belo Horizonte, policiais militares utilizaram a for�a para liberar a via. Os militares atiraram bombas de efeito moral. A a��o foi filmada por algumas pessoas que passavam pelo local. Os manifestantes correram para dentro do campus. Segundo a PM, neste momento os policiais foram atingidos por pedras e paus. Por isso, tiveram que utilizar balas de borracha.
Segundo estudantes, a manifesta��o acontecia pacificamente quando come�ou o confronto. "Est�vamos protestando na avenida e resolvemos entrar na UFMG. Foi quando a pol�cia come�ou a atirar bombas e balas de borracha nos estudantes", disse uma aluna que preferiu n�o ser identificada.
A PM tem vers�o diferente. Segundo o capit�o Fl�vio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da PMMG, os estudantes ''decidiram fechar todas as vias da avenida Ant�nio Carlos. A PM negociou por horas a libera��o do tr�fego. N�s recebemos liga��es no 190 de v�rias pessoas querendo se deslocar para hospitais e para outros lugares da cidade. Era preciso liberar pelo menos parte da via, o que n�o foi aquiescido pelos estudantes''.
Segundo o capit�o, a obstru��o da avenida levou ent�o a PM a usar "instrumentos de menor potencial ofensivo. No primeiro momento, lan�ou tr�s granadas de efeito moral para dispers�o. Os estudantes correram para o campus, de onde come�aram a arremessar pedras e paus contra viaturas e policiais, que tiveram que recha�ar essa rea��o com balas de borracha".
Finalmente, um grupo de manifestantes, entre eles alguns professores, segundo o capit�o, aproximou-se dos policiais e, em nova negocia��o, decidiram se manter dentro do campus, sem preju�zo para o tr�fego. O capit�o fez quest�o de ressaltar que "a PM n�o � contr�ria a qualquer tipo de manifesta��o, mas � preciso um m�nimo de garantia do direito de locomo��o" dos cidad�os.