
O tumulto entre policiais militares e manifestantes que protestavam contra a Proposta de Emenda � Constitui��o (PEC) 55, que estabelece teto para gastos p�blicos, na �ltima sexta-feira, ser� apurada tamb�m pela Ouvidoria-Geral do Estado. O ouvidor de Pol�cia do Estado, Paulo Alkmim, pediu, nesta segunda-feira, a abertura de procedimento para investigar o ocorrido. Durante o protesto, a PM utilizou bombas de efeito moral para que manifestantes, a maioria estudantes, liberassem a Avenida Ant�nio Carlos, na Pampulha. Tiros de bala de borracha foram disparados. Aproximadamente 15 pessoas ficaram feridas.
Na sexta-feira, por de meio uma rede social, o governador Fernando Pimentel lamentou o ocorrido e anunciou que “os excessos de procedimento que porventura possam ter ocorrido nesse epis�dio ser�o devidamente apurados, com divulga��o � sociedade”. “Quero ratificar o mais profundo respeito � liberdade de manifesta��o dentro dos princ�pios democr�ticos e dos ordenamentos legais”, diz o texto. No in�cio da noite, Pimentel recebeu no Pal�cio da Liberdade integrantes da Comiss�o de Direitos Humanos e de Educa��o, Ci�ncia e Tecnologia da Assembleia Legislativa e representantes dos manifestantes e professores da UFMG. A Universidade repudiou a a��o da PM.
O protesto come�ou por volta das 9h na Esta��o Pampulha, do Move. Os manifestantes seguiram pela Avenida Ant�nio Carlos at� a barragem e se dirigiram � entrada da UFMG, onde todas as pistas foram fechadas. Com faixas e cartazes, os estudantes protestaram contra a PEC 241, que foi aprovada pela C�mara e agora, numerada como PEC 55, est� em an�lise no Senado. Por volta das 11h40, depois que o tr�nsito da Ant�nio Carlos estava fechado no sentido Centro, policiais militares usaram a for�a para liberar a via. Primeiro foram bombas de efeito moral, o que fez estudantes correram para dentro do c�mpus. Em seguida, houve disparos de balas de borracha.
O capit�o Fl�vio Santiago, chefe da sala de imprensa da PM, sustentou que a corpora��o “negociou por horas a libera��o do tr�fego”. “N�s recebemos liga��es no 190 de v�rias pessoas querendo se deslocar para hospitais e para outros lugares da cidade. Era preciso liberar pelo menos parte da via, o que n�o foi aquiescido pelos estudantes”, disse. Segundo o capit�o, a obstru��o da avenida levou ent�o a PM a usar “instrumentos de menor potencial ofensivo”. “No primeiro momento, lan�ou tr�s granadas de efeito moral para dispers�o. Os estudantes correram para o c�mpus, de onde come�aram a arremessar pedras e paus contra viaturas e policiais, que tiveram que recha�ar essa rea��o com balas de borracha”, afirmou.
Estudantes, por sua vez, ressaltam que o protesto ocorria pacificamente, negam ter atirado pedras ou paus e dizem que n�o houve negocia��o. Depois do tumulto, um grupo de estudantes e professores, segundo o capit�o Santiago, aproximou-se dos policiais e, em nova negocia��o, decidiram ficar dentro do c�mpus, sem preju�zo para o tr�nsito. O capit�o diz que a PM “n�o � contr�ria a qualquer tipo de manifesta��o”, mas defendeu que “� preciso um m�nimo de garantia do direito de locomo��o”.