O grande n�mero de obras irregulares nas favelas, sem orienta��o t�cnica e que acabam atravessando �pocas de chuvas, quando o solo est� inst�vel, est� entre as grandes preocupa��es da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de BH (Comdec) e da Companhia Urbanizadora e de Habita��o de Belo Horizonte (Urbel). Das vistorias feitas pela Comdec em �reas de risco habitadas, por exemplo, o abatimento de piso e as infiltra��es s�o dois tipos de ocorr�ncias que conseguem medir se a causa dos problemas � a interfer�ncia humana ou a a��o de fen�menos naturais. No caso do abatimento de piso, em 12 dos 16 registros feitos foi constatada alguma obra ou interven��o de moradores, 75% do total. Entre as causas de infiltra��es a a��o das pessoas chega a 19 (65,5%) das ocorr�ncias, sendo que em sete casos n�o foi poss�vel averiguar se a culpa foi da natureza ou do homem.
Atualmente, a �rea da capital mineira que mais precisou de vistorias e interven��es devido �s chuvas � o Taquaril, na Regi�o Leste, seguida do Alto Santa L�cia (Centro-Sul), Ribeiro de Abreu (Nordeste), Morro das Pedras (Oeste) e Jardim Alvorada (Pampulha). Em v�rios pontos do aglomerado do Taquaril, que faz limite com o munic�pio de Sabar�, na Grande BH, as lonas e aparatos de conten��o de madeira e concreto tentam conter encostas �ngremes onde as pessoas tentaram ampliar ou construir edifica��es prec�rias e por isso correm riscos. Num desses pontos, pr�ximo ao Bairro Alto Vera Cruz, o morador da parte baixa resolveu ampliar sua resid�ncia fazendo um corte no morro que fica ao lado da sua casa. No local, d� para ver as marcas de alavanca riscando a escava��o de oito metros de altura que exp�s barro e pedras e amea�a ceder. “N�s avisamos ao morador. D� para ver que o corte que ele fez j� est� (em �ngulo) negativo e, com essas chuvas, o risco de cair � muito grande”, afirma a diretora da Urbel.
CONSTRU��ES Num outro ponto onde uma obra chegou a p�r em risco pelo menos 12 moradias – a conta n�o � exata porque as edifica��es chegam a se subdividir entre in�meras fam�lias –, a Urbel precisou intervir e revestir de concreto e tijolos as encostas de um morro. Drenagens foram abertas e auxiliam o terreno a n�o encharcar. Ainda assim, um dos moradores j� usa a beirada de uma das drenagens para a constru��o de uma linha de tijolos. “Infelizmente h� quem destrua as estruturas para abrir mais espa�os e at� quem remova pedras dos gabi�es (cubos de telas de a�o contendo rochas para conter margens e encostas) para usar em suas obras”, afirma Isabel Volpini. Para a diretora da Urbel, o mais importante � que a comunidade auxilie nas vistorias e siga as instru��es dos t�cnicos. “Essa parceria � que nos permite ajudar quem precisa e localizar lugares amea�ados”, disse.