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Estado de Minas

Torcedor do Cruzeiro morreu eletrocutado no Mineir�o, diz pol�cia

A Pol�cia Civil informou que os laudos t�cnicos confirmam que Eros D�tilo Belis�rio, de 37 anos, bateu as costas em uma tomada em briga corporal com o seguran�a


postado em 24/11/2016 12:14 / atualizado em 25/11/2016 12:31

Eros tentou invadir um setor e segurança tentou impedí-lo(foto: Reprodução internet/Facebook)
Eros tentou invadir um setor e seguran�a tentou imped�-lo (foto: Reprodu��o internet/Facebook)
Laudos periciais confirmam que o torcedor cruzeirense Eros D�tilo Belis�rio, de 37 anos, morreu eletrocutado ap�s se envolver em uma confus�o no Est�dio Governador Magalh�es Pinto, o Mineir�o, na Pampulha. A informa��o foi confirmada pela Pol�cia Civil na manh� desta quinta-feira. O inqu�rito ainda n�o foi conclu�do, mas o delegado respons�vel pelo caso, Luiz Ot�vio Mattosinhos, da  Delegacia de Homic�dios Noroeste, j� adianta que n�o haver� indiciamento.

O caso ocorreu na noite de 26 de outubro, quando o Cruzeiro enfrentava o Gr�mio pela semifinal da Copa do Brasil 2016. De acordo com o delegado, Eros e uma amiga tinham ingressos para o setor vermelho para assistir � partida, mas ele queria passar para o setor laranja, que tem ingresso mais barato, onde estava outro grupo de amigos.

As imagens das c�meras de seguran�a do est�dio mostram o torcedor e a mulher  passando pela catraca �s 21h36. Algum tempo depois, ele se aproxima da grade que separava os dois setores e conversa com o seguran�a para tentar entrar no laranja. As imagens mostram o funcion�rio apontando para a c�mera, informando que era proibido. Segundo o delegado, ele e a mulher sobem para a arquibancada, mas voltam. Eros chega a conversar com os amigos do outro setor, antes de voltar onde o seguran�a estava, e passa pela grade, invadindo o setor vermelho.

Depois disso, o seguran�a tentou imobilizar Eros, tentando segur�-lo pelo bra�o, mas ele consegue se desvencilhar. O homem ainda tenta aplicar duas rasteiras no torcedor, sem sucesso, e leva dois socos. No meio da briga, os dois bateram contra uma porta, que n�o resistiu ao peso. “Ent�o ele coloca ele na parede, objetivando imobiliz�-lo. Perto dessa parede existia uma porta. Um peso a� de cerca de 200 quilos sobre essa porta.  A porta se abriu, ela estava trancada”, explica o delegado

Na �poca do caso, um amigo do torcedor chegou a dizer que ele foi agredido com uma gravata por tr�s, mas a pol�cia afirma que o tepo todo eles estavam de frente um para o outro. “O Eros a todo momento estava de costas para a parede, e o seguran�a de frente para o Eros. Eles viram dentro da sala, o Eros de costas para a parede, o seguran�a segurando por baixo das axilas do Eros”.

As c�meras n�o mostram o que ocorreu dentro da sala, j� que o espa�o, usado como dep�sito, n�o era monitorado por c�meras. Foi dentro do c�modo que ocorreu a eletrocuss�o. “Nesse momento da entrada, existia uma lanterna carregando em um benjamim. Essa parte superior do benjamim, junto com a lanterna, cai no ch�o. Os dois contatos ficam expostos e estavam ligados em uma voltagem de 220. Eros toma um choque”. Em seu depoimento, o seguran�a disse que o rapaz mostrou sinais de ter ficado sem ar e perdeu os sentidos.

Sem mudar de posi��o, o seguran�a tira Eros da sala, segurando o rapaz por baixo das axilas. A sa�da � flagrada pelas c�meras. As imagens mostram a chegada de um segundo seguran�a, que n�o chega a auxilar o colega. O cruzeirense � colocado no ch�o. Amigos de Eros chegam e tentam socorr�-lo. Uma equipe de resgate chega em uma ambul�ncia e faz manobras de massagem card�aca. Ele foi levado para o ambulat�rio do est�dio, onde foi entubado, e levado para o Hospital Odilon Behrens.

Fotos da Polícia Civil mostram que a porta foi arrombada. O segurança e Eros entraram na sala, uma lanterna caiu da parede e Eros recebeu uma descarga elétrica ao encostar no circuito elétrico descoberto(foto: Polícia Civil/Divulgação)
Fotos da Pol�cia Civil mostram que a porta foi arrombada. O seguran�a e Eros entraram na sala, uma lanterna caiu da parede e Eros recebeu uma descarga el�trica ao encostar no circuito el�trico descoberto (foto: Pol�cia Civil/Divulga��o)


INVESTIGA��O Durante as investiga��es, a equipe da Delegacia de Homic�dios Noroeste analisou, al�m dos v�deos, 10 laudos  - seis do instituto de criminalistica e quatro do Instituto M�dico Legal (IML) - e depoimentos de 11 testemunhas: seguran�as, a esposa da v�tima, a m�dica e enfermeiras que prestaram os primeiros atendimentos, torcedores amigos da v�tima e o funcion�rio Minas Arena respons�vel pela sala.

Segundo o delegado, o laudo mostra que a causa da morte de Eros foi eletropless�o (choque el�trico). Al�m disso, ele apresentava um ferimento do lado esquerdo das costas que condiz com a parte da tomada com a qual ele teve contato. A pol�cia tamb�m recolheu amostras de pele que ficaram na parte el�trica, que s�o de Eros, conforme mostrou um exame de DNA. Outro exame revelou tamb�m que Eros tinha 7,1 decigramas de �lcool por litro de sangue. “Um teor elevado de �lcool”, segundo o delegado.

No dia seguinte � morte, a  Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) informou que a v�tima deu entrada no Hospital Metropolitano Odilon Behrens �s 23h07, encaminhada por uma ambul�ncia privada que atende no Mineir�o. A Secretaria informou que Eros chegou ao hospital j� sem vida, com m�ltiplos traumas. No entanto, o delegado Luiz Ot�vio Mattosinhos diz que a informa��o n�o condiz com a apura��o da pol�cia, que mostrou o ferimento nas costas e fraturas espec�ficas. “Havia uma fratura do osso externo e dos arcos costais distais em raz�o das manobras de RCP, manobras card�acas que foram exaustivamente realizadas. Os elementos que n�s temos no inqu�rito policial n�o chegam a essa conclus�o (de multiplos traumas) n�o”.



Por fim, o delegado avalia que a abordagem do seguran�a foi correta, e que tamb�m n�o houve culpa da empresa respons�vel pelo est�dio. “A voltagem � permitida, a porta estava trancada. Era um local destinado � guarda de materiais usados para manuten��o da Minas Arena. Estava tudo perfeito”, diz. Questionado sobre o fato de uma porta trancada ter cedido, policial afirma que foi uma soma de fatores. “Naquele confronto, um peso de cerca de 200 quilos sobre essa porta, mais a for�a exercida por eles, acabou arrombando a porta”.

“N�o h� elementos para o indiciamento”, diz Mattosinhos. “Para que haja o crime, � necess�rio haver uma conduta, para que o fato seja t�pico. Como ocorreu um caso fortuito, isso exclui a culpa. Se a culpa � um dos elementos da conduta, e se n�o h� conduta, o fato n�o � t�pico. Logo, n�o h� crime”, explica. A morte do cruzeirense � classificada pelo nome t�cnico de caso fortuito. “Acontecimentos imprevistos, imprevis�veis, inevit�veis, que fogem do controle e da vontade humana”, explica o delegado.

Para concluir a investiga��o, ainda faltam dois laudos, um referente � reconstitui��o do caso e outro de vistoria estrutural do im�vel, mostrando a estrura do quarto, com a instala��o el�trica. O delegado tamb�m vai ouvir mais pessoas, mas n�o disse quem s�o para n�o prejudicar os trabalhos.


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