
Faltando pouco mais de 30 dias para o fim do prazo estipulado pela Prefeitura de Belo Horizonte para que a Lagoa da Pampulha tenha a qualidade da �gua suficiente para receber esportes n�uticos, dois dos cinco indicadores de polui��o monitorados continuam abaixo da meta. Apesar de a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) n�o fornecer dados num�ricos recentes (os �ltimos dispon�veis s�o de junho), a pasta confirma que os n�veis de cianobact�rias e f�sforo seguem, neste m�s de novembro, fora do enquadramento estipulado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para que a popula��o possa ter contato secund�rio com as �guas da represa, para atividades como navega��o. At� 31 de dezembro, a empresa vencedora da licita��o de R$ 30 milh�es para recuperar o reservat�rio precisa obter resultados que coloquem os cinco indicadores dentro da Classe 3, par�metro t�cnico que permite tamb�m irriga��o, pesca amadora e consumo por animais.
Por�m, as precipita��es deste m�s ainda n�o foram suficientes, pois ajudaram a carrear polui��o dos afluentes para a represa. Isso aumenta ainda mais a concentra��o de nutrientes que causam o desequil�brio do ambiente aqu�tico e produzem subst�ncias t�xicas ao ser humano e aos animais. Por�m, a prefeitura garante que o processo de aumento da concentra��o de nutrientes, conhecido como eutrofiza��o e evidenciado pela flora��o de algas, est� sendo revertido. “A tend�ncia � que nos pr�ximos dias a qualidade da �gua da lagoa volte a melhorar”, informa a Sudecap, em nota.
O bi�logo e especialista em recursos h�dricos Rafael Resck explica que � muito importante ter em m�os os dados num�ricos das concentra��es de cianobact�rias e f�sforo j� no per�odo chuvoso, para observar qual � o comportamento nesta �poca do ano. “Realmente, as primeiras chuvas s�o muito ruins, pois elas levam essa polui��o ao reservat�rio. A continuidade do per�odo chuvoso � que dilui os nutrientes, o que � mais comum em dezembro”, afirma o especialista. Com esse quadro, Resck acrescenta que a limpeza da lagoa passa a ocorrer em duas frentes. Por um lado, a a��o dos produtos qu�micos e por outro o papel da chuva. Por�m, o especialista adverte que a continua��o da entrada de esgoto no manancial permanece sendo um problema.
Al�m dos padr�es de cianobact�rias, que s�o as algas diretamente ligadas � concentra��o de nutrientes, e do f�sforo, que reflete a grande quantidade desses poluentes, a prefeitura est� monitorando a presen�a da mat�ria org�nica, dos coliformes termotolerantes e da clorofila-A. Nesses quesitos, os padr�es j� est�o de acordo com a norma do Conama para que a Lagoa da Pampulha possa receber, por exemplo, veleiros e outros tipos de embarca��es. O pr�prio prefeito Marcio Lacerda disse que, em 2017, quando n�o for mais o chefe do Executivo municipal, pretende velejar na represa, parte do conjunto que se tornou patrim�nio cultural da humanidade por delibera��o da Unesco.
MANUTEN��O Depois que os par�metros da Classe 3 forem alcan�ados para os cinco indicadores, a empresa contratada ter� que trabalhar at� dezembro de 2017, quando termina o contrato em vigor, para manter a situa��o alcan�ada. O trabalho est� sendo conduzido com dois produtos que s�o caracterizados como biorremediadores. Um deles reduz o f�sforo e, consequentemente, controla a flora��o de cianobact�rias. O segundo degrada o excesso de mat�ria org�nica e reduz os coliformes fecais. A prefeitura j� anunciou que a ideia de seu corpo t�cnico � fazer novas contrata��es para manter os padr�es sempre dentro das normas do Conama.
A Sudecap informou, em nota, que, apesar de dois indicadores ainda n�o estarem abaixo do limite da Classe 3, “as metas progressivas estabelecidas para a melhoria da qualidade da �gua da Lagoa da Pampulha est�o sendo plenamente atendidas at� o momento atual e os trabalhos seguem cumprindo o cronograma estabelecido”. Esses dois par�metros se enquadram nas metas trimestre que engloba os meses de julho, agosto e setembro, cujo resultado ainda n�o foi detalhado pela administra��o municipal. “A prefeitura, ap�s receber e analisar os relat�rios consolidados de monitoramento, divulgar� os resultados dos avan�os obtidos”, conclui o texto.
R$ 30 milh�es
� o valor do contrato com empresa para recuperar as �guas do reservat�rio e mant�-las at� desembro de 2017 na
Classe 3
par�metro t�cnico que permite contato secund�rio pelo ser humano, com a pr�tica de esportes n�uticos e pesca amadora, al�m de consumo por animais