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Estado de Minas

Depois de dois anos, mortes voltam a subir no Anel Rodovi�rio de BH

De janeiro a outubro de 2016, n�mero de �bitos ultrapassou o total de 2015. Sem obras, provid�ncia se limita a sinaliza��o com placas educativas


postado em 29/11/2016 06:00 / atualizado em 29/11/2016 07:39

Reportagem flagrou moto circulando no corredor entre dois caminhões(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Reportagem flagrou moto circulando no corredor entre dois caminh�es (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS)
A viol�ncia no tr�nsito volta a preocupar na via mais movimentada de Belo Horizonte. Depois de dois anos seguidos de redu��o do n�mero de mortos no Anel Rodovi�rio, por onde circulam diariamente 160 mil ve�culos, os n�meros de janeiro a outubro de 2016 j� superaram os �ndices de 2015 e ligam o alerta entre autoridades.

Segundo a Pol�cia Militar Rodovi�ria (PMRv), nos 10 primeiros meses deste ano j� foram 31 mortes, 24% acima dos 25 �bitos de todo o ano passado. A maioria das ocorr�ncias fatais ocorreu por atropelamento ou envolvendo motociclistas. Ontem, mais uma pessoa morreu em um acidente �s margens da rodovia.

O taxista Phillipe Raphael Silva, de 26 anos, pilotava uma moto com a filha de sua namorada na garupa quando bateu contra um �nibus do Move. Ele chegou a ser socorrido no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, mas n�o resistiu. A garota segue internada em estado grave no mesmo hospital. Em um tra�ado que h� anos espera por reformas, uma das a��es para tentar mudar o quadro se limita ao aumento da quantidade de alertas aos motoristas.


Hoje, a partir das 8h, 45 placas educativas come�am a ser instaladas em um trecho de 15 quil�metros do Anel Rodovi�rio, do viaduto de acesso a Sabar� at� a sa�da para Bras�lia pela BR-040. A iniciativa � fruto de parceria entre a Federa��o das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), Batalh�o de Pol�cia Militar Rodovi�ria (BPMRv), unidade que faz o policiamento na rodovia, e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), autarquia respons�vel pela infraestrutura do trecho.

Fazem parte da sinaliza��o mensagens alertando sobre a necessidade de usar o cinto de seguran�a, de respeitar o limite de velocidade, al�m de avisos diretos: “N�o corra!”, “N�o mate!”, “N�o morra!” e “A imprud�ncia mata”, s�o alguns exemplos. Tamb�m h� mensagens espec�ficas para motociclistas, com orienta��es de que respeitem a velocidade e para que n�o trafeguem pelo corredor, onde � alto o risco de acidentes.

Ontem, a equipe do Estado de Minas flagrou esse tipo de desrespeito no sentido Belo Horizonte/Rio de Janeiro do Anel, pouco antes do Viaduto S�o Francisco, no bairro hom�nimo, na Regi�o da Pampulha, por volta das 10h da manh�. Um motoqueiro aproveitou uma brecha entre dois carros e dois caminh�es para acelerar e sair na frente do grupo por um pequeno espa�o do corredor. No local, � comum a reten��o entre ve�culos pesados, devido � leve subida no trecho.

As estat�sticas da PM demonstram os riscos de atitudes como essa. Das 31 mortes nos primeiros 10 meses deste ano, 11 foram de motociclistas, 12 de pedestres e o restante, v�timas de batidas entre carros, caminhonetes, �nibus ou caminh�es. As causas presumidas mostram desrespeito � legisla��o, inclusive por parte de quem se desloca a p� e de pilotos de motos. Segundo a PMRv, 13 ocorr�ncias envolveram condutas inadequadas de pedestres, em seis houve velocidade incompat�vel, em duas o motorista estava alcoolizado e em uma houve defeito no ve�culo.

“As fiscaliza��es no Anel Rodovi�rio ocorrem 24 horas por dia, com opera��es educativas e repressivas. Percebemos que a maioria dos �bitos � por total imprud�ncia dos motoristas, em atitudes como dirigir distra�dos, sem cinto de seguran�a ou usando o celular. Muitos dos atropelamentos de pedestres acontecem a 200 metros de uma passarela. Eles preferem tentar atravessar achando que est�o ganhando tempo, mas acabam perdendo a vida”, afirma o tenente Pedro Henrique Barreiros, comandante do policiamento do Anel Rodovi�rio.

“N�o adianta as pessoas cobrarem obras no Anel Rodovi�rio, que s�o realmente necess�rias, se os condutores n�o respeitarem e se sensibilizarem”, completou.

Flagrantes Parte mais vulner�vel no tr�nsito, os pedestres se exp�em a riscos desnecess�rios diariamente na rodovia. N�o � dif�cil testemunhar o desprezo pelas passarelas, como afirma o militar. Ontem, por exemplo a reportagem flagrou um homem cruzando as pistas exatamente embaixo de uma estrutura pr�pria, pr�ximo do viaduto da Avenida Carlos Luz, no Bairro Engenho Nogueira, Regi�o da Pampulha.

Em cerca de 15 minutos, foi poss�vel observar mais tr�s exemplos, todos perto de estruturas para travessia. Esse tipo de imprud�ncia tem rela��o direta com o aumento das mortes por atropelamento. De janeiro a outubro de 2015 foram sete �bitos deste tipo. No mesmo per�odo deste ano j� s�o 71% mais mortes.

Como o Anel Rodovi�rio recebe o tr�fego pesado de caminh�es, al�m de ser uma via arterial da regi�o metropolitana, especialistas acreditam que as tr�gicas estat�sticas tendem a se manter.

“� uma via urbana de longa dist�ncia. Aos poucos v�o aumentando esses tipos de acidentes, como atropelamentos de pedestres. Al�m da imprud�ncia, o n�mero de passarelas � insuficiente, devido � mudan�a de ocupa��o do entorno do Anel Rodovi�rio. Tamb�m notamos um aumento de motociclistas, o que contribui para a alta de ocorr�ncias fatais. Se n�o houver uma decis�o robusta nos investimentos, vamos continuar nesta situa��o”, avalia M�rcio Aguiar, professor de engenharia da Fumec e especialista em transporte e tr�nsito.

Em nota, a Via 040, concession�ria respons�vel pelo trecho do Anel Rodovi�rio da sa�da para Bras�lia at� a sa�da para o Rio de Janeiro, afirmou que vem fazendo melhorias na via desde abril de 2014. As a��es foram voltadas para a sinaliza��o, revitaliza��o do asfalto, ativa��o de pain�is de informa��o e trabalho de pintura.

 

Enquanto isso...

…Reforma n�o tem data para come�ar

As obras no Anel Rodovi�rio ainda n�o t�m data prevista para ocorrer. O anteprojeto de reforma foi executado pelo Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais (DER-MG), mas ainda se encontra sob avalia��o da Justi�a Federal de primeiro grau em Minas Gerais, que recebeu o documento em 31 de agosto. O juiz federal Andr� Prado de Vasconcelos marcou para a semana que vem uma audi�ncia de concilia��o. Ele vai intermediar acordo feito entre o DER e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), em 2015, prevendo que a licita��o para as obras ser� por regime diferenciado de contrata��o (RDCI). O empreendimento, antiga reivindica��o da popula��o mineira, deve melhorar as condi��es de tr�fego e seguran�a na rodovia.


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