(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Delegado � investigado por suspeita de cobrar propina em Belo Horizonte

Corregedoria da Pol�cia Civil investiga autenticidade de �udio em que voz atribu�da a policial � gravada pedindo propina para livrar traficante de investiga��es. Valor seria de R$ 350 mil


postado em 09/12/2016 06:00 / atualizado em 09/12/2016 12:29

A Corregedoria da Pol�cia Civil investiga por suspeita de extors�o, corrup��o e prevarica��o o delegado titular da 2ª Delegacia de Venda Nova, Leonardo Estevam Lopes, suspeito de ter se oferecido para intervir em uma investiga��o para livrar da pris�o um traficante de drogas.

A corpora��o informou j� ter pedido na Justi�a o afastamento do servidor p�blico at� o t�rmino das apura��es.

A principal prova � um �udio em que ocorre uma negocia��o, supostamente do policial, com uma advogada para livrar o cliente dela da pris�o. Segundo a Pol�cia Civil, a grava��o foi encaminhada � per�cia para an�lise e verifica��o de autenticidade.

A reportagem do Estado de Minas teve acesso a trechos do di�logo, no qual a defensora parece oferecer R$ 100 mil para que o inqu�rito seja interrompido e seu cliente fique livre, mas a voz que � atribu�da ao delegado Leonardo Estevam estabelece valor bem maior para n�o continuar com as apura��es.

O Estado de Minas procurou o policial ontem, mas na delegacia em que ele atua o trabalho entre quinta-feira e domingo seguia regime de plant�o, com previs�o de que o delegado retorne apenas na segunda-feira. A assessoria de imprensa da Pol�cia Civil foi procurada, mas informou que n�o intermediaria contato com o investigado. Advogados que o representaram em outros casos tamb�m foram procurados, mas n�o forneceram telefones dele.

 

�UDIOS

No �udio que ser� periciado (ou�a no fim da reportagem), al�m da voz que a corregedoria investiga para saber se realmente � a do delegado, s�o ouvidos outra policial, a advogada e o acusado de tr�fico. A voz atribu�da ao delegado d� a deixa para saber quanto pode custar a libera��o do criminoso. “Ent�o... Eu vou ver o que � que voc�s (o suspeito de tr�fico e sua advogada) t�m para falar para mim. Olha, o que � que voc�s podem honrar (quanto podem pagar) a� hein?” A advogada n�o chega a falar o valor da primeira proposta, mas a rea��o da voz atribu�da ao delegado � taxativa. “Mas, doutora, 100 (seriam R$ 100 mil) � imposs�vel. � imposs�vel. Eu prefiro tocar o barco para frente (continuar a investiga��o). Para voc� chegar num m�nimo, m�nimo, m�nimo: 350 (seriam R$ 350 mil) aqui �, na m�o, aqui �. Uma semana, 350.” A representante legal do suspeito de tr�fico tenta negociar. “S� que n�o adianta eles assumirem (os suspeitos de tr�fico) uma coisa que eles n�o v�o conseguir (pagar).”

A voz que seria do policial ent�o sugere facilitar a forma de pagamento. “Vou falar para voc�s de boa, melhor matar isso de uma vez. Marca a�, dezembro traz (parte da propina), janeiro traz... Vai ser bom para a gente, para voc�s, porque assim como pessoas ficam de olho na gente, ficam de olho em voc�s tamb�m. Eu que cheguei at� voc� (suspeito), mas o Deoesp (Departamento de Opera��es Especiais da Pol�cia Civil) est� atr�s de voc�, T�xicos (Delegacia Especializada de Repress�o Antidrogas) est� atr�s de voc�...”

O suspeito de tr�fico ent�o se mostra desconfiado e quer saber se suas atividades il�citas ser�o deixadas de lado com o acordo oferecido. “Porque, para chegar nesse valor (R$ 350 mil), tem que abrir e fechar com a gente (a quadrilha). Porque, igual, eu pagando o senhor... Porque n�o adianta falar com o senhor que n�o est� correto... N�s vamos falar, vamos fechar nisso (a quantia acertada) aqui e amanh� o senhor ir atr�s de mim...” A voz que seria do policial tenta acalmar o investigado. “N�o, eu j� entendi... O grande problema � que eu sou assim, eu vou esquecendo (dos crimes). Eu quero que se f(*). Eu vou esquecer voc�s, cara. Na verdade, eu quero esquecer voc�s. Tomara que te veja assim, na rua, tomando uma cerveja com a sua fam�lia.”

Mais seguro dos benef�cios que poderia ter, o traficante ent�o acerta um primeiro pagamento. “At� semana que vem vai vir, n�o sei se vai vir 100 (seriam R$ 100 mil) ou 50 (seriam R$ 50 mil).” A voz atribu�da ao delegado ent�o tenta mais uma vez tranquilizar o interlocutor. “Deixa ele ir para a rua. Num final de semana, �s vezes as coisas mudam e eu vou segurando a onda.” Quando a advogada pergunta o que seria feito para o inqu�rito n�o incriminar seu cliente, a proposta � de falsifica��o do documento: “A gente pega as declara��es e pode colocar outras, isso a� � f�cil”, resume.

Leonardo Estevam este ano j� passou por tr�s delegacias: em janeiro era titular do plant�o de Ribeir�o das Neves, onde estava desde junho de 2014, depois de passagens por Betim, na Grande BH e Santa Rita do Sapuca�, Sul de Minas. Em outubro deste ano foi transferido para Venda Nova.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)