Os �udios investigados pela Corregedoria da Pol�cia Civil de Minas Gerais, que indicam cobran�a de propina para a libera��o de um traficante de BH, atribu�da ao delegado titular da 2ª Delegacia de Venda Nova, Leonardo Estevam Lopes, levaram tamb�m � amplia��o das apura��es sobre a poss�vel exist�ncia de esquema de corrup��o envolvendo outros departamentos da corpora��o. Na grava��o, cujos trechos o Estado de Minas mostrou com exclusividade em sua edi��o de ontem, a voz que negocia com o acusado de tr�fico e sua advogada diz que o valor para n�o prender o suspeito e para interromper o inqu�rito era alto, porque mais policiais teriam que receber. Haveria ainda, segundo o material gravado, pagamentos a uma delegacia regional, que chefia as opera��es em �rea n�o especificada nas falas. Nos trechos de di�logo atribu�dos ao delegado � tamb�m dito que contatos no Departamento de Opera��es Especiais (Deoesp) e no Departamento de Repress�o Antidrogas teriam referendado o acordo para cobran�a de propina. Segundo a Pol�cia Civil, todas as suspeitas levantadas est�o sendo apuradas e outras autoridades mencionadas est�o sendo investigadas para confirmar ou descartar envolvimento no esquema.
A Pol�cia Civil, o Deoesp e a Delegacia Antidrogas n�o comentaram a investiga��o ou designaram porta-vozes para falar sobre o inqu�rito. A Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica informou que apoia os procedimentos da Pol�cia Civil. Segundo a corpora��o, foi pedido na Justi�a o afastamento do delegado at� o fim das apura��es. Se comprovada a autenticidade das grava��es, o policial pode responder por extors�o, corrup��o e prevarica��o. O material tamb�m � verificado pela per�cia cient�fica da corpora��o. Ontem, o delegado Leonardo Estevam Lopes disse ao Estado de Minas que s� vai se manifestar quando for formalmente apresentada alguma acusa��o. “Estou tranquilo. Tudo o que saiu at� agora foram conjecturas. E espero que a verdade seja depois dita quando ficar provada”, afirmou. Perguntado se continuaria trabalhando na delegacia em que � titular, disse apenas que ainda n�o sabe.
No �udio, a voz que � atribu�da ao delegado explica ao suspeito de tr�fico e sua advogada por que est� negociando com eles. “Eu s� estou deixando isso acontecer (a negocia��o da propina) porque tive �timas refer�ncias dela (a advogada do acusado) dos meus amigos da T�xicos (Antidrogas), do Deoesp...” A advogada chega a fazer uma oferta, mas o acordo � recusado e um novo valor � sugerido pelo homem que negocia a extors�o. “Mas, doutora, 100 (seriam R$ 100 mil) � imposs�vel. � imposs�vel. Eu prefiro tocar o barco para frente (continuar a investiga��o). Para voc� chegar num m�nimo, m�nimo, m�nimo: 350 (seriam R$ 350 mil) aqui �, na m�o, aqui �. Uma semana, 350.”
No �udio, a voz que � atribu�da ao delegado explica ao suspeito de tr�fico e sua advogada por que est� negociando com eles. “Eu s� estou deixando isso acontecer (a negocia��o da propina) porque tive �timas refer�ncias dela (a advogada do acusado) dos meus amigos da T�xicos (Antidrogas), do Deoesp...” A advogada chega a fazer uma oferta, mas o acordo � recusado e um novo valor � sugerido pelo homem que negocia a extors�o. “Mas, doutora, 100 (seriam R$ 100 mil) � imposs�vel. � imposs�vel. Eu prefiro tocar o barco para frente (continuar a investiga��o). Para voc� chegar num m�nimo, m�nimo, m�nimo: 350 (seriam R$ 350 mil) aqui �, na m�o, aqui �. Uma semana, 350.”
� nesse ponto que os demais pagamentos supostamente a outros policiais s�o insinuados. “Fora a turma aqui (outros servidores da delegacia), que n�o � pequena, tem o regional (chefe de uma regional da Pol�cia Civil n�o especificada), subinspetor, toda a turma que eu tenho de deixar quieta no canto, falou? Amanh� tenho compromisso com o (delegado) regional. E inclusive ele est� cobrando... Vamos ver o que voc�s t�m a falar (qual o valor da proposta), que eu falo depois com ele”, diz o homem que negocia a propina.
Em v�rios momentos da grava��o, a voz que � atribu�da ao delegado tenta demonstrar poder e controle da situa��o. “Fui policial civil no Rio (de Janeiro) por tr�s anos. Sou delegado h� 10 (anos) aqui (em Minas Gerais). Vou mostrar para voc� (traficante) aqui que foi um trabalho investigativo, mas que a gente n�o sabia o que ia sair daqui. A gente com a intelig�ncia conseguiu cruzar e chegar no seu apelido. N�o foi por causa disso daqui. O (nome inaud�vel) da T�xicos � meu amigo. Ent�o, uma hora a gente ia chegar em voc�.”
O suspeito de tr�fico ent�o pergunta se mais membros da quadrilha ser�o envolvidos depois. “Vai chamar mais algu�m aqui? N�o, n�?” A resposta � negativa, mas depois � demonstrada a preocupa��o com a entrada de um outro advogado no caso. “N�o. Ia at� intimar (mais suspeitos), mas agora a preocupa��o � o seguinte – eu at� pensei, mas agora a preocupa��o � o seguinte: ter depois um advogado diferente. Ainda bem que a doutora veio. Porque a minha preocupa��o � vir um outro que n�o � igual � senhora. Um mais, n�, Corregedoria... A� eu levanto acampamento, a� vou embora, pulo do barco. Eu estou falando com a senhora a� � diferente... A� vem um outro a� que eu n�o sei quem �...”, afirma o negociador, indicando apreens�o com uma poss�vel negocia��o interna da extors�o.
"Fora a turma aqui (outros servidores da delegacia), que n�o � pequena, tem o regional (chefe de uma regional da Pol�cia Civil n�o especificada), subinspetor, toda a turma que eu tenho de deixar quieta no canto"
*Trecho de grava��o em que voz atribu�da ao servidor busca envolver outros agentes em extors�o contra traficante, para justificar o valor pedido