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Estado de Minas

Lixo jogado nas ruas pela popula��o de BH provoca enchentes e destrui��o

Sujeira vira bomba-rel�gio pronta para entupir drenagens e disparar inunda��es. SLU recolhe at� 20 toneladas de rejeitos por dia nas redes


postado em 19/12/2016 06:00 / atualizado em 19/12/2016 07:26

Resultado do descaso e falta de consciência: um redemoinho de lixo se acumula no Ribeirão do Onça, perto da ponte que dá acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu, interditada pela Defesa Civil no dia 10(foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
Resultado do descaso e falta de consci�ncia: um redemoinho de lixo se acumula no Ribeir�o do On�a, perto da ponte que d� acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu, interditada pela Defesa Civil no dia 10 (foto: Leandro Couri/EM/DA Press)
O grande volume de lixo jogado na Regi�o da Pampulha e em Venda Nova e que j� causou inunda��es e estragos ao entupir a rede de drenagem dessas regi�es, pode ser visto depois de percorrer v�rios quil�metros se amontoando �s margens e em remansos do Ribeir�o do On�a. Pr�ximo � ponte que foi interditada no dia 10 pela Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec-BH) por sua cabeceira ter cedido, no acesso ao Bairro Ribeiro de Abreu, na Regi�o Nordeste da capital mineira, as embalagens pl�sticas, garrafas, pneus, sacolas, colch�es, brinquedos, restos de alimentos e at� cad�veres de animais v�o se acumulando num redemoinho polu�do que, mesmo com os grandes volumes de chuvas, n�o para de se aglutinar e aumentar de tamanho. De acordo com a Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU), s�o recolhidas das bocas de lobo da capital de 10 a 20 toneladas de res�duos por dia, um saldo de 400 toneladas por m�s, totalizando 5 mil anuais. Uma das principais fontes dessa polui��o no ribeir�o � justamente o C�rrego Vilarinho que, na avenida de Venda Nova leva o mesmo nome, inundou casas, com�rcios, arrastou carros e deixou �nibus ilhados por quatro vezes nos �ltimos dois meses.


De acordo com a SLU, na ter�a-feira, ap�s a �ltima grande inunda��o que a Avenida Vilarinho sofreu, as equipes da Ger�ncia Regional de Limpeza Urbana Venda Nova (Gerlu-VN) realizaram raspagem da lama presente nas vias, nas proximidades do C�rrego Vilarinho, retirando o lixo que ficou espalhado pelas ruas do bairro e desobstruindo as bocas de lobo. O lixo era tanto que foi preciso acionar um refor�o composto por equipes das ger�ncias regionais de limpeza urbana Norte, Leste e Oeste. Um caminh�o-pipa tamb�m ajudou nas a��es. Em apenas um dia, ap�s as fortes chuvas que ca�ram na regi�o, foram retiradas mais de 20 toneladas de res�duos da Avenida Vilarinho, em Venda Nova, o equivalente a tr�s caminh�es basculante repletos de lixo. A quantidade normal de um dia de servi�o (varri��o e remo��o de deposi��o clandestina) corresponde a uma tonelada de lixo, em tempos de estiagem. S�o 411 bocas de lobo na Avenida Vilarinho, 123 na Avenida Dr. �lvaro Camargos, 50 na Avenida Desembargador Felippe Immesi, 83 na Rua Padre Pedro Pinto e 62 na Avenida Elias Ant�nio Issa.

PERIGO Todo esse lixo acaba retendo a �gua que entra pelas bocas de lobo e demais drenagens e, invariavelmente, chega ao Ribeir�o do On�a, que � afluente do Rio das Velhas. “Quanto mais lixo dentro do sistema de drenagem pluvial, mais r�pidas se tornam as inunda��es e enxurradas que trazem perigo para a cidade”, afirma o coordenador do Centro de Pesquisas em Engenharia Hidr�ulica e Recursos H�dricos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos Barreira Martinez. “Em conjunto com as mudan�as clim�ticas que v�m trazendo uma concentra��o de precipita��es em curtos espa�os de tempo e a impermeabiliza��o do solo nas cidades, o descarte de lixo � um dos fatores mais cr�ticos para as inunda��es nas cidades. E n�o � dif�cil de ver isso. H� alguns dias, vi uma limpeza de boca de lobo na Avenida Prudente de Morais, uma das que inundam sempre, e de l� foram retiradas garrafas de vidro e uma lona pl�stica enorme. Com isso, n�o h� rede de drenagem que suporte”, pondera.

Quem mora pr�ximo ao c�rrego convive com o mau cheiro e a prolifera��o de pragas. “H� duas semanas, o c�rrego se encheu tanto que a �gua passou por cima da ponte deixando todo o lixo preso no guarda-m�o e nas telas das cercas. Por causa do lixo que fica preso no mato e nas margens do ribeir�o aparecem muitos ratos, baratas, escorpi�es. Al�m do cheiro de esgoto, a gente ainda sente a catinga de c�es, gatos e cavalos mortos que descem boiando”, disse a secret�ria Arlinda Pera, de 67 anos, que mora perto do corpo d’�gua. “� um pouco culpa nossa. Das pessoas que jogam lixo nas ruas e a chuva leva tudo para o rio. Tudo vai descendo para o rio. A�, a gente v� as inunda��es na parte alta e esse tanto de lixo aqui em baixo. Mas quando a gente v� a pessoa jogar o lixo na rua, se reclama fica parecendo que � chato e ainda arruma briga”, disse o marceneiro William Jorge Ferreira, de 50.

LIMPEZA
S� dos c�rregos belo-horizontinos � limpa anualmente uma �rea de mais de 2,5 milh�es de metros quadrados e s�o retirados mais de 7 mil metros c�bicos de lixo, entulho e mato. Nesse servi�o tamb�m s�o feitas capina e ro�ada, retirada de entulho, lama, lixo e mato. Segundo a SLU todos os c�rregos da cidade s�o limpos pelo menos tr�s vezes por ano. Os res�duos s�o retirados para que a vaz�o dos c�rregos seja aumentada, evitando riscos de alagamentos.

A Superintend�ncia de Limpeza Urbana informa que as equipes das Ger�ncias Regionais de Limpeza.Urbana est�o em estado de alerta e atuando de forma preventiva em todas as regi�es da cidade devido � esta��o das chuvas. “Foram realizadas vistorias em conjunto com a Comdec-BH nos locais onde h� previs�o de pancadas fortes. Com isso, a limpeza � refor�ada nessas �reas, inclusive o cuidado com as bocas de lobo. � retirado todo tipo de lixo desses equipamentos (pl�stico, garrafas, papel, vidro, terra, guimbas de cigarro), embora, nesta �poca do ano haja grande ocorr�ncia (predom�nio) de folhas e lama (barro)”, informou a SLU por meio de nota. “� importante destacar que a capital tem hoje 26 mil cestos coletores de res�duos leves (lixeirinhas). Por isso, a SLU conta com a colabora��o dos cidad�os para a preserva��o da limpeza desses espa�os p�blicos”, diz a nota.

LIXO DE RISCO

Res�duos removidos pela SLU nas bocas de lobo e drenagens de BH


>> Lixo org�nico
>> Restos de constru��o
>> Pneus
>> Latas
>> Garrafas de pl�stico
>> M�veis velhos
>> Televis�o
>> Geladeira
>> Aparelho de som
>> Brinquedos
>> Tambores
>> Garrafas
>> Madeira

Por dia, s�o recolhidas em Belo Horizonte:


>> 2,2 mil toneladas
de res�duos da coleta domiciliar
>> 300 toneladas
de deposi��es clandestinas
>> 20 toneladas  
de materiais recicl�veis


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