
Antes do desastre, a barragem operada da Samarco, cujas donas s�o a Vale e a BHP Billiton, tinha 56,4 bilh�es de litros de lama armazenados. No dia do acidente, em 5 de novembro de 2015, 32,2 bilh�es de litros foram despejados na regi�o, matando 19 pessoas, deixando 352 fam�lias desabrigadas e afetando a economia e o abastecimento de �gua de 27 cidades de Minas e Esp�rito Santo.
C�lculos recentes feitos pelo Ibama mostram que ao longo do per�odo de um ano que sucedeu a trag�dia mais 11,4 bilh�es de litros deixaram a barragem, revelando que os tr�s diques de conten��o conclu�dos pela Samarco em fevereiro de 2016 n�o foram capazes de estancar o "sangramento" de Fund�o, o que indica um desastre ambiental continuado.
"Cerca de 60% do volume que vazou permanece dentro de Bento Rodrigues (subdistrito de Mariana), mas ainda � poss�vel encontrar o DNA da minera��o a 600 quil�metros do local do acidente porque as medidas de conten��o n�o t�m conseguido conter a fra��o mais fina do material", afirma Marcelo Belis�rio, superintendente do Ibama em Belo Horizonte.
O presidente do Comit� da Bacia Hidrogr�fica Santa Maria do Rio Doce, Leonardo Deptulski, afirma que a grande barreira de conten��o da lama ainda � a Usina Hidrel�trica Risoleta Neves, conhecida como Candonga, que fica a cerca de 100 quil�metros do local da trag�dia, j� no Rio Doce. "L� est� sendo feito um trabalho de dragagem combinado com estruturas met�licas de barramento acima da barragem. Essas obras t�m sido mais eficazes, mas � preciso executar outras medidas eficientes antes do Rio Doce", diz Deptulski, que � prefeito de Colatina, no Esp�rito Santo, cidade tamb�m atingida pelo tsunami de lama em 2015.
De acordo com Belis�rio, um dos problemas para despoluir os rios atingidos, especialmente do Gualaxo do Norte, em Mariana, � que os produtos qu�micos utilizados pela Samarco no processo de tratamento de rejeitos n�o possuem registro no Ibama para serem usados no meio ambiente. "Os coagulantes e floculantes que eles usam internamente nunca foram testados fora da �rea industrial. N�o sabemos seus efeitos na natureza e precisaria de tempo para analis�-los"”, disse.