
As chuvas de novembro j� vinham beneficiando o Sistema Paraopeba, mas os aumentos ainda eram t�midos, alcan�ando a casa de 0,5 ponto percentual. Com a chegada de dezembro, a chuva veio de forma intensa nos primeiros 16 dias, garantindo a escalada da �gua acumulada. Em todas as tr�s represas a quantidade de chuva em dezembro se aproxima da m�dia hist�rica esperada para esses lugares. No Rio Manso, por exemplo, � comum chover 328,1 mil�metros (mm) em dezembro e o total chegou a 303,5mm de 1º a 18 de dezembro deste ano. J� na Vargem das Flores, o esperado no �ltimo m�s do ano s�o chuvas de 294,3mm. Nos primeiros 18 dias, j� foram 250,2mm. Por fim, a chuva de dezembro alcan�a, em m�dia, 284,6mm no reservat�rio Serra Azul, muito perto dos 270,7mm que j� registrados neste m�s.
Em entrevista recente, o diretor de Opera��o Metropolitana da Copasa, R�mulo Perilli, descartou a possibilidade de racionamento em 2017 na Grande BH e garantiu que as chuvas est�o adiantando o processo de recupera��o dos reservat�rios numa velocidade acima do que era esperado. Ele tamb�m destacou que a soma dessas chuvas com a capta��o emergencial diretamente no Rio Paraopeba em Brumadinho, na Grande BH, inaugurada em dezembro de 2015, afasta a Grande BH de uma crise h�drica nos pr�ximos 20 anos. Perilli disse ainda que atualmente s�o 90 milh�es de metros c�bicos de �gua a mais do que a mesma �poca de 2015, o que garante o fornecimento mesmo em condi��o de seca, a n�o ser que elas sejam extraordin�rias.
Para o doutor em recursos h�dricos e professor da PUC/Minas Jos� Magno Senra Fernandes, n�o � prudente garantir a seguran�a h�drica para os pr�ximos 20 anos, porque os anos secos podem se repetir, da mesma forma que ocorreu nos �ltimos quatro anos em Minas Gerais. O especialista aponta que fatores como a repeti��o da seca, crescimento da regi�o metropolitana, aumento da polui��o, e uma poss�vel volta de um crescimento econ�mico, que tamb�m puxa o aumento do uso da �gua, podem voltar a criar problemas. “Em uma perspectiva de curto prazo para um ou dois anos, realmente � poss�vel dizer que a situa��o est� controlada. Mas acho que n�o podemos garantir essa seguran�a para um prazo de 20 anos”, afirma.

RIO DAS VELHAS A chuva tamb�m trouxe al�vio para a segunda capta��o, que junto com o Sistema Paraopeba atende a maior parte da Grande BH. Acostumado a experimentar vaz�es em torno de 10 metros c�bicos por segundo, o Rio das Velhas voltou a registrar grandes vaz�es, de at� 221 metros c�bicos por segundo, como no �ltimo dia 14. As chuvas de dezembro tamb�m est�o se aproximando da m�dia hist�rica esperada para a capta��o em Hon�rio Bicalho, distrito de Nova Lima, na regi�o metropolitana. Enquanto � comum chover 367,7 mil�metros nessa regi�o em dezembro, nos primeiros 18 dias do m�s em 2016 as precipita��es chegaram a 337,1 mm. A situa��o cr�tica do Rio das Velhas antes do in�cio do per�odo chuvoso chegou a deixar os respons�veis pela gest�o da bacia em alerta, j� que as vaz�es romperam a barreira m�nima dos �ltimos 10 anos medida durante sete dias seguidos. Apesar das chuvas de dezembro, os especialistas afirmam que somente um trabalho de recupera��o da bacia dar� a seguran�a para a sobreviv�ncia do manancial.