
Em Belo Horizonte, a soma de roubos e furtos tamb�m avan�ou em mais de um quinto (20,3%) na mesma base de confronto. Os n�meros preocupam pessoas como Ot�vio, que calcula ter amargado preju�zo de cerca R$ 4 mil com os tr�s smartphones que lhe levaram. O primeiro criminoso cruzou o caminho dele em junho passado, numa das ruas mais movimentadas da capital. “Um homem armado me abordou na Rua da Bahia, Centro da capital”, conta. No m�s seguinte, depois de um dia de labuta, o rapaz foi novamente parado, desta vez por uma dupla, pr�ximo de casa, num bairro na Regi�o Centro-Sul: “Chegaram numa moto e anunciaram o assalto”.
Ele mal havia se recuperado da segunda abordagem quando, em agosto, engrossou a estat�stica da Sesp. Mais uma vez, o criminoso portava uma arma. Ot�vio estava de carona com um amigo e foi supreendido enquanto o motorista estacionava o carro. Al�m do celular de ambos, o ladr�o levou o autom�vel. Segundo o gastr�nomo, n�o havia policiamento por perto em nenhuma das tr�s vezes em que foi assaltado.
“Acredito que a falta de policiamento contribui para o aumento desse tipo de crime, em que aparelhos de celular viram alvos f�ceis para os assaltantes. Eles n�o se sentem intimidados”, desabafou. Desde aquele dia, Ot�vio mudou h�bitos comuns. Para n�o ter o quarto celular levado, ele evita passar em alguns locais que considera mais perigosos e passou a usar aparelhos antigos, sem grande valor.
Mas quais motivos fomentam as ocorr�ncias de furtos e roubos de smartphones no estado? O major Fl�vio Santiago, chefe da Sala de Imprensa da Pol�cia Militar de Minas Gerais (PMMG), explica que este tipo de objeto tem grande valor entre os criminosos, pois serve como moeda de troca. “Os celulares s�o subtra�dos e vendidos para terceiros, comercializados com pre�os mais baratos em pontos populares de com�rcio. Outro destino � a troca entre usu�rios de drogas e traficantes. Roubam e furtam para sustentar o v�cio. Quanto mais sofisticado o aparelho, maior o valor da troca”, analisou.
Para o oficial, o salto na estat�stica tamb�m est� relacionado ao crescimento do acesso � compra de aparelhos e ao valor dos acess�rios. O militar explica que os furtos s�o mais comuns em locais com grande aglomera��o de pessoas. J� os roubos, em regi�es mais ermas. De qualquer forma, continua o major, o usu�rio precisa dobrar a aten��o em qualquer lugar. O policial considera a distra��o uma isca perfeita para a criminalidade. “Os aplicativos de acesso r�pido prendem a aten��o das pessoas, que saem teclando pelas ruas, virando um alvo f�cil para infratores. Os propriet�rios precisam estar esclarecidos para fazer bom uso do aparelho”, disse o major.
A delegada Marina Cardoso, da 1ª Delegacia da Pol�cia Civil do Centro da capital, compartilha a opini�o. “A maioria das v�timas relata desaten��o. H�, por exemplo, caso de quem acionou um aplicativo especializado em transporte de passageiros e aguardou o ve�culo, na rua, com o aparelho em m�os”, disse a policial. Ela apresentou um dado que mostra o quanto o roubo e o furto de celulares est�o em alta. Dos 20 inqu�ritos conclu�dos por sua equipe em que o criminoso foi preso em flagrante, 13 tiveram smartphones como alvos.
Roubos s�o a maioria
Por tr�s das estat�sticas da Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica relativas a celulares, a constata��o de que os criminosos recorrem, na maioria das vezes, � viol�ncia para retirar smartphones de seus donos. O n�mero de roubos, esp�cie de crime em que a viol�ncia est� presente, � maior do que o de furtos, quando a v�tima n�o � agredida ou amea�ada. De janeiro a outubro de 2016, 53.788 celulares foram roubados no estado. No mesmo per�odo, 42.283 foram furtados. Em 2015, 36.401 foram roubados. O total de furtados foi de 34.650. (PHL)
PM cria cadastro para inibir o crime
Usar a tecnologia para combater a modalidade de crime que tem a tecnologia como alvo. Usando a t�tica de combater fogo com fogo, a PM recorreu � internet para refor�ar o combate ao crime envolvendo smartphones. Neste ano, a corpora��o criou o “Celular Seguro”, que permite identificar aparelhos roubados ou furtados. O usu�rio deve cadastrar no site espec�fico o registro de identifica��o internacional de equipamento m�vel (Imei, da sigla em ingl�s). Celulares de proced�ncia duvidosa poder�o ter o Imei comparado com os cadastrados na ferramenta, o que permite identificar o dono do aparelho. Para se cadastrar, basta acessar ww3.policiamilitar.mg.gov.br/48bpm/CelularSeguro.
