Um surto de mal�ria identificado no munic�pio de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, trouxe alerta para as autoridades sanit�rias estaduais e preocupa a popula��o. No dia 19 de dezembro foram confirmados pelos t�cnicos da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) seis casos de pessoas infectadas pelo Plasmodium vivax, uma das cinco esp�cies de protozo�rios que infectam o homem com a doen�a e o mais comum dos micro-organismos.
Em todo o estado de Minas Gerais foram registrados sete casos em 2016. Al�m dos seis de Diamantina, outro paciente desenvolveu a doen�a em Simon�sia, na Zona da Mata. No ano de 2015 inteiro, foi registrado apenas um caso, em Lima Duarte, tamb�m na Zona da Mata. O �ltimo tratado em Diamantina foi um caso importado, em 2012, segundo o Datasus. O local que � tratado pela Diretoria de Vigil�ncia Ambiental/Superintend�ncia de Vigil�ncia Epidemiol�gica Ambiental e Sa�de do Trabalhador/Subsecretaria de Vigil�ncia e Prote��o � Sa�de como o Local da Prov�vel Infec��o (LPI) � o garimpo de Areinha, que fica a 140 quil�metros do centro de Diamantina e tem uma popula��o que chega a 2 mil garimpeiros, muitos deles vivem na sede do munic�pio.
J� foram alertados todos os munic�pios de limite com o munic�pio de Diamantina e as �reas de munic�pios que possuem divisa ou est�o ao longo do rio Jequitinhonha onde h� atividade do garimpo. A nova equipe da prefeitura de Diamantina marcou para hoje uma reuni�o com a SES para se colocar a par das medidas que podem ser tomadas para garantir a seguran�a da popula��o e o tratamento de poss�veis doentes.
At� o momento, segundo o �ltimo informe da SES, houve o deslocamento de equipe para investiga��o e busca ativa de casos no local prov�vel de infec��o. Profissionais de sa�de dos munic�pios est�o sendo capacitados para o diagn�stico da mal�ria. Medicamentos, kits diagn�stico e de medicamento espec�fico e insumos para o tratamento dos casos est�o sendo enviados, bem como material informativo sobre a mal�ria para ser distribu�do na �rea do prov�vel local de infec��o.
Est� previsto tamb�m a ado��o de medidas imediatas de preven��o e controle da mal�ria no local, entre elas a borrifa��o com inseticidas dos LPI. Foi emitido tamb�m um alerta para todas as Unidades Regionais de Sa�de e para o Minist�rio da Sa�de alertar outros estados sobre a transmiss�o da mal�ria na �rea de Garimpo de Areinha, j� que h� trabalhadores de v�rias regi�es do estado e do pa�s naquele local. Uma videoconfer�ncia para os profissionais de sa�de sobre a vigil�ncia e tratamento da mal�ria tamb�m foi agendada para todas as Unidades Regionais de Sa�de.
A mal�ria � uma doen�a febril aguda. Das cinco esp�cies causadoras da mal�ria humana, o Plasmodium falciparum, o mais letal, e o Plasmodium vivax, s�o os mais comuns no Brasil. Em poucos dias de infec��o o P. falciparum propicia quadro grave, por isto, todo suspeito de mal�ria deve, de imediato, ser submetido ao exame laboratorial. J� o Plasmodium vivax apresenta um quadro de cl�nico mais brando, de febre, mal estar, cefaleia, por�m se n�o tratado o paciente pode levar a complica��es e �bitos. Neste ano duas pessoas morreram de mal�ria em Minas Gerais, uma no munic�pio de Uberaba, no Tri�ngulo Mineiro e a outra em Pouso Alegre, no Sul de Minas.
Os sintomas iniciais s�o comuns as diferentes esp�cies de plasm�dio. O quadro cl�nico t�pico � caracterizado por febre, calafrios, fraqueza, cefaleia, mal-estar. � necess�rio o exame laboratorial, al�m disso, avalia��o do hist�rico de deslocamento do paciente suspeito como o diagn�stico diferencial nos casos com febre, particularmente naqueles com hist�ria de viagens a �reas de risco. O diagn�stico correto s� � poss�vel pela demonstra��o do parasita ou ant�genos relacionados no sangue perif�rico do paciente.
A mal�ria ocorre de forma end�mica, principalmente na Regi�o Norte do Brasil (nos estados do Acre, Amazonas, Amap�, Maranh�o, Mato Grosso, Par�, Rond�nia, Roraima e Tocantins), em outros pa�ses amaz�nicos, no continente africano e outras �reas tropicais. No Brasil, existe transmiss�o residual de mal�ria no Piau�, no Paran� e em �reas de bioma da Mata Atl�ntica nos estados de S�o Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerais e Esp�rito Santo. Nessa �rea n�o end�mica, o Brasil registra menos de 1% do total de casos do pa�s. Por�m, a letalidade por mal�ria � at� 100 vezes maior do que a detectada em �rea end�mica.