
O lugar tratado pelas autoridades em sa�de como de prov�vel infec��o � o garimpo de Areinha, que fica a 140 quil�metros do Centro de Diamantina e tem uma popula��o que chega a 2 mil garimpeiros, muitos dos quais vivem na sede do munic�pio. Atualmente, 200 trabalhadores est�o no local. Eles s�o entrevistados e acompanhados por profissionais de sa�de para poss�vel identifica��o de casos suspeitos da doen�a, que tem alta letalidade (veja quadro).
Todos os doentes j� foram tratados com medicamentos espec�ficos contra a mal�ria, est�o curados e receberam alta da Santa Casa de Miseric�rdia, mas continuam sendo monitorados. Tamb�m j� foi feita a interrup��o do ciclo de transmiss�o da doen�a, segundo o �rg�o. Ainda assim, foram alertadas todas as cidades fronteiri�as e as �reas que t�m limite ou est�o ao longo do Rio Jequitinhonha, onde h� atividade do garimpo. Equipes de sa�de trabalham na investiga��o e busca ativa denovos poss�veis casos no local prov�vel de infec��o.
A nova equipe da Prefeitura de Diamantina tem se reunido com t�cnicos da SES para garantir a seguran�a da popula��o e o tratamento de poss�veis doentes. A expectativa do prefeito, Juscelino Roque (PMDB), � que a doen�a fique restrita � �rea do garimpo. “A vigil�ncia foi intensa desde a descoberta e os casos se mantiveram no distrito, que � de dif�cil acesso. Por esse motivo, n�o h� qualquer problema para os visitantes que vierem � cidade agora ou no Carnaval”, disse o prefeito.
Por causa do surto, profissionais de sa�de dos munic�pios vizinhos est�o sendo capacitados para o diagn�stico da mal�ria, segundo o governo do estado. Medicamentos, kits diagn�stico e insumos para o tratamento est�o sendo enviados, bem como material informativo sobre a mal�ria para ser distribu�do na �rea. Foi emitido alerta para todas as unidades regionais de Sa�de e para o Minist�rio da Sa�de, j� que h� trabalhadores de v�rias regi�es do pa�s no garimpo de Areinha.
Antes desses, Minas havia registrado apenas um caso aut�ctone – ou seja, de contamina��o no local de origem – da doen�a em 2016, em Simon�sia, na Zona da Mata. Em 2015, um paciente ficou doente em Lima Duarte, tamb�m na Zona da Mata. O �ltimo caso tratado em Diamantina foi em 2012, de um paciente n�o contaminado no estado, segundo o Datasus. No ano passado, Minas registrou ainda 46 casos importados de mal�ria. Em 2015, foram 38.
De acordo com a SES, a infec��o est� relacionada ao tipo de trabalho no lugar. “Temos uma popula��o de garimpeiros nessa �rea que vem de outros lugares do pa�s, principalmente do Norte do Brasil, onde h� a transmiss�o da mal�ria. Alguns podem at� vir infectados e aqui desenvolver os sintomas”, afirma a coordenadora de Zoonoses e Vigil�ncia Ambiental da SES, Mariana Gontijo de Brito. Segundo ela, os casos ainda est�o sob investiga��o e n�o h� certeza sobre qual deles foi o primeiro. “Houve uma transmiss�o dentro do garimpo, mas ainda est� sendo feito um trabalho amplo de entrevistas e an�lise de prontu�rios m�dicos”, explicou. Equipes percorrem hospitais para averiguar se h� novos casos suspeitos.
A �rea de extra��o em Areinha � formada por pequenos garimpos, que se estendem por 40 quil�metros ao longo do Rio Jequitinhonha. N�o � uma atividade legalizada, pois o rio � tombado naquele trecho, mas h� uma disputa judicial que envolve at� quest�es humanit�rias, dada a situa��o prec�ria em que as fam�lias de garimpeiros vivem no Areinha.
INSETICIDAS Medidas imediatas de preven��o e controle da mal�ria j� foram adotadas no local, como a borrifa��o com inseticidas, apropriada somente para resid�ncias. Na pr�xima semana, ser� feita a identifica��o do vetor, para saber qual � a esp�cie do mosquito transmissor. “Estamos orientando a popula��o a procurar o servi�o de sa�de imediatamente, em caso de apresenta��o dos sintomas”, afirma Mariana de Brito.
No Brasil, a mal�ria � end�mica sobretudo na Regi�o Norte. H� transmiss�o residual no Piau�, no Paran� e em �reas de bioma da mata atl�ntica em S�o Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerais e Esp�rito Santo. Em 2014, foram 36 �bitos provocados pela doen�a no pa�s.
Na avalia��o do diretor da Sociedade Mineira de Infectologia Carlos Starling, apesar de as medidas para tratar os pacientes e controle da transmiss�o j� estarem sendo adotadas, � preciso manter o alerta. “N�o � preciso deixar de ir a Diamantina, mas � de bom senso evitar essa �rea do garimpo, bem como as de ecoturismo”.