
O indicador � a m�dia das velocidades de todas as linhas de �nibus, como Move, convencionais e suplementares. Em 2016, no pico da manh�, os coletivos rodaram a uma velocidade m�dia de 17,16km/h, abaixo da apurada em 2009 (19,31km/h), 2010 (18,89km/h), 2011 (18,76km/h), 2012 (18,24km/h), 2013 (17,62km/h), 2014 (18,41km/h) e 2015 (18,11km/h).
Trata-se do Move, que tem pista livre em avenidas como a Cristiano Machado e a Ant�nio Carlos, e da faixa exclusiva para �nibus no Centro da cidade e em alguns corredores vi�rios fora do per�metro interno da Contorno, como na Pedro II e na Vilarinho. O Move, implantado paralelamente a um rearranjo de linhas, at� que permitiu a redu��o do volume de coletivos na cidade, o que contribuiu para que a queda na velocidade m�dia n�o fosse mais acentuada.
Para se ter ideia, a chegada do Move reduziu o volume de �nibus na regi�o hospitalar em 54%. No Hipercentro, 32%. Na Ant�nio Carlos, 27%. Na Cristiano Machado, 25%. Mas o sistema n�o foi suficiente para melhorar o indicador que trata do tempo de viagem do conjunto das linhas que operam na cidade. Quais motivos justificam a redu��o na velocidade m�dia?
“Acredito que seja o aumento na frota de autom�veis, motos e outros que disputam o tr�nsito com os �nibus”, avaliou Russel. Bingo novamente. A frota na capital mineira saltou 43% desde 2009, de 1.227.917 unidades para 1.714.233, segundo o Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran). “O brasileiro tem que mudar o pensamento. Devemos priorizar o coletivo, ou seja, o transporte p�blico em vez do autom�vel”, defendeu o aposentado.
O consultor Frederico Rodrigues, s�cio da Imtraff e com mestrado e doutorado no ramo de engenharia de tr�nsito, partilha da mesma opini�o. Ele considera uma tend�ncia mundial a redu��o da velocidade m�dia nos grandes centros urbanos, onde, refor�a, “n�o tem ocorrido �xito em a��es de planejamento de transportes”. “Isto �, onde tem ocorrido migra��o de usu�rios do transporte coletivo para o autom�vel privado e onde o fluxo de ve�culos nas vias tem aumentando constantemente.”

O tamb�m consultor na �rea Osias Baptista acrescenta que, apesar das pistas exclusivas para �nibus, a maior parte das viagens dos coletivos � feita em faixas divididas com autom�veis. “N�o adianta ter �nibus maravilhosos parados nos congestionamentos. Tem de criar mais prioridade para o transporte p�blico.”
Ele ressalta, contudo, que os estudos de velocidade m�dia na cidade precisam ter pelo menos duas leituras. Levando-se em conta o todo, a velocidade m�dia reduziu. Levando-se em conta apenas as faixas exclusivas para coletivos, a velocidade aumentou. Anteontem, o EM solicitou � BHTrans a velocidade m�dia em algumas vias da cidade, incluindo as do Move, mas a autarquia informou que a demanda necessita prazo maior para apura��o. A BHTrans tamb�m optou por n�o comentar o pr�prio relat�rio neste momento.

Conforto fora da meta
O relat�rio da BHTrans revelou necessidade de melhorar outro indicador, o �ndice de Ocupa��o do Transporte Coletivo (IOTC). Na pr�tica, o IOTC afere o n�vel de conforto do servi�o prestado em hor�rios de pico, considerando-se as viagens cujas lota��es ficaram fora da m�xima permitida nos contratos com as operadoras do servi�o.
Segundo a BHTrans, “a meta acordada foi de 90% de viagens ocorrendo abaixo dos n�veis m�ximos de lota��o”. Aceitando, portanto, condi��es adversas em apenas 10% das viagens. Em 2014, quando o Move foi implantado, o �ndice no hor�rio de pico da manh� foi de 76%.
O indicador avan�ou em 2015 (82%) e no ano passado (87%), mas ainda est� abaixo da meta (90%). O mesmo ocorreu no pico da tarde: 80% em 2014, 85% em 2015, e 88% em 2016.
A cozinheira Shirley de Carvalho, de 42 anos, pleiteia maior conforto nas viagens do Centro ao Alto Vera Cruz, onde mora. Ela reclama da superlota��o e do tempo, que aumentou ao longo da d�cada. “Gasto meia hora de minha casa ao Centro. H� alguns anos, a viagem era feita em 20 minutos”. (PHL)
