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Estado de Minas

Velocidade m�dia dos �nibus de BH em 2016 foi a mais baixa desde 2009

Apesar do Move e das faixas exclusivas no per�metro interno da Contorno, frota crescente de carros pressiona e a velocidade m�dia dos coletivos � a menor de s�rie apurada pela BHTrans desde 2009


postado em 07/01/2017 06:00 / atualizado em 07/01/2017 08:06

Ônibus na área central de Belo Horizonte: a maior parte dos trajetos na cidade ainda é feita em pistas disputadas com carros e motos(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
�nibus na �rea central de Belo Horizonte: a maior parte dos trajetos na cidade ainda � feita em pistas disputadas com carros e motos (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
O aposentado Russel Furtado, de 70 anos, fica cerca de 30 minutos no �nibus que o leva da Pra�a Sete at� em casa, no Bairro Gutierrez, Regi�o Oeste de Belo Horizonte. “� uma viagem demorada. H� alguns anos, durava uns 20 minutos.” A compara��o ilustra um relat�rio da BHTrans que trata da velocidade m�dia dos coletivos na capital. O indicador apurado em 2016 mostra duas quedas anuais consecutivas e � o menor desde 2009, per�odo de abrang�ncia do levantamento.


O indicador � a m�dia das velocidades de todas as linhas de �nibus, como Move, convencionais e suplementares. Em 2016, no pico da manh�, os coletivos rodaram a uma velocidade m�dia de 17,16km/h, abaixo da apurada em 2009 (19,31km/h), 2010 (18,89km/h), 2011 (18,76km/h), 2012 (18,24km/h), 2013 (17,62km/h), 2014 (18,41km/h) e 2015 (18,11km/h).

J� no pico da tarde, a velocidade m�dia em 2016 foi de 15,18km/h, inferior � registrada em 2009 (16,28km/h), 2010 (16,05km/h), 2011 (16,37km/h), 2012 (16,14km/h), 2013 (15,24km/h), 2014 (15,93km/h) e 2015 (16,06km/h). Nota-se que o indicador apurou queda, tanto pela manh� quanto � tarde, ap�s dois grandes projetos implantados pela prefeitura a partir de 2014.

Trata-se do Move, que tem pista livre em avenidas como a Cristiano Machado e a Ant�nio Carlos, e da faixa exclusiva para �nibus no Centro da cidade e em alguns corredores vi�rios fora do per�metro interno da Contorno, como na Pedro II e na Vilarinho. O Move, implantado paralelamente a um rearranjo de linhas, at� que permitiu a redu��o do volume de coletivos na cidade, o que contribuiu para que a queda na velocidade m�dia n�o fosse mais acentuada.

Para se ter ideia, a chegada do Move reduziu o volume de �nibus na regi�o hospitalar em 54%. No Hipercentro, 32%. Na Ant�nio Carlos, 27%. Na Cristiano Machado, 25%. Mas o sistema n�o foi suficiente para melhorar o indicador que trata do tempo de viagem do conjunto das linhas que operam na cidade. Quais motivos justificam a redu��o na velocidade m�dia?

“Acredito que seja o aumento na frota de autom�veis, motos e outros que disputam o tr�nsito com os �nibus”, avaliou Russel. Bingo novamente. A frota na capital mineira saltou 43% desde 2009, de 1.227.917 unidades para 1.714.233, segundo o Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran). “O brasileiro tem que mudar o pensamento. Devemos priorizar o coletivo, ou seja, o transporte p�blico em vez do autom�vel”, defendeu o aposentado.

O consultor Frederico Rodrigues, s�cio da Imtraff e com mestrado e doutorado no ramo de engenharia de tr�nsito, partilha da mesma opini�o. Ele considera uma tend�ncia mundial a redu��o da velocidade m�dia nos grandes centros urbanos, onde, refor�a, “n�o tem ocorrido �xito em a��es de planejamento de transportes”. “Isto �, onde tem ocorrido migra��o de usu�rios do transporte coletivo para o autom�vel privado e onde o fluxo de ve�culos nas vias tem aumentando constantemente.”

Russel Furtado faz em 30 minutos a viagem que há alguns anos demorava 20(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press )
Russel Furtado faz em 30 minutos a viagem que h� alguns anos demorava 20 (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press )
Neste cen�rio descrito pelo s�cio da Imtraff, quem mais sofre � o sistema de transporte coletivo. Ele explica o porqu�: “Por ter rotas fixas, n�o podendo buscar caminhos alternativos”. E ele pr�prio sugere a solu��o: “N�o � nenhuma novidade, ou seja, melhorar as condi��es do transporte coletivo para que ele seja atraente em rela��o ao autom�vel, reduzindo o n�mero de ve�culos em circula��o”.

O tamb�m consultor na �rea Osias Baptista acrescenta que, apesar das pistas exclusivas para �nibus, a maior parte das viagens dos coletivos � feita em faixas divididas com autom�veis. “N�o adianta ter �nibus maravilhosos parados nos congestionamentos. Tem de criar mais prioridade para o transporte p�blico.”

Ele ressalta, contudo, que os estudos de velocidade m�dia na cidade precisam ter pelo menos duas leituras. Levando-se em conta o todo, a velocidade m�dia reduziu. Levando-se em conta apenas as faixas exclusivas para coletivos, a velocidade aumentou. Anteontem, o EM solicitou � BHTrans a velocidade m�dia em algumas vias da cidade, incluindo as do Move, mas a autarquia informou que a demanda necessita prazo maior para apura��o. A BHTrans tamb�m optou por n�o comentar o pr�prio relat�rio neste momento.

Clique e veja a evolução da frota e da velocidade dos coletivos em BH(foto: Arte/Paulinho Miranda)
Clique e veja a evolu��o da frota e da velocidade dos coletivos em BH (foto: Arte/Paulinho Miranda)

Conforto fora da meta

 

O relat�rio da BHTrans revelou necessidade de melhorar outro indicador, o �ndice de Ocupa��o do Transporte Coletivo (IOTC). Na pr�tica, o IOTC afere o n�vel de conforto do servi�o prestado em hor�rios de pico, considerando-se as viagens cujas lota��es ficaram fora da m�xima permitida nos contratos com as operadoras do servi�o.

Segundo a BHTrans, “a meta acordada foi de 90% de viagens ocorrendo abaixo dos n�veis m�ximos de lota��o”. Aceitando, portanto, condi��es adversas em apenas 10% das viagens. Em 2014, quando o Move foi implantado, o �ndice no hor�rio de pico da manh� foi de 76%.

O indicador avan�ou em 2015 (82%) e no ano passado (87%), mas ainda est� abaixo da meta (90%). O mesmo ocorreu no pico da tarde: 80% em 2014, 85% em 2015, e 88% em 2016.

A cozinheira Shirley de Carvalho, de 42 anos, pleiteia maior conforto nas viagens do Centro ao Alto Vera Cruz, onde mora. Ela reclama da superlota��o e do tempo, que aumentou ao longo da d�cada. “Gasto meia hora de minha casa ao Centro. H� alguns anos, a viagem era feita em 20 minutos”. (PHL)

No ano passado, 87% das viagens foram realizadas com lotação abaixo da máxima permitida: a meda era de 90%(foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)
No ano passado, 87% das viagens foram realizadas com lota��o abaixo da m�xima permitida: a meda era de 90% (foto: Juarez Rodrigues/EM/DA Press)


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