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Estado de Minas

Minas Gerais registra menor n�mero de mortos e acidentes em 10 anos nas BRs

PRF cita maior consci�ncia dos motoristas, fiscaliza��o, multas e melhorias em rodovias. Para especialistas, crise econ�mica contribuiu para queda nos desastres


postado em 12/01/2017 06:00 / atualizado em 12/01/2017 07:58

Radar na BR-381 que começou a multar em meados de 2015: para PRF, fiscalização eletrônica contribui para queda do número de acidentes e mortes nas rodovias federais de Minas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press - 1/6/15)
Radar na BR-381 que come�ou a multar em meados de 2015: para PRF, fiscaliza��o eletr�nica contribui para queda do n�mero de acidentes e mortes nas rodovias federais de Minas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press - 1/6/15)
Menos acidentes, menos mortes. Minas Gerais fechou 2016 com 14,3 mil acidentes nas estradas federais que cortam o estado, n�mero 7,7% menor que em 2015, com resultado direto sobre a mortalidade nessas rodovias: foram 822 �bitos, queda de 14% em compara��o com o ano anterior.

Nos dois casos, as estat�sticas s�o as mais baixas em pelo menos 10 anos  – a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) n�o tem dados anteriores a 2007 (veja quadro). A PRF atribuiu a redu��o � combina��o de multas mais caras para ultrapassagens proibidas, trabalho de fiscaliza��o e melhorias nas condi��es das estradas. J� especialistas em tr�nsito avaliam que a redu��o foi provocada sobretudo pela menor circula��o de ve�culos de carga por causa da crise econ�mica.

No ranking das estradas mais violentas, a BR-381 mais uma vez ocupou a primeira coloca��o em mortes: foram 192 �bitos em 4,6 mil acidentes nos trechos entre Belo Horizonte e a divisa com S�o Paulo e entre a capital mineira e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Na segunda posi��o aparece a BR-116 (Rio-Bahia), que ultrapassou a BR-040 e registrou 138 mortes, contra 127 da estrada que liga BH ao Rio de Janeiro e tamb�m a Bras�lia. Fecham o ranking das cinco rodovias federais que mais mataram no ano passado a 262 (102 �bitos) e a 365 (65 �bitos).

O inspetor Aristides J�nior, assessor de comunica��o da PRF em Minas, citou fatores que contribu�ram para a queda da viol�ncia nas BRs, como reajustes nos valores de multas, melhorias em rodovias e funcionamento de mais radares m�veis da PRF e fixos em estradas concedidas, mas apontou a conscientiza��o dos motoristas como principal raz�o para a queda na viol�ncia nas BRs. 

“A colabora��o dos motoristas � o mais importante. E quando as multas come�am a chegar, h� um impacto na conduta. A expectativa � reduzir ainda mais em 2017, com a consolida��o dos aumentos (nos valores) das infra��es”, disse. Ele lembrou ainda a��es de educa��o da PRF, como o cinema rodovi�rio, e opera��es com o uso dos radares m�veis – apenas em uma a��o realizada em dezembro na BR-040, em Juiz de Fora (Zona da Mata) 1,2 mil motoristas foram flagrados acima da velocidade permitida em 24 horas.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

RECESS�O
Por sua vez, o mestre em sociologia e especialista em educa��o e seguran�a no tr�nsito Eduardo Biavati avalia que n�o foram feitos investimentos em 2016 que justificassem mudan�a de padr�o estrutural das rodovias ou melhoria consider�vel da fiscaliza��o eletr�nica. Ele considera que a redu��o de acidentes e mortes em Minas Gerais � parte de uma tend�ncia vista em outras regi�es do pa�s e que tem rela��o com a crise econ�mica.

“A vari�vel unificadora dessa situa��o toda ainda � o momento de retra��o econ�mica, que aplicou uma grande restri��o aos or�amentos dom�sticos. � muito evidente que para as fam�lias ficou caro o deslocamento rodovi�rio por conta do combust�vel e ficou invi�vel o transporte de carga”, diz Biavati. Dados da Ag�ncia Nacional do Petr�leo (ANP) indicam que, de janeiro a novembro de 2016, houve diminui��o na venda de combust�veis das distribuidoras para os postos em Minas, com queda m�dia mensal de 2,8% em cada um dos 11 meses em compara��o com o mesmo per�odo de 2015.

A diminui��o da atividade econ�mica tamb�m � um fator preponderante para o resultado verificado nas BRs mineiras, segundo o diretor-executivo da Confedera��o Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista. “A crise gerou uma queda de demanda. A economia menos aquecida � sinal de menos produtos sendo comercializados e grande parte deles, no Brasil, � movimentada por caminh�es”, afirma.

Batista acredita, no entanto, que alguns fatores tamb�m contribu�ram para a redu��o da viol�ncia nas BRs mineiras, como melhorias nas estradas e investimentos para qualifica��o dos caminhoneiros e avalia��o das condi��es de sa�de desses motoristas. Ele citou, por exemplo, cursos ministrados no sistema Sest/Senat. E ressaltou que a pesquisa CNT de rodovias apontou, em Minas Gerais, alta no percentual de estradas do estado consideradas �timas ou boas: o �ndice passou de 46,4% em 2015 para 57,9% em 2016.

Parte dessa melhoria tem rela��o com a privatiza��o de estradas mineiras. Atualmente, as BRs 381 (entre BH e S�o Paulo), 262 (entre BH e Campo Florido, no Tri�ngulo Mineiro), 040 (entre Juiz de Fora e Bras�lia), 153 e 050 (trechos completos, no Tri�ngulo Mineiro) est�o sob a administra��o da iniciativa privada. “A diminui��o dos mortos � louv�vel, mas ainda n�o h� o que comemorar, pois os n�meros do tr�nsito no Brasil s�o n�meros de guerra”, lembra Batista. Para ele, a solu��o passa por melhorias de infraestrutura de grande impacto, como a duplica��o das estradas, eliminando as pistas simples e as possibilidades de colis�es frontais, tipo de acidente que mais mata.


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