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Estado de Minas

Popula��o vai a p� ou at� a cavalo atr�s de vacina contra febre amarela

Com cuidados redobrados e ref�ns do medo, moradores do Vale do Mucuri lotam postos de sa�de da regi�o para vacinar contra a febre amarela


postado em 16/01/2017 06:00 / atualizado em 16/01/2017 07:52

Moradores de Ladainha fazem fila para se imunizar no posto de vacinação da cidade, que já contabiliza 16 casos suspeitos de morte por febre amarela silvestre(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Moradores de Ladainha fazem fila para se imunizar no posto de vacina��o da cidade, que j� contabiliza 16 casos suspeitos de morte por febre amarela silvestre (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Ladainha – Popula��o ref�m do medo, traumatizada com as perdas sucessivas e em busca de prote��o para n�o cair de cama. A suspeita de novos casos de febre amarela silvestre em Ladainha, a 72 quil�metros de Te�filo Otoni, no Vale do Mucuri, aumenta o n�mero de moradores, principalmente da �rea rural do munic�pio, nas filas de vacina��o do Centro da cidade. J� s�o 46 casos suspeitos e 16 mortes. Com os postos de sa�de abertos no fim de semana e em hor�rio maior, a popula��o se desloca a p�, de carro, moto ou a cavalo para receber o ant�doto contra a picada do mosquito Haemagogus, transmissor do v�rus que causa o mal letal � sa�de humana. “Estamos com um bom estoque de vacinas”, informa o secret�rio municipal de Sa�de, F�bio Peres dos Santos, que acompanha a movimenta��o nos locais de imuniza��o.


Na manh� de ontem e de s�bado, quando ocorre a tradicional feira de produtos t�picos – farinhas, frutas t�picas da regi�o, bolos, doces, biscoitos, manteiga de garrafa e outros –, a multid�o se comprimia na esquina das ruas V�rgilio Rodrigues e Manoel Machado. O pequeno Neymar, de 2 anos, n�o teve medo da picada da agulha nem chorou, segundo a m�e dele, Nat�lia Rodrigues Gon�alves, de 20, moradora da zona rural de C�rrego S�o Joaquim, que, com paci�ncia, “administrava” a briga pelo colo, onde j� estava dormindo Isabela, de apenas sete meses. Ao lado, Alessandra, de 5, se agarrava � m�e tamb�m sem derramar uma l�grima. “Vacinar � muito importante”, disse Nat�lia.

Quem chega ao posto de vacina��o no Centro de Ladainha, munic�pio de 17 mil habitantes e l�der em n�mero de mortos, desde que a febre amarela silvestre come�ou a aterrorizar a Regi�o Leste de Minas, deve passar primeiro por um setor de avalia��o, onde a equipe verifica o cart�o de vacina��o, conversa coma pessoa para saber quando ela foi vacinada pela �ltima vez e conhecer outros detalhes importantes, diz o secret�rio de Sa�de. Logo em frente, onde est� escrito “Vacina��o aqui”, � feita a imuniza��o. Pelo caminho, � poss�vel ver os chuma�os de algod�o deixados por pessoas de todas as idades.

TRISTEZA Morador da comunidade de Bacu�, o agricultor Ant�nio de Souza, de 83, arrega�ou manga da camisa e recebeu a agulhada, sem reclamar. “� s� uma dorzinha”, brincou. Ao lado, o secret�rio de Sa�de dizia que pessoas maiores de 60 anos precisam estar com boa sa�de para ser vacinadas, sem alguma condi��o cl�nica (imunodepress�o) que iniba a infec��o, como gripe forte, amigdalite e outros problemas. Residente na comunidade rural de Peixe Cru, Maria Pereira Magalh�es veio de �nibus e contou que um primo dela foi hospitalizado no Hospital Municipal Arthur Rausch, mas, agora, “gra�as a Deus”, passa bem.

Natália levou os filhos Neymar, Isabela e Alessandra ao posto de saúde:
Nat�lia levou os filhos Neymar, Isabela e Alessandra ao posto de sa�de: "Vacinar � importante" disse (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Na feira, Maria do Ros�rio Nascimento, de 71, moradora de �guas Belas, conversava com a vendedora de queijos Palmira Campos Rodrigues, de 63, de Ribeir�o da Areia. “Est� tudo muito triste e perigoso. Vacinei h� 16 anos e repeti a dose na sexta-feira”, contou a vendedora. “Quem mora na ro�a precisa se precaver. Vacinei pela primeira vez na ter�a-feira”, afirmou Maria do Ros�rio. O tamb�m vendedor Jandir Ramos Rodrigues, de 29, tamb�m se imunizou pela primeira vez e revelou que ficou muito “cismado”. Sem perder o pique, acrescentou que teve um colega internado.

Com belas matas e tendo a pedra “Marta Rocha” como monumento, Ladainha tem, em cada canto, algu�m perguntando ao outro: “J� vacinou?” “Eu j�. Agora!”, respondeu � pergunta de um amigo Humberto Nascimento, de 63, que j� tinha sido imunizado em 2001. “Viajei pelo Norte do Brasil, l� � que a gente v� falar em febre amarela silvestre. Mas, aqui?”, lamentou.

REPELENTES Enquanto a popula��o recebe a vacina, o funcion�rio de um supermercado anuncia a venda de repelentes a R$ 15,90. Jefferson Gon�alves Soares, de 21, conta que perdeu um tio, Joamir Jesus Gon�alves, de 46, pedreiro que morava na zona urbana. “Estamos muito tristes, mas n�o foi febre amarela urbana”, contou. Segundo ele, n�o para um repelente no estoque. De acordo com especialistas, a febre amarela urbana n�o ocorre no pa�s desde 1942.


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