(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Estado tenta abrir mais 80 leitos e refor�a triagem para salvar v�timas da febre amarela

N�mero de mortes suspeitas de febre amarela chega a 47 e de casos a 152 em Minas. No Brasil, doen�a matou quase metade dos infectados desde 2008


postado em 17/01/2017 06:00 / atualizado em 17/01/2017 08:35

Funcionários instalam telas com inseticidas no Hospital Eduardo de Menezes, onde pacientes do interior com febre amarela são tratados: meta é evitar que o Aedes agypti possa transmitir doença(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Funcion�rios instalam telas com inseticidas no Hospital Eduardo de Menezes, onde pacientes do interior com febre amarela s�o tratados: meta � evitar que o Aedes agypti possa transmitir doen�a (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O avan�o do n�mero de casos e mortes suspeitos e prov�veis de febre amarela em Minas – j� s�o 152 notifica��es e 47 �bitos investigados – leva autoridades de sa�de do estado a refor�ar medidas para tentar salvar vidas. Diante da alta letalidade da doen�a, da baixa imuniza��o no estado (menos da metade da popula��o antes do surto) e da possibilidade de este ano se tornar o pior em casos e mortes por febre amarela em Minas desde 2001 e do Brasil desde 2008, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES) busca abrir mais 80 leitos exclusivos para tratamento da enfermidade no interior, contratar de forma emergencial mais t�cnicos de enfermagem e prosseguir com a vacina��o em massa, especialmente nos munic�pios na �rea de alerta, no Leste e no Nordeste do estado (veja arte).


As medidas, que tamb�m incluem cess�o de cinco ambul�ncias do Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia para Te�filo Otoni e de uma para Caratinga, al�m de suporte no transporte aerom�dico, se somam a outras j� em andamento com o objetivo de tratar com rapidez pacientes que apresentam sintomas de febre amarela. Desde a semana passada, o Hospital Eduardo de Menezes, em BH, recebe doentes do interior e chegou a mandar equipes da pr�pria unidade de sa�de para Te�filo Otoni e Caratinga para ajudar na triagem de doentes. “Os pacientes com altera��o da fun��o hep�tica (f�gado) s�o os que costumam ter uma evolu��o pior. Por isso, podem ser transferidos”, afirma a diretora-cl�nica do hospital, Virginia Zambelli.
No momento, 42 leitos do Eduardo de Menezes est�o reservados para casos de febre amarela, dos quais 10 de CTI e 32 de enfermaria, que podem ser adaptados. Segundo Virginia Zambelli, que � m�dica infectologista, normalmente 10% dos casos de febre amarela s�o sintom�ticos, mas a letalidade � alta nesse grupo de pacientes. Nesses pacientes, n�o h� um tratamento considerado padr�o e as interven��es m�dicas dependem da evolu��o de cada caso. “Normalmente, h� um manejo da hidrata��o desses pacientes e dos dist�rbios de coagula��o do sangue. O controle da fun��o hep�tica � um dos aspectos a serem tratados. Muitas vezes, tamb�m ocorre uma altera��o da fun��o renal”, afirma.


Ontem, foram instaladas telas com inseticidas nas alas do hospital que est�o recebendo pacientes e tamb�m na creche da institui��o. Hoje, est� prevista a aplica��o do inseticida na vila que acompanha o C�rrego Bonsucesso, vizinho ao hospital. A unidade tamb�m est� contratando t�cnicos de enfermagem em car�ter de urg�ncia para dar conta da demanda. O objetivo � combater o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, mas que tamb�m transmite febre amarela em ambiente urbano – o �ltimo caso urbano da doen�a no Brasil � de 1942.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
LEITOS Al�m de acionar o Eduardo de Menezes, a abertura de mais 80 leitos no interior � uma tentativa da SES de ampliar a capacidade de atendimento e fazer frente � alta letalidade da febre amarela – os leitos negociados est�o no Hospital Santa Ros�lia, em Te�filo Otoni (50), na Casa de Assist�ncia � Sa�de de Caratinga (20) e no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, tamb�m em Caratinga (10). Segundo o Minist�rio da Sa�de, a letalidade da febre amarela no pa�s de 2008 a 2016 foi de 49%: de 116 casos confirmados, 57 evolu�ram para morte. Em Minas, nas epidemias 2001 e 2003, o percentual de pacientes que morreram foi de 50% (32 casos e 16 mortes) e 35,9% (64 casos e 23 mortes), respectivamente.
Este ano, se exames confirmarem os atuais 152 casos e 47 �bitos no estado, a letalidade ser� de 30,9%.
Em n�meros absolutos, eventual confirma��o do balan�o mais recente em Minas tornar� este ano pior em �bitos que os de 2001 e 2003 (quando houve epidemias). Em compara��o com o Brasil, ser� o maior n�mero de mortes por febre amarela desde 2008.

Imuniza��o
Outra frente de combate aos �bitos e � prolifera��o dos casos � a distribui��o de vacinas. Levando em considera��o o trabalho de rotina e o refor�o de doses depois do surto, 762 mil doses foram enviadas para as regionais de sa�de de Te�filo Otoni, Coronel Fabriciano, Manhumirim e Governador Valadares, o suficiente para n�o faltar doses em nenhum munic�pio, conforme a secretaria. Por�m, a Prefeitura de Governador Valadares informou que vacinou a popula��o at� a �ltima sexta-feira e s� retoma o trabalho amanh� porque houve procura maior do que a capacidade de reposi��o por parte da SES, inclusive de outros munic�pios.

A vacina��o se torna ainda mais importante diante do cen�rio de baixa imuniza��o no estado. Segundo a SES, dados de 2006 a 2016, antes do surto, mostram que a cobertura vacinal da popula��o mineira era de 49,7%. “Esse fato colabora para a ocorr�ncia do surto de forma direta, pois forma bols�es de suscept�veis, pessoas que n�o se vacinam e come�am a transmitir a doen�a, completando o ciclo do mosquito”, afirma a secretaria por meio de nota. Sobre a falta de vacinas, a SES respondeu que o desabastecimento � pontual por conta do planejamento dos munic�pios em atender a demanda espont�nea,

sobrecarregando alguns lugares. Outro problema � a falta de espa�o de alguns munic�pios para guardar as vacinas. “Se ocorrer libera��o de um quantitativo acima do limite de armazenamento nos munic�pios, h� risco de perda de vacinas. Por esse motivo, as regionais de sa�de est�o orientadas a liberar conforme capacidade do munic�pio, de forma gradativa”, diz a secretaria em nota. A pasta aguarda para hoje a chegada de mais 450 mil doses, que foram enviadas pelo Minist�rio da Sa�de.

Alta nas mortes suspeitas foi de 23% em quatro dias

O n�mero de casos suspeitos de febre amarela indicados ontem em balan�o da Secretaria de Estado de Sa�de (152) superou em 14,2% o do boletim anterior, divulgados na sexta-feira (133). As mortes investigadas tamb�m subiram: sa�ram de 38 para 47, alta de 23,6%. De acordo com a SES, dos casos suspeitos da doen�a, 37 pacientes passaram por exames laboratoriais que deram diagn�stico preliminar para febre amarela. Por�m, elas ainda v�o passar por avalia��o epidemiol�gica, hist�ricos de vacina��o e deslocamentos desses pacientes, para confirmar se realmente contra�ram a enfermidade. Em rela��o as mortes, a an�lise inicial indicou 22 �bitos por febre amarela. A situa��o mais cr�tica � de Ladainha, no Vale do Mucuri, que teve oito mortes confirmadas. No Hospital Eduardo de Menezes, unidade refer�ncia para tratamento de doen�as infecciosas, tr�s pessoas do interior de Minas morreram.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)