
Na a��o de domingo, os detentos escaparam utilizando uma serra para cortar as barras de suas celas e uma trama de len��is amarrados ao muro, que serviu como corda e � conhecida no meio criminoso como “teresa”. At� o fechamento desta edi��o, nenhum fugitivo havia sido recapturado pela Pol�cia Militar, que ainda fazia buscas na regi�o. A unidade tem capacidade para 102 presos, mas tinha 148 antes da fuga. As 187 unidades prisionais mantidas pelo estado contam com 69,2 mil pessoas confinadas em espa�os projetados para manter 38,5 mil, uma lota��o de 55,6% acima da capacidade.
Passados 22 dias, a unidade enfrentou mais uma crise, dessa vez um motim dos internos, que atearam fogo aos seus colch�es e foram dominados pelos agentes penitenci�rios. De acordo com informa��es da unidade, os presos exigiam transfer�ncia e outros afirmaram j� terem cumprido suas penas e queriam a liberdade, mas suspeita-se que o ocorrido tenha sido uma rea��o a uma tentativa frustrada de fuga. Em 12 de outubro de 2015, tr�s detentos morreram e 14 fugiram ap�s uma rebeli�o na penitenci�ria. O motim teve in�cio na madrugada em dois pavilh�es, quando detentos colocaram fogo nas celas.
A �ltima grande fuga de presos ocorreu em 7 de janeiro, em Jacinto, no Vale do Jequitinhonha. Cinco detentos renderam os agentes penitenci�rios, agrediram os servidores a socos e pontap�s e depois fugiram levando tr�s rev�lveres calibre 38 e uma pistola calibre .40. De acordo com a pol�cia, durante uma inspe��o de rotina os internos surpreenderam os agentes. Os criminosos roubaram um ve�culo e fugiram na dire��o de Salto da Divisa, cidade na fronteira com o estado da Bahia. Nos primeiros dias ap�s a a��o, nenhum deles foi recapturado.
A maior fuga no �ltimo ano tinha ocorrido em Montes Claros, em 17 de novembro, envolvendo nove presos do pres�dio regional. A pol�cia desconfia que os fugitivos tenham sido ajudados por pessoas que estavam no lado de fora, pois uma das telas da cerca de metal estava cortada e os presos aproveitaram para passar por esse local.
Na Grande BH, antes de os 10 presos em Ibirit� escaparem, houve uma fuga de sete internos do Pres�dio de Jaboticatubas, em 6 de junho. Eles conseguiram despistar a seguran�a durante o banho de sol di�rio a que t�m direito e escaparam pulando os muros. Apenas um foi recapturado pela pol�cia, no dia seguinte a essa a��o ter sido percebida, com a contagem dos internos.
MEDO Assim como a fuga de presos gerou p�nico em Ibirit�, onde os uniformes vermelhos de presidi�rios foram encontrados atirados em v�rias ruas pr�ximas, uma outra, ocorrida em 21 de julho �ltimo, em Pomp�u, na Regi�o Centro-Oeste, trouxe medo aos vizinhos da unidade prisional do munic�pio. Cinco detentos conseguiram escapar. A fuga foi vista por moradores do entorno da unidade e alguns deles chegaram a ligar para a pol�cia para denunciar. Dos cinco, dois chegaram a ser recapturados. Todos os fugitivos cumpriam pena por furtos e roubos. Os presos fugiram depois de abrir um buraco na parede da cela e de pular o muro do pres�dio.
D�FICIT A fuga em Ibirit� preocupa os agentes penitenci�rios de Minas Gerais. De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes de Seguran�a Penitenci�ria do Estado de Minas Gerais (Sindasp), Adeilton Rocha, unidades como a da cidade, que pertenciam � Pol�cia Civil e foram repassadas para serem administradas pela Subsecretaria de Administra��o Prisional (Suapi), n�o t�m estrutura. “L�, a superlota��o e o d�ficit de agentes penitenci�rios, al�m da falta de investimento, principalmente dos �ltimos dois anos, dificultam o trabalho. Tamb�m vale ressaltar que essas cadeias p�blicas n�o foram projetadas para serem uma unidade prisional que venha a ter preso trabalhando, estudando, com banho de sol e outras atividades do m�nimo de atendimento que a lei permite”, afirmou.
Entre os pontos, do pres�dio de Ibirit� que podem ter facilitado a fuga est� a falta de estrutura, segundo o presidente. “� uma unidade que n�o tem muralhas na lateral, somente guaritas na frente. Mesmo com muro alto, n�o tem um ponto fixo para um agente ficar 24 horas de plant�o, isso dificulta a seguran�a”, disse Adeilton Rocha.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Administra��o Prisional (Seap) afirmou que, por medidas de seguran�a, n�o pode confirmar quais cadeias tiveram mais fugas nos �ltimos anos. Em rela��o ao n�mero de rebeli�es registradas em 2016, afirmou que foram tr�s. Por�m, ressaltou que o termo rebeli�o “se d� apenas aos movimentos de indisciplina nos quais existam ref�ns e aos que saem da �rea interna da unidade”.