
A motiva��o para o motim na Penitenci�ria Ant�nio Dutra Ladeira, em Ribeir�o das Neves, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, segundo os presos, � a atua��o do Grupo de Interven��o R�pida (GIR). Os detentos alegam que est�o sendo agredidos e que familiares est�o sendo constrangidos. Por�m, a informa��o foi negada pelo secret�rio de Estado de Administra��o Prisional (Seap), Robson Lucas Silva. Segundo ele, os servi�os do grupo foram retirados da unidade sem o conhecimento da secretaria. Por isso, os detentos tinham “regalias” que chegavam a colocar em risco “a seguran�a local”.
Os trabalhos do GIR retornaram para a penitenci�ria depois da entrada do novo diretor, Rodrigo Machado. Por�m, den�ncias de presos e at� da Comiss�o de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG), davam conta que os detentos estavam sendo agredidos e sofrendo maus-tratos por parte dos agentes. Por�m, a informa��o foi desmentida pelo secret�rio Robson Lucas.
“N�s conversamos ontem (segunda-feira) com um dos detentos que � uma lideran�a. O que n�s ouvimos dele � um desconforto que os familiares manifestam aos detentos de termos novamente a presen�a ostensiva dos agentes que integram o GIR. Repito novamente, esse procedimento de seguran�a � observado em todas as nossas unidades prisionais. N�o se sabe porque a gest�o anterior da unidade tinha abolido a pr�tica, e ao arrepio do conhecimento do gabinete da secretaria. Isso fazia com que proporcionasse uma certa liberdade e regalias aos detentos que n�o s�o condizentes com a boa pr�tica, com a legisla��o, colocando em risco at� mesmo a seguran�a de todos”, afirmou.
De acordo com o secret�rio, entre as regalias est� transfer�ncia de celas. “As regalias se davam por transfer�ncias fora de crit�rios de presos de celas de pavilh�es de uma para outra. A aus�ncia do GIR nos procedimentos de rotina fazia com que a falta de agentes proporcionasse um ambiente de maior liberdade. Hoje h� uma reclama��o que n�o se circula aparelhos celulares. N�o sei se antes circulava. Mas, hoje o trabalho efetivo da gest�o � coibir a entrada e o uso de celular. Quest�es relacionadas ao uso de entorpecente � visto com muita aten��o”, comentou Robson Lucas.
Outro ponto questionado pelos presos � em rela��o as visitas. Na administra��o passada, elas aconteciam semanalmente, por�m, foi modificada e acontece, agora, de maneira quinzenal. A Justificativa � manter o padr�o com outras unidades. “Todas as unidades do complexo de Neves mant�m a rotina de visitas quinzenais e na Dutra tinha semanal. Ent�o, foi feita uma reuni�o e levantamento e est�vamos com dificuldade de manter o procedimento diferente das demais unidades. Para efeito das quest�es de seguran�a de nossas rotinas internas, foi deliberado, ent�o, o nivelamento de procedimentos”, explicou o secret�rio.
Superlota��o
Um dos problemas enfrentados na Penitenci�ria Dutra Ladeira � com o excesso de presos. Atualmente, h� 2.109 detentos na unidade, quase o dobro da capacidade, que � de 1.163. Por causa da superlota��o dos pres�dios, o secret�rio afirma que est� sendo feito um trabalho de refor�o nas unidades de Minas Gerais e que o Estado n�o est� imune das rebeli�es. “N�o digo que estejamos isentos desta possibilidade. N�s enfrentamos assim como todas as unidades do Brasil inteiro o problema da superpopula��o carcer�ria. Ent�o, em cima disso, n�s fizemos um planejamento de refor�o da seguran�a. Temos uma equipe preparada para tanto, que � o Cope que faz um patrulhamento, visita��o, faz ponto base nas unidades que a partir de um servi�o de intelig�ncia a gente identifica poss�veis movimentos que podem subverter a ordem”, concluiu.