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Estado de Minas

Nos 100 anos da morte de Oswaldo Cruz, pa�s enfrenta a febre amarela

O Brasil tamb�m patina no controle do mosquito Aedes Aegypti, que o sanitarista venceu em 1907


postado em 12/02/2017 06:00 / atualizado em 13/02/2017 09:16

Centro de Pesquisas René Rachou, unidade da Fundação Oswaldo Cruz em BH: uma das heranças da obstinação do sanitarista(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Centro de Pesquisas Ren� Rachou, unidade da Funda��o Oswaldo Cruz em BH: uma das heran�as da obstina��o do sanitarista (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Quem j� teve dengue n�o se esquece das dores intensas no corpo, febre alta, indisposi��o e outros sintomas caracter�sticos da doen�a. Atualmente, al�m da enfermidade transmitida pelo mosquito Aedes aegypti h� pelo menos 30 anos no Brasil, o inseto tamb�m assusta em Minas Gerais com o aumento dos casos das emergentes zika e chikungunya. Mas, desde os anos de 1850, o mosquito j� assombra o pa�s pela hist�rica mortandade do tipo urbano da febre amarela, doen�a que vitimou milhares de pessoas at� 1942, quando foi erradicada.

Hoje, � a forma silvestre da doen�a, transmitida pelo inseto Haemagogus, que provoca no estado o maior surto da hist�ria do pa�s, desde 1980, segundo os �ltimos dados do Minist�rio da Sa�de. Mas o medo da dissemina��o do modo urbano da febre amarela ainda bate � porta em Minas, justamente no ano do centen�rio da morte de seu maior combatente: o m�dico Oswaldo Cruz.

O sanitarista brasileiro, que morreu em 11 de fevereiro de 1917, aos 44 anos, foi pioneiro no in�cio do s�culo 20 na implanta��o de medidas sanit�rias, com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas do Rio de Janeiro, ent�o capital do pa�s, para eliminar focos do Aedes aegypti.

 

HERAN�A


Ainda que sua atua��o tenha enfrentado rea��o popular � �poca, justamente pelo car�ter inovador, o trabalho capitaneado por Oswaldo Cruz desde 1901 foi capaz de erradicar a febre amarela do pa�s pela primeira vez em 1907.

(foto: Acervo Casa de Oswaldo Cruz)
(foto: Acervo Casa de Oswaldo Cruz)

Nos dias de hoje, o olhar sobre o centen�rio da morte de Oswaldo Cruz e a miss�o cumprida por ele no combate ao mosquito revelam uma grande dualidade: por um lado, o pioneirismo e obstina��o para avan�ar em pesquisa cient�fica, forma��o acad�mica, assist�ncia e combate � febre amarela e outras doen�as de sua �poca.

Uma das heran�as desse trabalho � a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem em Belo Horizonte o Centro de Pesquisas Ren� Rachou, no Barro Preto, na Regi�o Centro-Sul da capital. Mas, por outro, levanta a discuss�o sobre o que retrocedeu nesse centen�rio.



Ou seja, o que falhou para que doen�as velhas conhecidas da ci�ncia, como � a febre, deixassem de ficar apenas nos registros do passado para continuar exigindo esfor�os e investimentos das redes de sa�de e ainda provocar surtos como o que se v� agora em Minas Gerais.

No caso da febre amarela, por exemplo, a morte de macacos contaminados na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) alerta para a circula��o do v�rus da doen�a na capital e em cidades vizinhas e para a necessidade de refor�o vacinal na regi�o.

A Secretaria de Estado da Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) confirmou na quinta-feira resultados positivos para a doen�a em animais que morreram na capital, Betim e Contagem. E atestou, na �ltima sexta-feira, 68 mortes no estado de pessoas infectadas pela doen�a, al�m de outras 95 suspeitas. Ao todo, Minas soma 987 notifica��es da febre, com 198 casos j� confirmados.

Os casos da doen�a notificados at� o momento no estado s�o de febre amarela silvestre, transmitida pelo mosquito Haemagogus, que leva os v�rus do hospedeiro – o macaco infectado – para o homem. Mas a confirma��o de que o v�rus est� circulando na Grande BH refor�ou um temor que ronda o surto desde o princ�pio: o da dissemina��o do tipo urbano da doen�a.

Nesse caso, a contamina��o se d� na triangula��o ser humano/Aedes/ser humano. Ou seja, o medo � que o mosquito que infesta as cidades pique um eventual paciente de febre amarela e leve a doen�a a outras pessoas, ressuscitando a febre amarela urbanas contra a qual combateu Oswaldo Cruz e que permanece enterrada desde 1942 no Brasil.


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