O refor�o no policiamento para coibir os ataques a �nibus em Belo Horizonte e cidades da regi�o metropolitana parece n�o intimidar os criminosos. Dois homens incendiaram um �nibus no Bairro Beatriz, em Contagem, na tarde desta ter�a-feira. Em Sarzedo, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros Metropolitano (Sintram), dois homens tentaram atear fogo em um ve�culo que estava no terminal. As chamas foram contidas por funcion�rios do local. Em nenhuma das ocorr�ncias, os suspeitos foram presos. Somente neste ano, 18 ve�culos foram atacados na Grande BH. Nos �ltimos tr�s dias, foram nove carros alvos dos bandidos.
A tentativa de ataque ao �nibus de Sarzedo ocorreu por volta das 12h, segundo o Sintram. Funcion�rios contaram que dois homens chegaram ao local e jogaram um l�quido inflam�vel no ve�culo da linha 3651 (Terminal Sarzedo/Bairro Bras�lia) e depois atearam fogo. As chamas atingiram a cortina que fica atr�s do banco do motorista. Condutores que estavam no local conseguiram conter o fogo antes de as chamas se espalharem. Os criminosos fugiram.
A onda ataques se espalhou pela Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Nessa segunda-feira, cinco ve�culos foram incendiados, tr�s deles em Sarzedo, um na capital mineira e outro em Vespasiano. Nesta ter�a-feira, novamente os criminosos voltaram a espalhar o medo entre funcion�rios dos �nibus e passageiros. Quatro carros foram incendiados, tr�s em BH e outro em Betim.
De domingo at� esta ter�a-feira, 15 pessoas j� foram detidas, entre elas, menores de idade, por suspeita de envolvimento na s�rie de ataques segundo o major Fl�vio Santiago, chefe da sala de imprensa da Pol�cia Militar (PM).
Na madrugada desta ter�a-feira, foi preso Alan Patrick Antony Ramos, de 21 anos, suspeito de articular alguns dos ataques. Ele foi detido ap�s uma den�ncia que chegou quando um �nibus foi incendiado no Anel Rodovi�rio. Uma pistola .40 foi apreendida na casa dele. De acordo com a PM, em seu celular foram encontradas mensagens dele e de outros dois suspeitos citados na den�ncia.
Alan determinava o hor�rio para queimar os coletivos, segundo a PM. Outra conversa versava sobre mensagem que deveria ser deixada nos coletivos queimados. Quando os �nibus eram incendiados, os criminosos deixavam um folheto onde estava escrito: “O motivo de estarmos colocando fogo nos �nibus � pelas covardias que est�o sendo feitas com os irm�os de Sarzedo. Estamos fechados com todas as comunidades.” Esses pap�is foram encontrados em coletivos queimados nos bairros Independ�ncia, Cachoeirinha, na Regi�o do Barreiro e na cidade de Betim.
Vandalismo recorde
De 1º de janeiro at� esta ter�a-feira, 10 �nibus do transporte coletivo de Belo Horizontes foram queimados por criminosos. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), este � o maior n�mero de ataques registrado desde o in�cio do contrato da BHTrans com as 40 empresas respons�veis pelos �nibus da capital, em 2008.
Refor�o no policiamento
Desde a manh� desta ter�a-feira, o policiamento foi refor�ado em BH e cidades da regi�o metropolitana para tentar evitar mais inc�ndios em coletivos. De acordo com o major Fl�vio Santiago, o coronel Winston Coelho Costa, comandante do Policiamento da capital, determinou que uma viatura seja destinada para cada uma das 37 companhias da 1ª Regi�o de Policiamento Militar da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. “Essas viaturas v�o acompanhar den�ncias da popula��o, que assim que vir qualquer situa��o suspeita tem de denunciar via 181 e 190”, detalha o major Santiago.
Deoesp investiga ataques
A Pol�cia Civil de Minas Gerais informou, por meio de nota que, desde os primeiros epis�dios de inc�ndios a �nibus, concentrou as investiga��es no Departamento Estadual de Opera��es Especiais (Desoesp) para apurar os casos, identificando autores, mandantes e financiadores.
A corpora��o acrescenta que vem adotando estrat�gias visando otimizar os recursos dispon�veis, utilizando as informa��es coletadas por todas as institui��es que comp�em o sistema de seguran�a p�blica, analisando v�nculos entre os autores, identificando poss�veis organiza��es criminosas e o tr�fico de drogas.
“Ao mesmo tempo, as investiga��es seguem linhas para tra�ar quem financia as a��es, intensificando o desmonte de organiza��es ligadas ao tr�fico, atrav�s de pris�es j� realizadas e grandes apreens�es de drogas”, diz o comunicado.