
Os inc�ndios desta semana elevaram para 19 o total de coletivos queimados na regi�o metropolitana em 2017, sendo 11 na capital, tr�s em Sarzedo, tr�s em Contagem, um em Betim e outro em Vespasiano. Embora o balan�o se refira apenas ao primeiro bimestre incompleto, o total de �nibus destru�dos em BH j� supera o de todos os anos cheios desde 2008 (veja arte), in�cio do contrato entre a prefeitura e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (Setra).
O mesmo vale para os ve�culos que fazem as linhas metropolitanas. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), embora n�o tenha divulgado as estat�sticas de anos anteriores, avalia que a onda de viol�ncia de 2017 � a maior de todos os tempos. “Acredito que este seja o ano mais violento. Causa um trauma a passageiros e funcion�rios”, lamentou Marcos da Costa Negraes, gerente de Opera��es da entidade.
Al�m do trauma citado pelo diretor, os ataques geram outras formas de preju�zos. �s companhias, a perda �, sobretudo, financeira. Cada coletivo convencional custa em torno de R$ 360 mil. Portanto, 18 �nibus novos geram um custo de aproximadamente R$ 6,8 milh�es. No caso dos usu�rios, a perda � o risco de depender de uma linha desfalcada. Conforme os sindicatos, caso n�o haja ve�culo reserva na frota, um �nibus novo pode levar de tr�s meses a seis meses para ser reposto.

COMBATE Empres�rios e oficiais da PM v�o se reunir, provavelmente amanh�, para tra�ar estrat�gias que evitem novos crimes. De imediato, o major Fl�vio Santiago, chefe da sala de Imprensa da PM, disse que o coronel Winston Coelho Costa, comandante do policiamento da capital, determinou que uma viatura seja destinada para cada uma das 37 companhias da 1ª Regi�o de Policiamento da Grande BH.
“As patrulhas v�o apoiar nas rondas e opera��es para coibir esses atos. S�o viaturas para refor�ar a seguran�a e as opera��es j� em curso da PM, de todas as maneiras”, disse o major.
Um dos 20 detidos pela corpora��o foi encontrado, na madrugada de ontem, em casa, onde militares localizaram uma pistola ponto 40. Trata-se de Alan Patrick Antony Ramos, de 21 anos, suspeito de articular alguns dos ataques. Ele teria liga��o com traficantes de Sarzedo. No aparelho de telefone celular dele havia mensagens trocadas com outros suspeitos. Segundo os investigadores, o rapaz determinava o hor�rio para queimar os coletivos.
Tamb�m havia uma mensagem em folhas de papel colocadas nos coletivos ap�s os inc�ndios. A mensagem diz o seguinte: “O motivo de estarmos colocando fogo nos �nibus � pelas covardias que est�o sendo feitas com os irm�os de Sarzedo. Estamos fechados com todas as comunidades”.
“As primeiras informa��es v�m das mensagens dele trocadas com comparsas ordenando os ataques. Tudo ainda est� em n�vel de investiga��o para apurar esses inc�ndios”, finalizou o major. Em nota, A Pol�cia Civil informa que vem analisando v�nculos entre os autores, identificando poss�veis organiza��es criminosas e o tr�fico de drogas.
A��o em Contagem � luz do dia
A luz do dia n�o intimida os criminosos que atacaram �nibus esta semana. A aud�cia dos marginais n�o se limitou � escurid�o. Ontem, por exemplo, um coletivo foi consumido pelas chamas, em Contagem, por volta das 16h40. A PM informou que uma dupla ordenou que o motorista parasse o ve�culo, pr�ximo a um aglomerado vizinho ao Bairro Beatriz, e determinou que todos descessem. Os homens jogaram um l�quido inflam�vel e atearam fogo. �s 20h30, novo ataque, � linha 101, no Bairro Jardim Marrocos. Desta vez, quatro menores foram apreendidos e um adulto preso.
Outros tr�s ve�culos foram alvos de tentativas de inc�ndio frustradas. Um deles por volta do meio-dia de ontem em Sarzedo. Populares conseguiram conter as chamas. Este caso n�o entra na contagem dos ve�culos incendiados.
Tamb�m na Grande BH, um coletivo foi queimado em Vespasiano, na segunda passada, �s 13h30. �s 14h do mesmo dia, um �nibus fretado da empresa Rio Negro foi incendiado em Sarzedo. Ainda no mesmo dia e cidade, um coletivo da linha 3711 (Sarzedo-Anchieta) foi incendiado, na Rua Belmiro Gomes, em Sarzedo. (PHL)