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Estado de Minas

EM percorre postos e mostra via-sacra pela vacina da febre amarela em BH

Com o v�rus circulando em BH, que j� trata os primeiros casos humanos, popula��o enfrenta longa espera e desinforma��o em busca de prote��o contra o surto da doen�a


postado em 16/02/2017 06:00 / atualizado em 16/02/2017 07:38

No Centro de Saúde Carlos Chagas, conseguir a imunização significou exercício de paciência e tolerância para pelo menos uma centena de pessoas (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
No Centro de Sa�de Carlos Chagas, conseguir a imuniza��o significou exerc�cio de paci�ncia e toler�ncia para pelo menos uma centena de pessoas (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
Enquanto o poder p�blico enfrenta o desafio de se organizar para responder � demanda por vacinas contra a febre amarela gerada pela circula��o do v�rus na Grande BH, a popula��o vem encarando uma via-sacra para se imunizar. Com a procura intensificada pelos primeiros casos humanos da doen�a na capital, divulgados ontem com exclusividade pelo Estado de Minas, pessoas desmarcam compromissos, faltam ao trabalho ou deixam de ir � escola para enfrentar longa espera nos postos, em busca de prote��o contra o maior surto registrado no pa�s desde 1980. A equipe do EM esteve ontem em duas unidades consideradas refer�ncia na cidade, por estarem no per�metro da Avenida do Contorno, e encontrou situa��es semelhantes. Tanto no Centro de Sa�de Carlos Chagas, no Bairro Santa Efig�nia, quanto no Centro de Sa�de Osvaldo Cruz, no Barro Preto, havia filas com mais de 100 pacientes, uma �nica equipe vacinando e o des�nimo de esperar horas pela imuniza��o. Al�m do gargalo na vacina��o, a sa�de p�blica � lenta para examinar os casos suspeitos da virose e tem dificuldade para conter a expans�o da doen�a – amea�a ampliada com a intensa circula��o de pessoas no carnaval (leia mais na p�gina 14).


Quando procurou a vacina em Caitit�, no interior da Bahia, a jogadora de v�lei Ana Fl�via Almeida Nascimento, de 17 anos, esperava j� viajar imunizada para integrar a equipe do Mackenzie, cuja sede fica no Bairro Santo Ant�nio, Centro-Sul de BH. Por�m, a atleta n�o conseguiu se vacinar na cidade natal. A m�e dela, muito preocupada com a mudan�a, orientou a filha a procurar a prote��o. Depois da chegada a Belo Horizonte, foi a diretora do clube, Leon�sia Cardoso Soares Neto, de 73, quem se disp�s a orientar a garota em busca da imuniza��o e da tranquilidade dos pais. “Eu sa� �s 6h10 de casa, no Gutierrez, e a busquei de carro no Centro, �s 6h30. Chegamos �s 6h45 ao posto da Avenida Francisco Sales e ela foi a terceira da fila”, diz Leon�sia, afirmando ter sido informada pelo telefone 156, da Prefeitura de BH, de que o atendimento come�aria �s 7h.“Quando chegamos, obtivemos a informa��o de que a vacina��o s� teria in�cio �s 9h”, conta Leon�sia.

Na recep��o, servidores informavam que a distribui��o de senhas iria das 9h �s 14h30, ou at� a entrega limite de 200 senhas. �s 9h30, meia hora depois do in�cio da aplica��o das doses, 100 pessoas j� aguardavam na fila. Ana Fl�via pegou a senha de n�mero tr�s e foi atendida por volta das 9h30. O procedimento de cadastro e vacina��o demorava entre 10 e 15 minutos. Logo depois de ser imunizada, a atleta se sentiu mal e precisou aguardar um pouco antes de se levantar da cadeira.“Gra�as a Deus, agora est� tudo certo. Vou lev�-la � escola e ver se ainda d� pra pegar alguma aula”, comemorou Leon�sia. “Miss�o cumprida. Vou mandar WhatsApp para minha m�e”, brincou ela, j� recuperada do mal-estar.

O primeiro da fila no Carlos Chagas foi o professor Ercides Alves de Souza, de 54. Ele chegou �s 5h30 da manh� ao posto. “Diante desse surto e dessa procura por vacinas, eu achei que poderia vir mais cedo, imaginando que �s 7h j� estivessem vacinando. Mas encontrei tudo fechado e escuro”, contou. Com aula marcada para as 7h em uma escola da Avenida Jo�o Pinheiro, ele teve que avisar que n�o iria. A cuidadora de idosos Maria Luzia Pereira, de 27, acordou �s 5h em Santa Luzia, na Grande BH, e pegou dois �nibus at� chegar ao Centro de Sa�de Carlos Chagas. Ela foi mais uma que precisou avisar no servi�o que chegaria atrasada, sem hor�rio definido. “Acho que seria melhor ampliarem os hor�rios nesse per�odo, principalmente para quem trabalha no hor�rio comercial. Se estivessem vacinando desde as 7h, acho que eu nem perderia servi�o”, afirma.
A jogadora de vôlei Ana Flávia Nascimento tinha a senha de número três, mas, por falha de informação, só foi atendida cerca de três horas depois de chegar (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)
A jogadora de v�lei Ana Fl�via Nascimento tinha a senha de n�mero tr�s, mas, por falha de informa��o, s� foi atendida cerca de tr�s horas depois de chegar (foto: Ramon Lisboa/EM/DA Press)

A situa��o foi bem parecida no Centro de Sa�de Osvaldo Cruz, onde havia apenas uma equipe vacinando e a fila s� crescia. Na unidade houve relatos de pessoas que chegaram a esperar cerca de quatro horas pela dose (leia abaixo). A informa��o repassada na unidade foi de que senhas s� seriam distribu�das ap�s as 17h, para atender �queles que chegassem na �ltima meia hora de aplica��o das doses contra a febre amarela.

REFOR�O NA VACINA��O Come�ou a funcionar ontem, �s 8h, o posto de atendimento tempor�rio para vacina��o dentro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 500 doses dispon�veis por dia. Apesar de a fila ter cerca de 200 pessoas quando a equipe do EM esteve no local, por volta das 10h30, a agilidade no atendimento era muito maior, j� que cinco pessoas trabalhavam cadastrando os presentes e outras cinco vacinavam. No in�cio da manh�, j� haviam sido distribu�das 325 senhas. “Temos mais 500 doses para amanh� (hoje) e 500 para sexta-feira. No s�bado e domingo n�o vamos funcionar. Na sexta-feira, haver� uma avalia��o se ser� necess�rio continuar a vacina��o na semana que vem”, afirmou Catarina Nogueira, enfermeira do Departamento de Aten��o � Sa�de do Trabalhador (Dast/UFMG). A vacina��o na UFMG vai das 8h �s 16h ou at� encerrar o estoque di�rio. A prioridade dos atendimentos � dada � comunidade acad�mica, entre servidores, professores e alunos, mas pessoas do entorno ou com alguma liga��o com frequentadores tamb�m estavam sendo vacinadas.

Outros tr�s postos extras ser�o instalados nas regi�es Oeste, Barreiro e Venda Nova, mas a PBH ainda est� finalizando o processo de contrata��o dos profissionais para atuar nesses lugares. A localiza��o levar� em conta o fluxo de pessoas e a facilidade de acesso. O hor�rio ainda est� sendo definido. Contando os centros extras e os 150 que j� existem, ser�o mais 90 profissionais para refor�ar a vacina��o, mas o prazo para que eles atuem ainda n�o foi informado.


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