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Estado de Minas

Passagem de blocos de carnaval em BH exige paci�ncia dos motoristas, diz BHTrans

Transtornos no primeiro grande desfile de BH, em dia �til e na Avenida Afonso Pena, reabrem a discuss�o sobre preju�zos da festa para o tr�nsito


postado em 24/02/2017 06:00 / atualizado em 06/02/2018 11:58

Bloco Chama o Síndico reuniu milhares de pessoas em área de grande movimentação da cidade a partir das 19h(foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
Bloco Chama o S�ndico reuniu milhares de pessoas em �rea de grande movimenta��o da cidade a partir das 19h (foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
Em cidade onde existe carnaval, tr�fego e folia n�o combinam, mas precisam conviver. Problemas no tr�nsito de Belo Horizonte neste per�odo festivo j� v�m de outros anos, mas ficou evidente que uma solu��o de consenso est� longe j� no desfile do primeiro grande bloco deste ano – que saiu em plena quarta-feira, no Centro, em hor�rio de pico. A festa, combinada com transtornos causados por um acidente que fechou o Anel Rodovi�rio, travou diversas vias da capital. O problema reacendeu a discuss�o entre foli�es e motoristas sobre a possibilidade de conciliar a folia com o fluxo de ve�culos. Para a BHTrans, n�o tem jeito: os condutores ter�o mesmo de conviver com interdi��es e desvios nesses dias de festa.


Na quarta-feira, enquanto mais de 50 mil pessoas curtiam a passagem do Bloco Chama o S�ndico, motoristas, pedestres e passageiros do transporte p�blico faziam um exerc�cio de paci�ncia para aguentar o tr�nsito parado no entorno da Avenida Afonso Pena. A concentra��o do bloco come�ou �s 18h30, na Pra�a Tiradentes, na esquina com a Avenida Brasil, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. A BHTrans atribui a maior parte do caos registrado ao acidente com uma carreta de querosene, que tombou no Anel Rodovi�rio e causou impacto no tr�nsito em uma grande �rea da capital. Mas alerta que a popula��o ter� de se acostumar com o compartilhamento das vias durante o carnaval.

“Belo Horizonte vai ter um grande carnaval, com diversos blocos desfilando em vias p�blicas. Entendemos que esse espa�o vai ser compartilhado entre os ve�culos, pedestres e foli�es”, afirma a diretora de A��o Regional e Opera��o da BHTrans, Deusu�te de Matos. “As pessoas t�m que estar com esse esp�rito ao passar pelos locais dos blocos. Em algum momento n�o v�o ter a prioridade no tr�nsito que t�m normalmente”, acrescenta.

Resultado da aglomeração de pessoas em horário de pico foi o trânsito travado na região da Avenida Afonso Pena(foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
Resultado da aglomera��o de pessoas em hor�rio de pico foi o tr�nsito travado na regi�o da Avenida Afonso Pena (foto: Marcos Vieira/EM/D.A PRESS)
A diretora explica que os blocos desfilam conforme hor�rios e itiner�rios de seus produtores, e que a Belotur tem se reunido com representantes de agremia��es para minimizar os impactos na cidade como um todo, inclusive negociando hor�rios de desfiles. Pol�cia Militar, Guarda Municipal, a Superintend�ncia de Limpeza Urbana (SLU) e a BHTrans acompanham a movimenta��o nas ruas.

“Esse � um bloco de grande repercuss�o na cidade, que atrai muita gente, e tem a caracter�stica de desfilar na Afonso Pena. N�o tem como falar para ir para outro lugar. O foco deles � ali. Era esperado que a gente fosse ter um tr�nsito mais lento. � �bvio que se voc� fecha uma das principais art�rias da cidade �s 18h30, n�o tem como falar que vai funcionar normalmente”, argumenta Deusu�te Matos. Um dos idealizadores do Chama o S�ndico, Matheus Rocha, afirma que toda a constru��o do desfile do bloco ocorreu em reuni�es conjuntas com a BHTrans, Bombeiros e Belotur.

A orienta��o da diretora � que os motoristas e a popula��o em geral acessem as informa��es dispon�veis nos sites da prefeitura e no aplicativo da Belotur, com hor�rios e trajetos dos blocos de carnaval de Belo Horizonte, tanto para participar da festa quanto para evitar as rotas dos foli�es. “Quem n�o tem op��o e tem de passar, ter� de compartilhar a via. O que posso assegurar � que a prefeitura p�s todos os recursos que tinha para causar o menor impacto poss�vel”, diz.

Para Deusu�te, � importante que os moradores da capital entendam que houve uma mudan�a no perfil da folia nos �ltimos anos. “� preciso esse di�logo com a popula��o, pois BH saiu do cen�rio anterior, quando n�o havia nada, para ter grandes atrativos no carnaval”, comenta. “O momento correto � de compartilhamento. As vias s�o usadas pelos ve�culos sim, e pelos foli�es. A cidade est� se apropriando dos espa�os p�blicos.”

Segundo a BHTrans, al�m da estrutura do Centro de Opera��es da Prefeitura (COP/BH), com uma sala voltada para os desfiles dos blocos e representantes de diversos �rg�os, 500 funcion�rios da empresa trabalham nas ruas para minimizar os impactos no tr�nsito. Haver� refor�o no transporte p�blico a partir de s�bado, inclusive com desvios fixos para os coletivos. Uma regi�o da �rea central, que est� sendo chamada de mancha, ter� um desvio fixo. A Avenida Afonso Pena ser� interditada das 2h de domingo at� as 12h de quarta-feira, entre as ruas da Bahia e dos Guajajaras, em ambos os sentidos, no Centro. Na pr�tica, a interdi��o normal dos domingos continuar� ap�s o t�rmino da Feira de Artes e Artesanato.

Em Santa Tereza, na Regi�o Leste, haver� interven��es na regi�o da Pra�a Duque de Caxias a partir das 2h de amanh� at� as 20h de ter�a. A empresa de gerenciamento do tr�nsito na capital informa ainda que haver� aumento das viagens de �nibus nos hor�rios de in�cio e fim de desfiles de blocos e tamb�m durante a madrugada. A empresa promete divulgar hoje em seu site os quadros de hor�rio.

ORGANIZA��O
Para o professor de engenharia de transporte e tr�nsito M�rcio Aguiar, da Universidade Fumec, a ocupa��o das ruas durante o carnaval em BH � irrevers�vel, mas � preciso mais organiza��o. “Sinto falta de orienta��o, com agentes de tr�nsito ajudando. Belo Horizonte � uma cidade que n�o est� preparada para esse tipo de evento e, por isso, tem que improvisar. No Rio de Janeiro, por exemplo, eventos ocorrem na praia e nas grandes avenidas � beira-mar. � preciso avisar com anteced�ncia e sinalizar com faixas e fazer divulga��o”, afirma. Para o especialista, a BHTrans tem dificuldade em fazer isso.

A cantora Aline Calixto, que se apresenta no carnaval da capital, entende que o crescimento da festa representa benef�cios para v�rios setores, e que com di�logo � poss�vel equacionar os interesses. “As pessoas n�o buscam mais outros destinos neste periodo e at� percebemos um aumento na chegada de turistas. Hot�is praticamente lotados, com�rcio fervendo, gera��o de emprego, h� um verdadeiro aquecimento da economia. Por outro lado, � importante pensar na infraestrutura para receber esse contingente de pessoas”, afirma. Ela concorda que � preciso desenvolver estrat�gias para mininizar os problemas de tr�nsito, seguran�a e limpeza. “Com planejamento adequado, as coisas tendem a funcionar melhor.”

Ponto cr�tico

� vi�vel promover um desfile no in�cio da noite, em dia �til, em uma das avenidas mais movimentadas de BH?

Matheus Rocha
Integrante da organiza��o do Bloco Chama o S�ndico
SIM

“A cidade tem que assumir que este � um per�odo de carnaval, oficialmente, de 11 de fevereiro a 1º de mar�o. Em todas as cidades que t�m uma cultura do carnaval mais forte, as pessoas j� sabem que haver� desvio no tr�nsito. H� poucas avenidas largas que possibilitem a passagem do bloco. A Avenida Afonso Pena ser� muito usada, e cada vez mais, por mais blocos. Sabemos que sair numa quarta-feira exige uma log�stica mais complicada, mas a gente entende que essa � uma caracter�stica muito pr�pria, pois fazemos isso h� cinco anos. Sair numa quarta-feira � poss�vel, sim, quando se tem uma log�stica bem pensada e comunica��o bem feita.”

Jos� Aparecido Ribeiro
Consultor em assuntos urbanos e autor do Blog SOS mobilidade Urbana, hospedado no uai.com.br
N�O

“A interrup��o de tr�fego na Avenida Afonso Pena em uma quarta e uma quinta-feira que antecedem o carnaval n�o � razo�vel para uma cidade de 2,5 milh�es de pessoas. Inacredit�vel que um prefeito em s� consci�ncia autorize o fechamento da principal avenida da cidade para uma festa. A conclus�o que se tira � que n�o existem leis, regras, bom senso ou respeito pela popula��o que trabalha e tem compromissos. Os preju�zos s�o incalcul�veis.Toneladas de CO2 foram despejadas na atmosfera em virtude dos engarrafamentos gigantes. S�o dias marcados por estresse e preju�zos incalcul�veis para a maioria, em detrimento de uma minoria. H� relatos de ambul�ncias que foram impedidas de chegar ao Pronto-Socorro Jo�o XXIII, que fica nas imedia��es. A cidade tem locais mais adequados para festas e eventos culturais.”


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