(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Febre amarela preocupa autoridades em Minas Gerais

Novo balan�o indica alta nas notifica��es e revela que 94% das mortes j� examinadas foram confirmadas. Se taxa for mantida, total pode chegar a 170 �bitos


postado em 04/03/2017 06:00 / atualizado em 04/03/2017 07:32

Com o agravamento do surto de febre amarela, a vacinação se torna ainda mais importante(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Com o agravamento do surto de febre amarela, a vacina��o se torna ainda mais importante (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

O surto de febre amarela silvestre em Minas continua a desafiar as autoridades, preocupar a popula��o e engrossar as filas de vacina��o na capital e no interior. Os dados divulgados nesta sexta-feira no boletim epidemiol�gico da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) mostram que o n�mero de casos notificados segue aumentando, embora n�o na mesma intensidade dos meses de janeiro e fevereiro.

O documento revela ainda que o n�mero de mortos (99) quase dobrou no per�odo de um m�s (eram 55), e, o mais grave, do total de mortes investigadas (105), apenas seis casos foram descartados, mostrando o alto grau de letalidade da doen�a.


Segundo o boletim da SES, o total de casos notificados de febre amarela no estado j� chega a 1.063, com a confirma��o de 260. Os t�cnicos informam que s�o 15 novas notifica��es em rela��o ao documento da semana anterior, que tinha 1.048 casos.

At� o momento, a doen�a j� teve casos em 88 munic�pios mineiros, com confirma��o em 46. Em rela��o ao �ltimo boletim, que apresentava 87 localidades, o munic�pio de Novo Oriente de Minas, no Vale do Mucuri, a 520 quil�metros de Belo Horizonte, aparece como novidade na lista. Ladainha, tamb�m no Vale do Mucuri, segue como munic�pio com maior n�mero de mortes notificadas: s�o 21, com 14 confirmadas.


Com os atuais n�meros, fica mais evidente que se trata do pior surto da doen�a na hist�ria do pa�s j� registrado pelo Minist�rio da Sa�de. E os dados podem ser ainda maiores, porque o �ndice de confirma��o dos �bitos da doen�a � muito alto. De acordo com as informa��es da SES, foram 105 casos examinados at� o momento, com 99 confirmados. Esse n�mero representa uma taxa de 94,2% do total de casos examinados. Mantido esse percentual nas mortes que ainda precisam ser apuradas, � poss�vel que Minas chegue a cerca de 170 �bitos pela doen�a.

Imuniza��o

Diante dos n�meros apresentados ontem, o m�dico infectologista Una� Tupinamb�s, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), prefere falar em epidemia de febre amarela no pa�s, em vez de surto, como t�m declarado as autoridades do setor de sa�de. “Os dados mostram a gravidade da epidemia, que � de grande magnitude. � uma doen�a que traz uma letalidade muito alta nos casos graves. Tamb�m tivemos casos em outros estados, como Esp�rito Santo e Tocantins”, disse o especialista.


Tupinamb�s explica que o bloqueio vacinal contra a doen�a � a a��o mais importante. “A Secretaria de Estado de Sa�de tomou as provid�ncias necess�rias e, por isso, ao se verificar o boletim, v�-se que houve redu��o no crescimento de casos, numa situa��o bem diferente da registrada nos meses anteriores”, afirma o m�dico. Embora a vacina��o contra a febre amarela esteja no calend�rio h� 10 anos, Tupinamb�s conta que muito adultos, principalmente os homens, n�o se preocupam com a imuniza��o.


Entre os �bitos confirmados no boletim divulgado ontem, 87 foram do sexo masculino, com m�dia de idade de 45 anos. “A vacina � fundamental e as pessoas devem estar com o cart�o em dia”, ressaltou o professor da UFMG. Segundo a SES, dados fornecidos pelas unidades regionais de sa�de mostram que j� foram aplicadas mais de 3,5 milh�es de doses da vacina no estado, sendo 1.5 milh�o nos munic�pios da �rea do surto da doen�a.


Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, especificamente no munic�pio de Esmeraldas, houve na semana passada registro do primeiro �bito pela doen�a: um homem de 48 anos, residente em Contagem, morreu no dia 21.

HIST�RICO Dados oficiais de Minas mostram que, em 2001, houve uma epidemia no Centro-Oeste mineiro, quando 12 munic�pios registraram 32 casos e 16 �bitos pela forma silvestre da febre amarela. J� em dezembro de 2002, come�ou um novo surto na Regi�o do Alto Jequitinhonha, com seis cidades atingidas, 64 casos e 23 mortes. Nas duas ocasi�es, foi adotada a vacina��o casa a casa para frear o avan�o da doen�a.

Em 2008 e 2009, houve duas confirma��es de casos, no Noroeste do estado e na Zona da Mata. Nenhum caso humano de febre amarela silvestre foi registrado entre 2010 e 2016.

O Minist�rio da Sa�de tem estat�sticas nacionais dos �ltimos 10 anos. Em 2008, 27 pessoas morreram oficialmente pela doen�a, de um total de 46 casos. Se confirmados todos os diagn�sticos suspeitos em Minas, o estado ter� o maior e mais letal surto da doen�a no pa�s da �ltima d�cada.

PARQUES Como medida de preven��o, tr�s parques em Belo Horizonte est�o fechados.De acordo com a prefeitura, a interdi��o, por tempo indeterminado, dos parques Jacques Cousteau, na Regi�o Oeste, das Mangabeiras e da Serra do Curral, ambos na Regi�o Centro-Sul, tem o objetivo de evitar que o surto de febre amarela silvestre que o estado enfrenta chegue � capital, com casos aut�ctones, ou seja, aqueles contra�dos dentro da pr�pria cidade. A visita��o tamb�m est� suspensa no Mirante das Mangabeiras.

 

 

P�blico-alvo de 6 vacinas � ampliado

 

O Minist�rio da Sa�de anunciou nesta sexta-feira mudan�as no calend�rio nacional de vacina��o de 2017, entre elas a amplia��o do p�blico-alvo de seis vacinas no pa�s: tr�plice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningoc�cica C e hepatite A.

A medida j� � v�lida em todos os postos de sa�de do Brasil desde o in�cio do ano. O objetivo � aumentar a prote��o de crian�as, ampliar a imunidade de adolescentes e diminuir casos de caxumba entre adultos. Segundo o ministro da pasta, Ricardo Barros, a altera��o foi poss�vel devido � economia de R$ 66,5 milh�es na negocia��o da compra das doses das vacinas contra hepatite A, dTpa gestantes e HPV, que tiveram redu��o nos custos de cerca de 10% cada.

Com a economia, tamb�m foram compradas este ano 11,5 milh�es de doses a mais da vacina contra a febre amarela. O novo calend�rio amplia a idade m�xima para vacina��o contra hepatite A e varicela, de at� 2 anos para at� 5 anos. A tetra viral (contra sarampo, caxumba, rub�ola e varicela), que antes era administrada at� os 2 anos de idade, passa a ser aplicada de 15 meses at� 4 anos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)