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Estado de Minas

Mulheres v�timas de viol�ncia enfrentam batalha para vencer o medo

Delegacia de Montes Claros encaminha � Justi�a cerca de 60 inqu�ritos por m�s, em trabalho que resulta na m�dia de quatro medidas protetivas por dia


postado em 08/03/2017 06:00 / atualizado em 08/03/2017 07:57

Solange só resolveu romper o silêncio após muito tempo de ameaças e agressões(foto: Luiz Ribeiro/Em/DA Press)
Solange s� resolveu romper o sil�ncio ap�s muito tempo de amea�as e agress�es (foto: Luiz Ribeiro/Em/DA Press)
A cada dia, em m�dia, 15 mulheres v�timas de viol�ncia dom�stica ou sexual passam pelos corredores da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher de Montes Claros. Criada em 2013, a unidade encaminha � Justi�a cerca de 60 inqu�ritos por m�s, em trabalho que resulta na m�dia de quatro medidas protetivas por dia. Algumas, se n�o s�o suficientes para prevenir as tristes marcas reveladas por hematomas pelo corpo, pelo menos s�o capazes de evitar que as agress�es se perpetuem, com provid�ncias como as que determinam ao agressor respeitar uma dist�ncia m�nima de aproxima��o da v�tima.

A delegada Karine Maia Costa, chefe da especializada, revela que constantemente recebe v�timas com marcas de viol�ncia no rosto ou em outras partes do corpo. Foi o que ocorreu com Geralda (nome fict�cio), moradora da Vila An�lia, em Montes Claros, que, conforme testemunhou a reportagem,  chegou � delegacia com  os olhos inchados e outros sinais de agress�o. “Levei at� uma pedrada no rosto”, contou ela, acrescentando que foi espancada pelo companheiro por motivos f�teis. E n�o foi a primeira vez.

Tamb�m de Montes Claros, Solange (nome fict�cio), m�e de quatro filhos,  conta que sofreu  calada com a viol�ncia do ex-marido por cerca de sete anos. Somente tomou coragem de comparecer � delegacia no fim do ano passado. “Eu n�o denunciava porque tinha medo. Mas um dia ele apanhou uma faca e disse que ia me matar e que tamb�m mataria meus filhos. N�o aguentei mais”, relata a mulher.

Com a ado��o de medidas protetivas, o  agressor, que trabalha como pedreiro, � obrigado a manter uma dist�ncia m�nima de 300 metros de Solange. “Para mim, foi uma al�vio”, diz a dom�stica, lembrando que durante os 10 anos em que esteve casada, somente nos tr�s primeiros n�o foi agredida pelo ex-companheiro. “No in�cio, ele era tranquilo. Mas, de  uma hora para outra ficou violento e passou a me amea�ar e a me atacar”, relata.

A delegada Karine Maia disse que a Lei Maria da Penha contribuiu para o aumento das den�ncias. Mas ela tamb�m acredita que existe um outro desafio a ser vencido. “Estamos vivendo um momento complicado. As mulheres est�o descobrindo e exigindo mais seus direitos. Por outro lado, os homens n�o est�o sabendo lidar com isso, o que causa desarmonia. Acredito que � preciso aprimorar as pol�ticas p�blicas para cuidar dessa quest�o.”

A policial informa que a delegacia especializada de Montes Claros, al�m de implantar a��es com a meta de reduzir a viol�ncia ligada ao g�nero, presta aux�lio �s v�timas, com assist�ncia jur�dica, social e psicol�gica. Nesta semana, como parte das comemora��es do Dia Internacional da Mulher, a unidade lan�a o Projeto Di�logos, no qual os agressores, ap�s cumprir medidas impostas pela Justi�a, participar�o  de oficinas e palestras voltadas para a boa conviv�ncia e harmonia. Segundo ela, a participa��o poder� at� ser determinada judicialmente, como medida obrigat�ria para homens enquadrados na Lei Maria da Penha.


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