
Por isso, t�cnicos do Minist�rio da Sa�de foram a Medeiros, lugarejo de Esmeraldas a 30 quil�metros do Centro, o maior trecho por estrada de ch�o, onde a v�tima se contaminou. O homem tinha 48 anos, morava em Contagem, mas prestava servi�os a um sitiante da cidade, � qual tinha chegado havia 15 dias. O grupo do minist�rio j� capturou dezenas de insetos na regi�o, mas ainda n�o h� not�cias de que estejam contaminados. O resultado depende de an�lises que ser�o feitas em laborat�rio.
“Pegamos de 30 a 40 insetos por dia. Eles s�o colocados em um recipiente com gelo seco, para serem encaminhados � Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde ser�o feitos outros procedimentos para saber se est�o ou n�o infectados”, explicou o t�cnico Jos� Otaviano Madureira de Almeida.
Os ca�adores de mosquitos dos g�neros Sabethes e Haemagogus, transmissores da doen�a na modalidade silvestre, usam tr�s tipos de armadilhas. Uma delas � chamada de ovitrampa – na pr�tica, um recipiente de pl�stico com l�quido capaz de atrair f�meas para desova. A segunda usa gelo seco para atrair os insetos, independentemente do sexo. Por fim, � usada a pu��, uma rede acoplada a um pequeno cano, uma esp�cie de ca�a-borboletas.
Assim que um inseto � capturado, os profissionais recorrem a um aspirador manual para sug�-lo da armadilha e coloc�-lo em um recipiente com gelo seco. Enquanto fazia a manuten��o em um dos aspiradores, Jos� Geraldo Martins capturou um mosquito. E alertou o grupo: “� um da febre amarela”. O esp�cime foi colocado no recipiente.

Al�m da busca aos transmissores, o grupo tamb�m est� atento � presen�a de macacos mortos na regi�o. Os primatas s�o uma esp�cie de sentinelas da doen�a. N�o a trasmitem diretamente, mas servem de alerta para poss�veis focos de vetores contaminados. T�o v�timas quanto o ser humano, os macacos tamb�m podem morrer se infectados pelo mosquito.
FOR�A-TAREFA A equipe do Minist�rio da Sa�de trabalha com apoio da secretaria estadual e da prefeitura. Assim que surgiu a not�cia de uma v�tima na �rea rural de Esmeraldas, a Secretaria de Sa�de do munic�pio fez o chamado bloqueio. Quem explica a estrat�gia � a coordenadora de Aten��o Prim�ria da cidade, Kaity Magalh�es: “Fomos de casa em casa em Medeiros, onde o homem foi picado, e em outros lugarejos. Nas casas em que as fam�lias n�o estavam, deixamos avisos”.
Al�m dos vilarejos, moradores da �rea urbana foram vacinados. “Foram mais de 6,2 mil doses, contando tanto a parte rural quanto a urbana”, calculou Jo�o Costa, diretor da secretaria municipal. Apesar do esfor�o de vacinar toda a popula��o, h� quem ignore o perigo, como Jo�o Cl�udio, dono de uma venda no munic�pio. “Mosquito n�o me pega”, acredita o comerciante. Mas seria prudente ouvir o alerta da t�cnica em enfermagem Lusia Martins de Souza: “Um mosquitinho pode matar um gigante”.
MACACOS MORTOS EM BH
Subiu para 14 o n�mero de mortes de macacos sob investiga��o em Belo Horizonte por suspeita de cont�gio por febre amarela. Com cinco novos casos do tipo em avalia��o em rela��o ao �ltimo dado divulgado, a capital j� registra dois �bitos de primatas comprovadamente causados pela doen�a, o que indica a circula��o do v�rus na cidade, mas ainda n�o h� suspeita de casos humanos da virose.
Localizado no Bairro Nova Gameleira, Regi�o Oeste de BH, onde ocorreu uma das mortes de macacos provocada por febre amarela, o C�mpus II do Centro Federal de Educa��o Tecnol�gica (Cefet) suspendeu ontem as aulas nos per�odos da manh� e da tarde, para uma a��o preventiva de combate a mosquitos. A pulveriza��o com fumac� foi recomendada pela prefeitura.
BH detectou um total de 16 macacos mortos, com duas confirma��es para a virose e 14 an�lises pendentes. Segundo o �ltimo informe epidemiol�gico da Secretaria de Estado de Sa�de, 93 munic�pios mineiros j� tiveram �bitos de primatas confirmados pela doen�a, incluindo casos da Grande BH (al�m da capital, Betim, Contagem e Juatuba).
O diretor-geral do Cefet-MG informou que as medidas s�o preventivas e que as atividades acad�micas seriam retomadas ainda ontem, no turno da noite. “� uma situa��o que requer cuidado devido � taxa de mortalidade pela doen�a. Por isso, em parceria com a Prefeitura de BH fizemos um dia de imuniza��o no c�mpus e agendamos dedetiza��o preventiva, j� que � um espa�o com muitas �rvores”, afirmou. Para a estudante B�rbara Werneck, de 17 anos, foi uma surpresa. “� comum ver esses micos no Cefet, mas n�o esperava que eles corressem risco de infec��o. Fiquei preocupada. Pensei at� em n�o ir �s aulas, mas acredito que a partir de sexta-feira, depois da dedetiza��o, tudo esteja resolvido e poderemos estudar normalmente”, disse.
O infectologista Una� Tupinamb�s, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, tranquiliza a popula��o. “N�o h� motivo para p�nico. As confirma��es das mortes de primatas por febre amarela n�o significam automaticamente que haja risco de urbaniza��o da doen�a. E, mesmo se isso acontecer, temos a ferramenta para combater a febre amarela, que � a vacina��o”, explica.
O professor afirma que a morte dos primatas deve ser um alerta para que aqueles que ainda n�o se vacinaram n�o percam mais tempo. Ele refor�a ainda que os casos notificados est�o em queda. “Espera-se que nos pr�ximos boletins o n�mero se reduza ainda mais, o que j� era esperado devido � cobertura vacinal.”
Enquanto isso...
...UPA Venda Nova estende vacina��o
A Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Venda Nova ficar� aberta at� as 21h para aplicar a vacina contra a febre amarela. De acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de, a medida foi tomada para facilitar o acesso das pessoas que trabalham durante o dia. As senhas ser�o distribu�das at� as 19h30. A unidade fica na Rua Padre Pedro Pinto, 175. Outros dois postos foram montados para receber a popula��o, um no Centro de Sa�de Bet�nia, na Regi�o Oeste, e outro no Centro de Refer�ncia do Trabalhador, no Barreiro. At� ontem, 515.545 pessoas haviam recebido a vacina na capital.