
Todos os registros este ano de febre amarela em humanos em Minas Gerais s�o na modalidade silvestre. Balan�o divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Sa�de (SES) revelou 1.089 notifica��es. Destas, 288 foram confirmadas e 57 descartadas. O total de �bitos comprovados subiu para 109 – oito a mais que o boletim de ter�a-feira. Outras 79 mortes s�o investigadas.
Este j� � o pior surto da hist�ria do pa�s. Para se ter ideia, de 1989 a 2009, no �ltimo ano em que um caso de febre amarela em humano foi registrado no estado, ocorreram 44 mortes. Em outras palavras, em menos de 90 dias morreram quase tr�s vezes mais pessoas que no acumulado de duas d�cadas.
A planilha da SES lista 49 cidades com casos diagnosticados. Mas o n�mero pode subir. O poder p�blico encontrou diferentes esp�cies de primatas mortos pela febre amarela em mais 55 munic�pios. Em 12 h� casos notificados que aguardam an�lises laboratoriais.
S�o elas: Ipatinga (7 casos investigados), Tim�teo (4), Vermelho Novo (2), Governador Valadares (11), Pe�anha (1), S�o Jo�o Evangelista (4), S�o Pedro do Sua�u� (2), Caputira (2), Luisburgo (1), S�o Jo�o do Manhua�u (1) e Francisc�polis (1).
A mancha no mapa das cidades em que macacos morreram sem que haja registro da doen�a em humanos avan�a em praticamente todas as regi�es do estado. No Tri�ngulo, por exemplo, foram encontrados primatas em Uberaba e Uberl�ndia, munic�pios onde ningu�m foi infectado. Na Zona da Mata, o mesmo ocorre em Juiz de Fora e em Ewbank da C�mara.
“Onde h� macaco morto por febre amarela, h� risco grande de pessoas serem contaminadas”, alertou o pesquisador Eduardo Maranh�o, da Escola Nacional de Sa�de P�blica da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Ele destaca dois grupos de risco. O primeiro � o dos moradores do campo ou em regi�es pr�ximas a matas.
“O outro � o das pessoas que n�o residem nesses locais, por�m, ganham a vida ou se divertem neles. Por exemplo, quem faz trilha na mata, quem � empregado de parques ou esta��es ecol�gicas, quem pesca em rios, quem ca�a...”, listou o pesquisador. O receio dele � que a doen�a chegue � modalidade urbana, transmitida pelo Aedes, o que n�o ocorre no Brasil h� mais de meio s�culo.
“A febre amarela no pa�s teve origem na mata, por isso, a chamamos de silvestre quando o transmissor � Sabethes ou o Haemagogus. Mas o v�rus � o mesmo transmitido pelo Aedes. O risco � a reintrodu��o do v�rus da febre amarela urbana. H� Aedes pra danar...”, justificou.
Por isso, refor�a o m�dico Estev�o Urbano, presidente da Associa��o Mineira de Infectologistas, � melhor prevenir do que remediar. “� preciso vacinar. E, conforme orienta��o do Minist�rio da Sa�de, duas doses (num per�odo de at� 10 anos)”, defendeu o especialista.
A SES distribuiu at� ontem 6.139.400 doses. Destas, 3.803.707 foram aplicadas, segundo as unidades regionais. Nesta conta, 1.507.339 doses foram usadas em moradores dos munic�pios com surto da doen�a.

Munic�pios onde a febre matou macacos mas ainda n�o contaminou humanos
Conselheiro Lafaiete
Belo Horizonte
Betim
Contagem
Juatuba
Ant�nio Dias
Ipatinga
Marli�ria
Pingo-d’�gua
S�o Domingos das Dores
Tim�teo
Vargem Alegre
Vermelho Novo
Aricanduva
Coronel Murta
Couto de Magalh�es de Minas
Itamarandiba
Sabin�polis
Japara�ba
Governador Valadares
Pe�anha
S�o Jo�o Evangelista
S�o Jos� da Safira
S�o Pedro do Sua�u�
Itabira
S�o Gon�alo do Rio Abaixo
Ituiutaba
Ewbank da C�mara
Juiz de Fora
Leopoldina
Caputira
Divino
Luisburgo
S�o Jo�o do Manhua�u
Bocaiuva
Capit�o En�as
Joaquim Fel�cio
Juramento
Montes Claros
S�o Roque de Minas
Raul Soares
Po�os de Caldas
Curvelo
Angel�ndia
Francisc�polis
Arax�
Ibi�
Sacramento
Uberaba
Uberl�ndia
Cascalho Rico
Chapada Ga�cha
Lavras
Tr�s Pontas
Varginha