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Estado de Minas

Queda na qualidade do servi�o leva belo-horizontinos a fazerem cinco reclama��es por dia contra Uber

Site que avalia empresas na internet recebeu 2.037 queixas contra aplicativo somente em Belo Horizonte em 2016. Passageiros relatam at� carros sem ar-condicionado


postado em 12/03/2017 06:00 / atualizado em 12/03/2017 07:28

Depois de viver uma série de experiências negativas com o serviço, a biomédica Bárbara da Paixão decidiu reduzir a frequência de uso do aplicativo(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Depois de viver uma s�rie de experi�ncias negativas com o servi�o, a biom�dica B�rbara da Paix�o decidiu reduzir a frequ�ncia de uso do aplicativo (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS)
A falta de seguran�a que tem assombrado motoristas e passageiros do aplicativo de transporte Uber n�o est� sozinha na avalia��o que condutores e usu�rios fazem sobre a qualidade do servi�o ofertado atualmente. Problemas relacionados � conserva��o dos ve�culos e o despreparo de quem est� ao volante t�m aparecido com frequ�ncia na rotina dos belo-horizontinos e aberto o caminho para a consolida��o de outros servi�os e tamb�m para um retorno dos t�xis, cada vez mais antenados com a nova realidade dos aplicativos.

Dados do site Reclame Aqui, plataforma para os consumidores relatarem problemas com empresas de todo o Brasil, mostram que, em 2016, cinco reclama��es foram registradas todos os dias por pessoas de BH contra a Uber, totalizando 2.037 problemas diversos, incluindo transtornos com os motoristas, cobran�as abusivas, mau atendimento, propaganda enganosa, entre outros.

A biom�dica B�rbara Santos da Paix�o, de 27 anos, era uma usu�ria frequente do aplicativo, chegando a usar esse servi�o toda semana, por volta de duas ou tr�s vezes a cada sete dias. Mas algumas experi�ncias negativas a fizeram reduzir esse n�mero drasticamente, caindo para tr�s vezes por m�s. Ainda no ano passado, ela come�ou a ter problemas, como em uma corrida em que ia com o marido e mais duas pessoas para uma festa durante o dia, mas o carro n�o tinha ar-condicionado. “Ele teve dificuldades de chegar ao meu endere�o e quando entramos eu pedi para ligar o ar. Mas o motorista disse que n�o tinha e achei estranho. At� perguntei se era Uber mesmo. Cheguei pingando de suor � festa”, conta.

Segundo Leonardo Padilha, presidente da Associa��o dos Motoristas Individuais Privados de Minas Gerais (Amip/MG), entidade que congrega cerca de 700 motoristas parceiros da Uber, o ar-condicionado � uma das exig�ncias para que um condutor se associe, assim como um ve�culo de qualquer modelo desde que seja fabricado a partir de 2008 e tenha quatro portas. Por�m, a falta de uma vistoria acaba permitindo que carros sem opcionais importantes sejam aceitos. “Acreditamos que houve uma queda muito grande na qualidade dos servi�os. Os motoristas gostariam que houvesse vistoria dos carros, um crit�rio melhor para aceita��o dos ve�culos e um padr�o como o que havia antes, com a apresenta��o presencial, que n�o existe mais”, afirma Padilha.

Quem tamb�m n�o teve boas experi�ncias recentes com o aplicativo foi a jornalista Camila Cruz, de 28 anos. Ela usou uma rede social para reclamar de ter contratado tr�s corridas seguidas e se deparado com os tr�s ve�culos com cheiro de cigarro no m�s de janeiro, conquistando v�rias curtidas e coment�rios de amigos concordando com as reclama��es. “Al�m de n�o gostar de cigarro, sou al�rgica. E os motoristas n�o sabiam usar o GPS. Ou seja, perdi um tempo durante os trajetos. Depois disso, fiquei resistente ao aplicativo”, afirma. Aproveitando c�digos promocionais da Cabify, principal concorrente da Uber atualmente, ela disse que testou o servi�o e aprovou. “O Uber continua instalado no meu celular, mas s� para casos de emerg�ncia mesmo. Agora, s� espero que n�o caia a qualidade do Cabify, como aconteceu com o Uber”, comenta.

A demanda gerada por um servi�o de maior qualidade acabou abrindo espa�o para a Cabify e outros aplicativos. O gerente-geral da Cabify em Belo Horizonte, Diogo Cordeiro, explica que a empresa n�o aceita qualquer modelo de ve�culo e n�o s�o permitidos carros anteriores a 2012. Al�m disso, os ve�culos s�o vistoriados, existe um treinamento presencial e os motoristas precisam apresentar certificado de antecedentes criminais, exame toxicol�gico e a CHN com autoriza��o para exercer atividade remunerada. Os documentos s�o inseridos pelo computador, mas tamb�m entregues pessoalmente. Um dos diferenciais da empresa, segundo Diogo Cordeiro, � a necessidade de os motoristas buscarem em um ponto f�sico a �gua que � ofertada aos passageiros. “Quando eles comparecem, temos condi��o de acompanhar de perto a condi��o do ve�culo”, afirma. A Cabify tem tamb�m um escrit�rio em todas as cidades em que atua.

CALOUROS


Em nota, a Uber informou que o parceiro precisa ter carteira de motorista com licen�a para exercer atividade remunerada e passar por checagem de antecedentes criminais. A empresa sustenta que a nota m�dia de avalia��o dos motoristas no Brasil continua est�vel, em 4,8. “O que acontece � que a demanda cresce continuamente por esse tipo de servi�o, ent�o, novos motoristas entram na plataforma constantemente para garantir que os usu�rios tenham um carro rapidamente. Na pr�tica, com mais motoristas entrando toda semana, com os mesmos crit�rios r�gidos de sempre, existe a chance de voc� pegar um motorista que acabou de entrar na plataforma”, diz o texto enviado pela empresa. Motoristas que ficam abaixo de 4,6 s�o desligados, ainda conforme a companhia.

A Uber diz ainda que no fim de 2015 um total de 1 milh�o de brasileiros usava o aplicativo e esse n�mero passou para 9 milh�es atualmente. A empresa inaugurou uma nova central de atendimento em S�o Paulo, com investimentos de R$ 200 milh�es. Sobre seguran�a, a companhia diz que desliga condutores suspeitos de cometer crimes at� o fim das investiga��es e que tamb�m j� veiculou campanhas contra o ass�dio sexual. “N�s queremos que nossos usu�rios se sintam seguros e n�o toleramos qualquer tipo de viol�ncia no uso da plataforma”, completa o texto.

Palavra de
especialista

Bruno Burgarelli, professor de Direito Constitucional da PUC/Minas

Ainda falta comunica��o

“Uma das maiores reclama��es de motoristas e passageiros de plataformas como a Uber � a aus�ncia de um canal direto entre a empresa e os usu�rios, que n�o seja apenas o aplicativo. A instala��o desse tipo de atendimento melhora a rela��o com os consumidores. Tamb�m � importante que o poder p�blico atue no sentido de somar e n�o de proibir diretamente a atividade. A regulamenta��o � importante para que sejam exigidos crit�rios de qualidade dos ve�culos e tamb�m de seguran�a em geral, que podem ajudar a evitar e tamb�m a dar um respaldo contra os casos de viol�ncia”


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