Cidades mineiras afetadas por doen�as tentam obter verba para tratar popula��o

Com o quadro epidemiol�gico instalado em Minas desde o fim do ano passado – quando teve in�cio o surto de febre amarela silvestre –, munic�pios mineiros viram seus or�amentos virarem do avesso diante de gastos extras com assist�ncia a pacientes e a��es de controle do Aedes aegypti, potencial vetor da doen�a na �rea urbana. A enfermidade, que j� soma 1.094 casos notificados, al�m de 117 mortes confirmadas e outras 75 em investiga��o, atingiu principalmente os vales do Mucuri e Rio Doce. Agora, em pleno auge dos casos de chikungunya, prefeituras  daquela regi�o e tamb�m do Nordeste do estado j� fazem as contas para buscar, junto ao estado e � Uni�o, verba extra para bancar custos com a doen�a, que tem se destacado neste ano entre as duas demais transmitidas pelo mosquito – dengue e zika.

De acordo com a Secretaria de Estado de Sa�de, duas resolu��es publicadas em novembro e dezembro do ano passado, no total de R$ 89,3 milh�es, preveem repasses financeiros aos munic�pios afetados por doen�as transmitidas pelo Aedes e para outras emerg�ncias em sa�de p�blica. Para 2017, a previs�o or�ament�ria � de mais R$ 89 milh�es. Do total foram repassados R$ 13 milh�es, relativos ao pacote do ano passado.

Governador Valadares, por exemplo, cidade que mais concentra notifica��es de chikungunya no estado, j� adianta que precisa de mais dinheiro. Balan�o da Secretaria de Estado de Sa�de (SES) mostra que at� o �ltimo dia 13, Minas tinha registrados 2.296 casos suspeitos da doen�a. Dados mais atualizados nos munic�pios mostram n�meros mais altos. De acordo com a Secretaria Municipal de Sa�de de Valadares, a cidade j� havia notificado ontem 2.526 casos prov�veis. No ano passado foram 119, enquanto em 2015 foram notificados apenas 20.

Diante da atual alta demanda pelo servi�o de sa�de para tratamento de sintomas e das sequelas da doen�a, a secretaria de Valadares informou que “j� trabalha em um cen�rio de contingenciamento de recursos financeiros”, pois ter� um aumento significativo de gastos. Adianta ainda que precisar� de apoio t�cnico e financeiro dos governos federal e estadual no enfrentamento da doen�a, que chama de “novo e grande desafio de sa�de p�blica”.

A pasta prev� ainda, com base nas atuais estat�sticas, um aumento progressivo de casos de chikungunya pelo menos at� o m�s de maio. Na cidade, j� foi instalado um Centro de Atendimento em Arboviroses (Dengue, Chikungunya e Zika V�rus e Febre Amarela) desde o dia 9, na Unidade B�sica de Sa�de Centro (Rui Pimenta), com o objetivo de desafogar o hospital municipal e a unidade de pronto-atendimento (UPA). O centro funciona de 7h �s 22h, de segunda a segunda, oferecendo hidrata��o oral e venosa, al�m de medica��o, e fazendo exames que ficam prontos em duas horas.

AJUDA De acordo com o subsecret�rio de Vigil�ncia e Prote��o � Sa�de da Secretaria de Estado da Sa�de, Rodrigo Said, em rela��o �s doen�as transmitidas pelo Aedes, h� um plano de conting�ncia com v�rios eixos, que passam pelo controle vetorial, vigil�ncias epidemiol�gica e laboratorial, a��es de comunica��o e assistenciais. Nesta �ltima, o trabalho � apoiar munic�pios com fornecimento de medicamentos, insumos, materiais, forma��o t�cnica para organizar redes, al�m de repasse financeiro. Sobre o recurso dispon�vel, o subsecret�rio explicou que, apesar das dificuldades financeiras, o governo de Minas assumiu o compromisso de fazer a libera��o. “Os munic�pios j� recebem recursos do Minist�rio da Sa�de para o controle do Aedes. Esse � um recurso extra. Existe um cen�rio de dificuldade, mas dentro da nossa necessidade imediata, houve compromisso de tentar viabilizar o mais r�pido poss�vel. Com a febre amarela foi assim”, afirmou, lembrando que foram atendidos 180 munic�pios das regionais de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim, Te�filo Otoni e Diamantina.

Em nota, o Minist�rio da Sa�de informou ter repassador ao estado e aos munic�pios de Minas Gerais, em 2016, mais de R$ 122,6 milh�es para a��es de enfrentamento a doen�as transmiss�veis, entre elas dengue, zika e chikungunya. Al�m do recurso do piso fixo, que � enviado mensalmente aos gestores locais, o Minist�rio da Sa�de informa ter repassado  neste ano R$ 6,6 milh�es para a��es contingenciais de preven��o e controle do Aedes aegypti em Minas.