Duas professoras que mant�m um projeto que cuida de gatos no C�mpus Sa�de da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no Bairro Santa Efig�nia, denunciaram um professor doutor, de renome internacional, por maus-tratos, porque teria mandado uma aluna orientada por ele retirar a �gua e a comida colocada para animais que vivem no local.
O c�mpus congrega a Faculdade de Medicina, a Escola de Enfermagem e o Hospital das Cl�nicas. O �ltimo � o atual respons�vel pela gest�o da �rea. De acordo com a delegada Cristiane Ferreira, titular da Delegacia Especializada de Investiga��o de Crimes contra a Fauna, onde foi feita a den�ncia, retirar a comida n�o configura maus-tratos, a priori, e o caso � considerado como fato at�pico.
A professora da Escola de Enfermagem Ana L�cia de Mattia, fundadora do projeto Proteger e Cuidar, afirma que na quinta-feira da semana passada, quando transitava no corredor que d� acesso ao laborat�rio coordenado pelo professor denunciado, uma jovem a abordou e perguntou se ela era a mulher que alimentava os gatos que vivem nas depend�ncias da universidade. Ela respondeu que sim e a mo�a, que, segundo ela, a muito custo se identificou como aluna, teria ordenado que parasse de dar comida aos felinos, sen�o tiraria as vasilhas deixadas por ela.
“Enquanto conversava com a aluna, vi que uma das caixas pl�sticas em que alimenta os gatos j� n�o estava l� nem o pote de �gua, que ficam no canteiro ao lado do laborat�rio. Tr�s cartazes produzidos pela comiss�o que faz a gest�o do c�mpus, que pedem respeito aos animais e para n�o mexer na comida dada a eles, tamb�m haviam sumido. A jovem confessou que j� tinha retirado tudo a mando do professor doutor, que a coordena, e jogado no lixo comum, misturado a outros rejeitos, como fraldas e restos de comida”, continuou Ana L�cia.
Ana L�cia conta que foi, ent�o, procurar o homem, que segundo ela, a teria atendido de maneira grosseira e gritado, mandando que ela levasse os animais para a casa dela. Naquela tarde, a professora registrou, na Delegacia Especializada de Investiga��o de Crimes contra a Fauna, um boletim de ocorr�ncia contra o professor e a aluna. As duas professoras que integram o projeto tamb�m fizeram um registro interno do ocorrido na Comiss�o Permanente do C�mpus Sa�de da UFMG, que gerencia o lugar.
APURA��O INTERNA Em nota, a Comiss�o informou que foi notificada pelas partes e instaurou procedimento de apura��o dos fatos, considerando a atua��o das professoras no projeto Proteger e Cuidar e o grande fluxo de pacientes atendidos no complexo Hospital das Cl�nicas, localizado no C�mpus Sa�de da UFMG. A assessoria tamb�m informou que tentou contato por telefone com o professor, por�m ele n�o foi encontrado.
PROJETO A professora da Escola de Enfermagem V�nia Goveia e Ana L�cia atuam h� sete anos no projeto volunt�rio, desvinculado da institui��o de ensino. Segundo V�nia, a �rea, atualmente, abriga cerca de 60 gatos, dos quais 90% s�o castrados com recursos pr�prios. “Castramos, vacinamos e devolvemos o gato para o ambiente onde foi encontrado”, disse V�nia. “Temos a aprova��o no meio dos protetores dos animais e de veterin�rios do Centro de Zoonose de BH”, continuou. De acordo com os c�lculos de Ana, os gastos com os animais n�o saem por menos de R$ 2,5 mil por m�s.